Acadêmicos do Tatuapé vai denunciar desigualdades na avenida
Por Flavia Cirino - 01/02/2025 - 11:00 - Última Atualização: 27 fevereiro 2025

O enredo da Acadêmicos do Tatuapé para o Carnaval de 2025, intitulado “Justiça – A Injustiça Num Lugar Qualquer É Uma Ameaça À Justiça Em Todo Lugar”, propõe uma reflexão sobre desigualdades sociais e injustiças que ainda persistem.
Relembre o desfile da Acadêmicos do Tatuapé no ano passado
Inspirado na frase de Martin Luther King Jr., o enredo reforça que qualquer forma de injustiça ameaça a justiça como um todo. No contexto do Carnaval, essa mensagem adquire ainda mais força ao expor as desigualdades que atravessam a celebração e a sociedade em geral.
Uma sociedade justa e inclusiva deve garantir direitos fundamentais a todos, como educação, saúde, moradia e trabalho. No entanto, essa realidade ainda parece distante, e o Carnaval, um dos maiores eventos culturais do Brasil, revela essa contradição.
A festa, que exalta a diversidade e a riqueza cultural, convive com desigualdades que afetam principalmente os trabalhadores envolvidos na sua realização.
Em contrapartida, aumento da demanda por mão de obra temporária durante o período carnavalesco intensifica a informalidade, tornando muitos profissionais vulneráveis a condições precárias. Essa situação evidencia dessa forma uma contradição essencial: a cultura popular não pode se sustentar sobre a precarização do trabalho daqueles que a tornam possível.
Trabalho e justiça no Carnaval da Tatuapé
O Carnaval movimenta diversos setores principalmente da economia, incluindo turismo, moda, confecção de fantasias e eventos. Contudo, garantir condições dignas de trabalho não é apenas uma exigência legal, mas também um compromisso com a justiça social.
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A precarização da mão de obra reflete problemas estruturais que precisam ser combatidos para que a festa seja, de fato, uma celebração de inclusão e equidade.
Assim sendo, o enredo da Acadêmicos do Tatuapé destaca que a injustiça, onde quer que aconteça, compromete a justiça de maneira ampla. Assim, combater a exploração de trabalhadores no Carnaval representa um passo essencial na construção de uma sociedade mais igualitária, livre de desigualdades estruturais e raciais.
Cante o samba
Compositores: Turko, Zé Paulo Sierra, Silas Augusto, Rafa do Cavaco, Fabio Souza e Luiz Jorge
O caos imperava, oh dor inclemente!
É olho por olho, é dente por dente
Meu povo tá sofrendo mil anos ou mais
Qual será a receita da paz?
O julgamento talhou mandamentos
Teus olhos enxergam e fingem não ver
Em nome da fé, pecou sem saber
Com a bênção do pai sou igual a você
Os melhores momentos do BBB 25 você encontra no Kwai.
Obanixé kaô, Xangô
Clamei ao rei de Oyó, justiça
A intolerância que assombra a nossa luz
Chorou Maria aos pés da Santa Cruz
Flor mulher
Templo sagrado pra se admirar
Sublime é, orgulho em toda forma de amar
A liberdade é nossa voz, é resistência
Chega de ódio, de tanta violência
Bata seu tambor, respeite a minha fé
Reza pra quem é de aleluia
Ou pra quem é do axé
Tatuapé, poder do povo preto
Está presente em nós
Marginalizados, excluídos
Que a justiça seja sempre a nossa voz!
A escola da emoção
Veste a toga da justiça
Podem me julgar, falar o que quiser
De Luther King e Mandela, a inspiração
Respeite o meu Tatuapé!
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino

























