Beija-Flor presta tributo ao talentoso Joãosinho Trinta

Penúltima a entrar na avenida nesta segunda-feira (20), A Beija-Flor homenaeou a cidade de São Luís do Maranhão, com o enredo "São Luís – o poema encantando do Maranhão".  A escola carioca também vai homenagear o músico maranhense Joãosinho Trinta, que morreu em dezembro de 2011. Para a homenagem, a Beija-Flor fez menção a uma das mais marcantes criações do carnavalesco: o polêmico "Cristo Mendigo", do enredo do carnaval de 1989 "Ratos e urubus, larguem minha fantasia" e que, naquele ano, atravessou a Sapucaí coberto por um plástico preto. Desta vez, a escola decidiu cobrir uma gigantesca estátua de Joãosinho, que acabou sendo exibida na passarela do samba.

Na concentração, empolgado com o trabalho, Neguinho da Beija-Flor conversou com a imprensa e falou da esperança de vencer.

"Vamos para a venida prontos para a conquista do bicampeonato", disse.

Raíssa Oliveira, que completou 10 anos como rainha de bateria da escola, exibiu uma fantasia que representa a Sublime Arte Secular do Bordado, com muitas cores assim como as unhas, que foram pintadas com tons diferentes.

“Tive a oportunidade de conhecer Joãosinho Trinta e a cultura do Maranhão. Fiquei encantada e acho que a homenagem da minha escola está à altura do trabalho de Joãosinho“, disse a rainha.

Exuberantes em fantasias douradas com plumas amarelas, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Claudinho e Selminha Sorriso foram muito aplaudidos.

A agremiação fechou o desfile com 1h14 empolgando a comunidade.

Enredo: São Luis, o Poema Encantado do Maranhão

Carnavalescos: André Cezari, Fran-Sérgio, Laíla, Ubiratan Silva e Vítor Santos
Componentes: 3,8 mil
Alas: 49
Alegorias: 8
Intérprete: Neguinho da Beija-Flor
Mestre-sala e Porta-bandeira: Claudinho e Selminha Sorriso
Rainha da bateria: Raíssa Oliveira
Quem vem: Alcione e Rita Ribeiro

Joãosinho Trinta, maranhense dos mais representativos, já seria o grande homenageado do desfile da Beija-flor, mesmo antes de sua morte, no final de 2011. Um trono para o “Rei João” já havia sido planejado, e no desfile, estará vazio. Em meio a lendas e misticismo, a escola de samba da Baixada Fluminense, atual campeã da folia carioca, canta em verso e prosa as maravilhas de São Luís do Maranhão, em busca de mais um título. Elementos africanos, como búzios (5 toneladas estarão na avenida), máscaras e esculturas ajudarão a representar o sofrimento dos escravos. Bumba meu boi, reggae, assombrações, serpentes aladas, a carruagem encantada de Ana Jansen e uma série de elementos místicos estarão na avenida. Mas o ponto alto promete ser a recriação da alegoria usada no desfile Ratos e urubus larguem a minha fantasia, de 1989. Uma réplica do Cristo Redentor como mendigo estará descoberta na Avenida. Na época, por decisão da Justiça, a escultura teve que entrar coberta. 

 
Letra do samba:
Autores: J. Velloso, Adilson China, Carlinhos do Detran, Silvio Romai, Hugo Leal, Gilberto Oliveira, Samir Trindade, Serginho Aguiar, Jr Beija-Flor, Ricardo Lucena, Thiago Alves e Romulo Presidente.

Tem magia em cada palmeira que brota em seu chão
O homem nativo da terra
Resiste em bravura a dor da invasão
Do mar vem três coroas
Irmão seu olhar mareja
No balanço da maré
A maldade não tem fé sangrando os mares
Mensageiro da dor
Liberdade roubou dos meus lugares
Rompendo grilhões, em busca da paz
A força dos meus ancestrais
Na casa nagô a luz de Xangô, axé
Mina Jêje um ritual de fé
Chegou de Daomé, chegou de Abeokutá
Toda magia do vodun e do orixá
Ê rainha o bumbá meu boi vem de lá
Eu quero ver o cazumbá
Sem a serpente acordar
Hoje a minha lágrima transborda todo mar
Fonte que a saudade não secou
Ó Ana assombração na carruagem
Os casarões são a imagem
Da história que o tempo guardou
No rádio o reggae do bom
Marrom é o tom da canção
Na Terra da Encantaria a arte do gênio João
Meu São Luís do Maranhão
Poema encantado de amor
Onde canta o sabiá
Hoje canta a Beija-Flor!