Rosas de Ouro desfila com luta e resistência, exaltando o povo negro
Por Flavia Cirino - 18/02/23 às 04:27
A comunidade da Roseira entrou no Anhembi mostrando a luta do povo negro em busca de liberdade e igualdade, desde a escravidão até os dias atuais. O enredo, “Kindala” é uma palavra no idioma bantu que significa “agora”.
“Mostramos a luta desde que os negros chegaram ao Brasil, a luta de Zumbi, a luta de Dandara, a luta de Dangazumba, e mostramos a cultura negra influenciando a cultura brasileira”, disse o carnavalesco Paulo Menezes.
O desfile enfatizou ainda a luta dos negros atualmente, a mudança de pensamento: “Como essa luta mudou, como ela vem se desenvolvendo nos dias de hoje. O foco do desfile foi luta e a resistência”, completou Menezes.
Manoel Soares estava sorridente para o desfile, mostrando muita disposição para desfilar na avenida e elevar o Carnaval paulistano com a discussão racial. Luciana Mello estava à altura de seu talento e beleza, vestindo um look todo rosa. Karol Conká desfilou lindíssima como Cleópatra em sua estreia no Carnaval. Adriana Lessa esbanjou sorrisos enquanto oferecia uma flor usando roupa branca
Ficha técnica:
Fundação: 18/10/1971
Presidente: Angelina Basílio
Enredo: “Kindala! Que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome”
Carnavalesco: Paulo Menezes
Mestre de Bateria: Rafael Oliveira
Rainha de bateria: Ana Beatriz Godói
Direção de Carnaval: Osmar Costa, Leandro Lion, Evandro Souza e Victor Lebro
Intérpretes: Royce do Cavaco e Hudson Luiz
Famosos: Karol Conká, Luciana Melo, Manoel Soares, Adriana Lessa e Thaís Bianca
O SAMBA
Assinado por Arlindo Cruz, Fabiano Sorriso, Pedrinho Sem Braço, Paulinho Sampagode e Osmar Costa, o samba traz a África para a Roseira, inflando de orgulho a luta e a resistência da população negra
Confira a letra:
África, chegou a hora da verdade
De devolver a paz que o mundo te roubou
Kindala.. é uma questão de refletir e dar valor
Se a pele negra clareou
O negro é o pai da humanidade
Civilizações organizadas
Cultura e fé dos ancestrais
Mas veio a escravidão do branco opressor
Trazendo humilhação e muita dor
Arrasta pra lá e faz trabalhar
A religião vem beirando o mar
O banzo é saudade
Lá em Palmares um grito de liberdade
Em vários momentos da história mundial
O povo preto deu seu toque genial
Lutou, construiu a nossa riqueza
É de pensar e escrever
Pra resistir, fez florescer
Mas apesar do valor
A majestade virou rei da pobreza, tristeza
E a gente tem que repensar e acreditar na união
É um dever, um reconhecimento
E a Rosas de Ouro te pede perdão
O amor está em cada um de nós
Vamos juntos semear a paz
A Brasilândia vem mostrar no seu carnaval
Um mundo novo de igualdade racial
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino