Império Serrano reverencia Arlindo Cruz e faz uma síntese do subúrbio carioca
Por Flavia Cirino - 19/02/23 às 22:39
De volta ao Grupo Especial, o Império Serrano – chamado pelos sambistas de “Glorioso” – fez um enredo baseado no sucesso de Arlindo Cruz, “Meu Lugar”. Em uma homenagem ao cantor a agremiação percorreu momentos e espaços que marcaram a carreira do artista, através do enredo desenvolvido pelo carnavalesco Alex de Souza.
“A emoção de um guerreiro, de um grande homem, dentro de uma grande escola”, sintetizou Alex.
Primeira a desfilar, abrindo o Grupo Especial do Rio de Janeiro, a agremiaçãocontou com a prsenta de amigos e familiares de Arlindo, destacando momentos de pura emoção.
Ao reverenciar o artista, que sofreu um AVC em 2017, o Império Serrano pretende quebrar um jejum de de 31 anos! Entre a “elite”, o Império não vence desde o inesquecível “Bumbum, paticumbum, prugurundum”, de 1982.
Confira a ficha técnica:
Cores: vermelho, verde e branco
Presidente: Sandro Avelar
Carnavalesco: Alex de Souza
Diretor de Carnaval: Wilsinho Alves
Intérpretes: Ito Melodia
Mestre de Bateria: Vitinho
Rainha de Bateria: Darlin Ferratry
Enredo: “Lugares de Arlindo”
Famosos: Larissa Tomásia, Quitéria Chagas e Arlindinho
O SAMBA
Composto por Moacyr Luz, Pedro Terra, Bruno Souza e Leandro Almeida, o samba sintetiza “a alma do subúrbio carioca, tão cantada brilhantemente por Arlindo”, destaca o carnavalesco Alex de Souza.
Confira a letra:
Acorde partideiro sem igual, nascia então, um samba do seu jeito
Reluz feito candeia, imortal, o compositor, sambista perfeito
Levada de tantã, banjo e repique, poesia de um cacique, malandragem deu lição
Inspiração de ventre ancestral, o dueto, a patente vêm do fundo do quintal
Na boêmia, no subúrbio, na viela… O seu nome é favela: Madureira
Dagô, dagô saravá, obá kaô
O brado que traz justiça, faz a vida recompor
Deixa, o fim da tristeza ainda há de chegar
O show do artista vai continuar
Morando nos sambas que você fez pra mim
Imperiano sim!
No verso que aflora
Giram os sonhos da porta-bandeira
O amor de Orfeu melodia namora
Serrinha é teu canto pra vida inteira
Dagô, dagô, é a lua de Aruanda
A espada é de guerra, e Ogum vence demanda
Cercado de axé, semeia o bem, o povo a cantar: lalaiá lalaiá laiá
Receba a gratidão, reizinho desse chão, aqui é o teu lugar
Uma porção de fé… O filho do verde-esperança nos conduz
Zambi da coroa imperial, abiaxé, Arlindo Cruz
Firma na palma da mão, tem alujá e agogô
Império de Jorge, oxê de Xangô
Laroyê epa babá
Há de roncar meu tambor
O verso de Arlindo, morada do amor
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino