Portela mostra o jogo de cintura do carioca nas adversividades
Por Redação - 04/03/14 às 02:45
A tradição, com tecnologia, emolduraram o enredo Um Rio de Mar a Mar: Do Valongo à Glória de São Sebastião, que conta a história da cidade e a capacidade do carioca em se adaptar a tantas mudanças. O abre-alas da Portela entrou na Sapucaí com 22 águias, representando os 21 títulos já conquistados e o próximo, esperado para este ano. A ala das baianas se uniu ao abre-alas para formar "uma tsunami de águias". Na comissão de frente, bailarinos retratavam personagens que foram importantes na fundação da cidade, como a do português Estácio de Sá. Após a "tsunami de águias", no abre-alas, e escola se dedicou a uma narração da batalha ocorrida entre Estácio e os índios em sua chegada ao Rio, na Urca.
Os cortiços que o prefeito Pereira Passos colocou abaixo para criar um boulevard nos moldes parisienses, na avenida Rio Branco, também ganharam lugar no desfile, assim como os teatros, revistas, jornais, o Theatro Municipal, a Biblioteca Nacional e a Escola Nacional de Belas Artes, além dos bares e restaurantes da Cinelândia. As manifestações políticas – desde a Revolta da Chibata, passando pela passeata dos 100 mil até os protestos atuais – não foram esquecidas. Um carro alegórico representou o Cais do Valongo – por onde passaram um milhão de escravos africanos no século XIX – e agora está no centro das reformas na Zona Portuária da cidade com as obras do porto.
Fundação: 11 de abril de 1923
Presidente: Serginho Procópio
Presidente de honra: Monarco
Cores: Azul e Branco
Enredo:Um Rio de Mar a Mar: do Valongo à Glória de São Sebastião
Carnavalesco: Alexandre Louzada
Componentes: 3,8 mil
Alas: 40
Alegorias:8
Diretor de Carnaval: Luiz Carlos Bruno
Intérprete: Wantuir
Mestre de Bateria: Nilo Sérgio
Mestre-Sala e porta-bandeira: Diogo Jesus e Danielle Nascimento
Comissão de Frente: Ghislaine Cavalcante
Autores do samba: Toninho Nascimento, Luiz Carlos Máximo, Waguinho, Edson Alves e J. Amaral
Samba-enredo
O canto do cais do Valongo ôooooo
Que veio de Angola, Benin e do Congo
Tem semba, capoeira e oração
O Rio sai da roda de jongo e vai desaguar
Na Glória de São Sebastião
Oi bota abaixo, sinhô
Oi bota abaixo, sinhá
Lá vem o Rio
De terno de linho e chapéu panamá
A correnteza
De um Rio Branco é que traz
A arte do canto e a dança,
Todos os sons musicais
O teatro da vida não sai de cartaz
A ilusão é uma atriz
Se exibindo na praça linda e feliz
Eu vou
Da Revolta da Chibata
Ao sonho que faz passeata
Seguindo a canção triunfal
Nesse Rio que vem e que vai
Traço o meu destino
E viro menino pra brincar de carnaval
Sou carioca, meu jeito é de quem
Vem com sorriso do samba que a gente tem
Meu peito é um porto aberto
Pra te receber, meu bem
Vou de mar a mar, mareia
Vou de mar a mar, mareia, mareou
Iluminai o tambor do meu terreiro
Ó santo padroeiro
O axé da Portela chegou
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