Avião cai em fazenda que foi cenário de ‘Pantanal’ e causa mortes

Na noite de terça-feira, 23 de setembro, um acidente aéreo em Aquidauana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, matou quatro pessoas, entre elas o arquiteto chinês Kongjian Yu, considerado um dos maiores nomes da arquitetura mundial. A queda do monomotor aconteceu ao lado da pista de pouso da Fazenda Barra Mansa, local turístico que já recebeu gravações da novela “Pantanal”, da Globo.

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Segundo o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil, as vítimas foram identificadas como: Marcelo Pereira de Barros, piloto e proprietário da aeronave; Kongjian Yu, arquiteto chinês; Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, cineasta; e Rubens Crispim Jr., documentarista e diretor de fotografia.

De acordo com o G1, a aeronave estava em situação de aeronavegabilidade regular, com documentação válida até dezembro deste ano. No entanto, o monomotor não tinha autorização para táxi aéreo e só poderia realizar voos diurnos.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos iniciou a perícia no local para apurar as causas, que ainda não foram reveladas.

Saiba mais sobre Kongjian Yu e Marcelo Pereira de Barros

Professor da Universidade de Pequim e diretor do escritório Turenscape, Kongjian Yu projetou obras em mais de 70 cidades no mundo. Ele, aliás, criou o conceito das “cidades-esponja”, projetadas para absorver grandes volumes de água.

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A revista Fapesp destacou que seus trabalhos premiados utilizavam soluções baseadas na natureza para tratar águas fluviais e pluviais. Yu também era consultor do governo chinês.

Piloto e dono do avião, Marcelo Pereira de Barros morava em Aquidauana. Segundo o G1, ele realizava sobrevoos turísticos no Pantanal e na Serra da Bodoquena. Marcelo deixa dois filhos. Nas redes sociais, amigos logo ressaltaram sua longa atuação no turismo aéreo da região.

Quem foi Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz?

Diretor e produtor da Olé Produções desde 2007, Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz se especializou em documentários e projetos de não-ficção. Entre seus trabalhos estão por exemplo obras sobre o arquiteto brasileiro João Batista Vilanova Artigas, e “As Primeiras”, sobre a base da primeira seleção feminina de futebol do Brasil.

Mais recentemente, dirigiu “Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia”, indicado ao Emmy Internacional pela Warner/HBO e a série “To Win or To Win”, para MBC/Shahid, maior grupo de mídia árabe, sobre o time Al Nassr FC, e então colaborou na série da Amazon “Tudo ou Nada: Seleção Brasileira”, que acompanhou os jogadores brasileiros durante a Copa América em 2019.

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Pela Olé Produções, também assinou “Paisagem Concreta”, sobre o arquiteto Alvaro Siza e sua relação com o Brasil, e a série “Algo no Espaço”, sobre artistas e escultores contemporâneos brasileiros.

Rubens Crispim Jr. também perdeu a vida

Formado em Artes Plásticas pela ECA-USP, Rubens Crispim Jr. trabalhou como documentarista, produtor e diretor de fotografia. Em 2006, venceu o reality “Projeto 48”, do canal TNT, e produziu o curta “Os 400 Golpes”. Fundador da produtora Poseídos, desde 2017, dividia a administração da empresa com a esposa, a também cineasta Heloisa Faria.

Posteriormente, atuou em documentários e séries para Discovery Channel, National Geographic, Arte 1, TV Globo e Cultura. Foi responsável dirigir o o documentário “O Bixiga é Nosso!”, filme produzido por Luiz Ferraz, conta a história do bairro paulistano e os desafios de preservá-lo como patrimônio histórico.

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Também dirigiu “Segue o Baile Bixiga 70”, exibido em festivais e atualmente disponível no Canal Brasil e em plataformas digitais. Desde 2019, coordenava o audiovisual da Amigos da Arte e, a partir de 2021, documentava exposições da Pinacoteca de São Paulo.