Imperatriz Leopoldinense tem Jorge Amado como inspiração

Assim como a escola paulistana Mocidade Alegre, a Imperatriz Leopoldinense apresentou o enredo "Jorge, Amado Jorge" exalta a vida do escritor baiano e colocou na passarela do samba personagens como Tieta do Agreste, Dona Flor e Gabriela, todos destacados nas alegorias assinadas pelo carnavalesco Max Lopes.

A agremiação carioca teve uma entrada tumultuada devido problemas em duas alegorias: o segundo carro, alto demais para passar por um viaduto na entrada da passarela, e que representa o ritual da lavagem das escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim. Com isso, ele precisou ser colocado de lado para permitir a entrada das demais alas. Após alguma confusão, o carro entrou na avenida.

Além disso, o sétimo carro, representando o livro O País do Carnaval, foi retirado da Sapucaí após um problema elétrico.

Apesar dos imprevistos, os 3,5 mil componentes vibraram muito durante a exibição das 30 alas e sete alegorias. Um dos destaques do desfile ficou por conta de uma coroa de alumínio, de 10 metros de largura por 11 de altura, que abriu o desfile representando o pai espiritual da Bahia, Obatalá ou Oxalá, puxada por uma escultura de quase 12 metros de Iemanjá.

A dançarina americana Devla Imperatrix Amaya, de 1,80 metro, brilhou na escola, assim como a modelo Luiza Brunet, tradicional rainha da bateria do mestre Noca, que – após passar mal, entrou na passarela do samba e esbanjou simpatia, elegância e samba no pé.

Enredo: Jorge, amado Jorge

Carnavalesco: Max Lopes
Componentes: 3,5 mil
Alas: 30
Alegorias: 7
Intérprete: Dominguinhos
Mestre-sala e Porta-bandeira: Phelipe Lemos e Rafaela Teodoro
Rainha da Bateria: Luiza Brunet
Quem vem: Elymar Santos, Desireé Oliveira, Familiares de Jorge Amado, Família Caymmi

Sinopse do enredo: Gabriela, Dona Flor e Seus Dois Maridos, Quincas Berro d’água, Capitães da Areia entre outros clássicos do escritor baiano Jorge Amado serão a base do desfile da Imperatriz Leopoldinense neste Carnaval. A agremiação da Leopoldina vai abordar desde a infância até a chegada do escritor ao Rio de Janeiro. No abre-alas, estará a coroa, símbolo da escola, representando a religiosidade de Jorge. O primeiro setor vai falar sobre orixás, com esculturas de Iemanjá, a rainha do mar, puxando a coroa de Oxalá, o pai da Bahia, com uma referência ainda à Mãe Menininha do Gantois. A lavagem do Bonfim, da qual Jorge participava, não ficará de fora. Os componentes vão lavar as escadarias da mais famosa igreja da Bahia, que estará numa réplica. Uma cama com a escultura de Dona Flor promete impressionar. No alto, Gabriela estará num telhado, na clássica cena da personagem. O desfecho do desfile será com o Pelourinho, com direito a ladeiras e casarões num clima de comemoração. Ilê Aiyê, Oludum e Filhos de Gandhi, estarão presentes.


Letra do samba:
Autores: Jeferson Lima, Ribamar, Alexandre D'Mendes, Cristovão Luiz e Tuninho Profesor

Ave, Bahia sagrada!
Abençoada por Oxalá!
O mar, beijando a esperança,
Descansa nos braços de Iemanjá.
Menino Amado…
Destino bordado de inspiração.
Iluminado…
Vestiu palavras de fascinação.

Olha o acarajé! Quem vai querer?
Temperado no axé e dendê
Quem tem fé vai a pé… Vai, sim!
Abrir caminhos na lavagem do Bonfim

O vento soprou
As letras em liberdade.
Joga a rede, pescador!
O povo tem sede de felicidade.
A brisa a embalar
Histórias que falam de amor.
Memórias sob o lume do luar.
O doce perfume da flor.
Ê Bahia! Ê Bahia!
Dos santos, encantos, magia.
Kaô kabesilê! Ora iê iê Oxum!
Tem festa no Pelô.
Na ladeira, capoeira mata um.

Sou Imperatriz! Sou emoção!
Meu coração quer festejar!
Ao mestre escritor, um canto de amor
Jorge Amado, saravá!