Imperatriz Leopoldinense mergulha na história dos orixás

A Imperatriz Leopoldinense será a segunda escola de samba a desfilar no domingo de Carnaval, entre 23h30 e 23h40, no dia 2 de março. Atual vice-campeã do Grupo Especial, a escola de Ramos promete antes de mais nada emocionar o público com o enredo “Ómi Tútu ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”.

Rainha da bateria da Imperatriz foi alvo de ofensas racistas

A temática narra a jornada de Oxalá ao reino de Oyó para visitar Xangô, quarto alafin (rei) do império iorubá, localizado onde hoje estão o Benim e a Nigéria, na África Ocidental.

O enredo foi desenvolvido por Leandro Vieira, carnavalesco responsável pelos últimos dois desfiles da escola. Em 2023, ele levou a Imperatriz ao título, e em seguida, 2024, ao vice-campeonato. Com uma proposta que une sobretudo religiosidade e ancestralidade africana, a escola aposta em um espetáculo visual e narrativo para disputar mais um troféu no Grupo Especial.

Imperatriz Leopoldinense tem enredo sobre orixá após 46 anos

Este será o primeiro desfile da Imperatriz com um enredo dedicado a um orixá. Isso, aliás, não acontecia desde 1979, quando a escola apresentou o tema sobre Oxumaré e terminou em sétimo lugar. Naquela época, contudo, a agremiação ainda não havia conquistado nenhum dos seus nove títulos no Grupo Especial.

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A escolha de um enredo baseado na mitologia africana representa acima de tudo um resgate cultural e histórico importante para a escola. Em seus últimos desfiles, aliás, a Imperatriz se destacou por abordagens estéticas inovadoras e temas que valorizam a cultura afro-brasileira.

Assim sendo, o público já espera um desfile marcante, e o nome do carnavalesco Leandro Vieira é garantia de um grande espetáculo.

Com a verde e branco da Leopoldina novamente sob os holofotes, a comunidade está pronta para fazer história mais uma vez no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Desse modo, a expectativa é a vitória!

Confira a letra do samba da Imperatriz Leopoldinense

Autores: Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Mineiro

Vai começar o itan de Oxalá
Segue o cortejo funfun pro senhor de Ifón, Babá

Orinxalá, destina seu caminhar

Ao reino do quarto Alafin de Oyó
Alá, majestoso em branco marfim
Consulta o ifá e assim
No odú, o presságio cruel
Negando a palavra do babalaô
Soberano em seu trono, o senhor

Vê o doce se tornar o fel
Ofereça pra Exú… um ebó pra proteger
Penitência de Exú, não se deixa arrefecer
Ele rompe o silêncio com a sua gargalhada
É cancela fechada, é o fardo de dever

Mas o dono do caminho não abranda
Foi vinho de palma, dendê e carvão
Sabão da costa pra lavar demanda
E a montaria te leva à prisão
O povo adoeceu, tristeza perdurou
Nos sete anos de solidão

Justiça maior é de meu pai Xangô
No dendezeiro, a justiça verdadeira
(Meu pai xangô mora no alto da pedreira)

Onde o banho de abô pra purificar
Desata o nó que ninguém pode amarrar
Transborda axé no ibá e na quartinha
Pra firmar tem acaçá, ebô e ladainha

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Oní sáà wúre! Awure awure!
Quem governa esse terreiro ostenta seu adê
Ijexá ao pai de todos os oris
Rufam atabaques da Imperatriz