Carnaval 2020: Portela enaltece os índios antes da colonização

Por - 20/02/20 às 17:08

Reprodução/Portela

Em tempos de desmatamento, invasão e exploração de áreas indígenas, a escola vai falar dos índios que habitavam o Rio antes da chegada dos colonizadores portugueses e faz do samba a sua arma. A Portela vai contar na Marquês de Sapucaí a história, o comportamento e cultura dos primeiros habitantes do Estado do Rio de Janeiro, antes da chegada dos conquistadores portugueses.

“Guajupiá é o Olimpo dos tupinambás. Assim como os gregos tinham essa ânsia de alcançar o Olimpo por meritocracia, pelas lutas, pelas guerras, os índios, em sua mitologia, tratavam Guajupiá como esse paraíso a ser alcançado”, explicou a carnavalesca.

Ela contou ainda que a terra tem um significado especial para os indígenas.

“Quando eles começaram a fazer a migração, descendo pela costa do Brasil e se depararam com o Rio de Janeiro, eles juraram ter encontrado esse Guajupiá materializado aqui”, destacou.

Conheça a agremiação

Portela – 7ª escola a desfilar  – 04h30

Colocação em 2019: 4º lugar

Fundação: 11/04/1923

Cores oficiais: Azul e branco

Presidente: Luiz Carlos Magalhães

Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage

Mestre de Bateria: Nilo Sérgio

Mestre-sala e porta-bandeira: Lucinha Nobre e Marlon Lamar

Diretor de Carnaval: Fábio Pavão, Claudinho Portela, Junior Schaal e Marco Aurélio Fernandes

Diretores de Harmonia: Chopp, Leo Brandão, Nilce Fran, Márcio Emerson, Jorge, Servolo e Walter

Rainha de bateria: Bianca Monteiro

Intérprete: Gilsinho

Comissão de Frente: Carlinhos de Jesus

Curiosidades: Símbolo da escola, a águia estará no abre-alas, guardada por dois baluartes da escola, Tia Surica e Monarco. E com um design moderno vai sintetizar o paraíso que era a Baía de Guanabara, descoberto pelos tupinambás. Serão cinco alegorias, 2.800 componentes e 28 alas.

Famosos: Zeca Pagodinho, Gloria Pires, Orlando Moraes, Teresa Cristina

Enredo: Guajupiá, Terra sem Males

Compositores: Valtinho Botafogo, Rogério Lobo, José Carlos, Zé Miranda, Beto Aquino, Pecê Ribeiro, D´Sousa e Araguaci

Saiba tudo sobre o Carnaval 2020

Samba-Enredo

Clamei aos céus 
A chama da maldade apagou
E num dilúvio a Terra ele banhou 
Lavando as mazelas com perdão 
Fim da escuridão 
Já não existe a ira de Monã
No ventre há vida, novo amanhã 
Irim Magé já pode ser feliz 
Transforma a dor na alegria de poder mudar o mundo 
Mairamuãna tem a chave do futuro 
Pra nossa tribo lutar e cantar 

Auê, auê a voz da mata, okê okê arô 
Se Guanabara é resistência 
O índio é arco, é flecha, é essência

Ao proteger Karioka
Reúno a maloca na beira da rede 
Cauim pra festejar… purificar 
Borduna, tacape e ajaré 
Índio pede paz, mas é de guerra 
Nossa aldeia é sem partido ou facção
Não tem bispo, nem se curva a capitão 
Quando a vida nos ensina 
Não devemos mais errar 
Com a ira de Monã 
Aprendi a respeitar a natureza, o bem viver
Pro imenso azul do céu 
Nunca mais escurecer 

Índio é tupinambá 
Índio tem alma guerreira
Hoje meu Guajupiá é Madureira 
Voa águia na floresta 
Salve o samba, salve ela 
Índio é dono desse chão 
Índio é filho da Portela

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