‘O Corvo’ é, de fato, uma belíssima história de amor. Isso é bom?
Por Raphael Araujo - 25/08/24 às 02:00 - Última Atualização: 26 agosto 2024
[Texto não contém spoilers, mas ressalta pontos importantes da trama] Um dos filmes mais aguardados do mês de agosto era “O Corvo”, baseado nos quadrinhos clássicos de James O’Barr, o filme mistura ação, terror e romance. Ainda ele é remake do filme de mesmo nome de 1994 que acabou envolto de uma história trágica, a morte de Brandon Lee, filho de Bruce Lee, no set de filmagens em decorrência de um tiro acidenta aos 28 anos de idade.
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Segundo o G1, Brandon estava gravando uma cena em que seu personagem, Draven, levava um tiro de “Funboy”, interpretado pelo ator Michael Massee. Mas a arma ainda tinha um cartucho dentro dela e, quando foi feito o disparo com o tiro de festim, essa outra bala saiu do cano da pistola. Ninguém havia checado a arma antes da cena.
Por isso o novo longa, estrelado por Bill Skarsgård e FKA twigs chega envolto de muita responsabilidade e carga de importância, e assim o fez na quinta-feira, 22 de agosto. Porém, OFuxico pode conferir ao longa pouco antes a convite da distribuidora Imagem Filmes.
Lembrando a sinopse do longa, a trama acompanha o casal Eric Draven e Shelly Webster, almas gêmeas que dividem um passado sombrio e ajudam um ao outro na cura de seus traumas. Quando eles são brutalmente assassinados, Eric se vê entre a vida e a morte e embarca em uma jornada de vingança para tentar salvar o seu verdadeiro amor.
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Afinal, “O Corvo” é bom?
Logo, a grande pergunta é: “O Corvo” cumpriu bem seu papel? E já adianto o elefante na sala: no site agregador de críticas Rotten Tomatoes, a aprovação do filme é de apenas x% de crítica e x% de público, mostrando que de modo geral, ele não foi aceito de maneira positiva.
Pois bem, de fato enxergo problemas em “O Corvo”, principalmente no que dizia respeito aos seus primeiros minutos, na qual a construção do romance entre os protagonistas está sendo criada. Bom tempo de duração é destinada à essa construção, afinal, o diretor Rupert Sanders descreveu o projeto como a mistura perfeita de dois gêneros: ação/thriller de vingança e, pasmem, romance.
Já temos os elementos de suspense sendo instaurados, mas é na química da dupla principal que o início do filme é destinado. Uma escolha certa, de fato, mas a execução deixa a desejar. Parece estar durando mais tempo que o necessário esse momento, e depois de certo tempo, queremos que o tempo passe mais rápido e parta para a história de vingança tão prometida.
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Outro ponto a se ressaltar da execução é que, apesar do tempo construindo o romance, eu pessoalmente não senti que o amor era tão forte a ponto de Eric Draven fazer tudo que fez em prol de sua amada, assim como Shelly, em momentos de perigo, fazer questão de priorizar o rapaz. O que deu certo é a química que os atores construíram, que de fato transmite em tela que eles são um casal que se apaixonou. Mas o restante citado impede de acreditar que eles são “almas gêmeas inseparáveis”.
Vilões e resoluções fáceis
Ainda, os antagonistas nem sempre agradam. Apesar dos elementos de terror e de comprarmos a ideia de que o sobrenatural, sobretudo o diabo, está influenciando no lado vilanesco da obra, eles pouco são aprofundados, e tirando o principal vilão, o restante parecem apenas peças de um esquema maior, que estão ali para cumprir tabela.
Alguns deles servem, exclusivamente, para serem mortos, e o grande confronto final me soou mais simples do que deveria ser (o que não posso dar mais detalhes senão entraria em campos de spoiler). Muitas resoluções soam fáceis diversas vezes, quando esperamos um desafio maior.
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Entretanto, o filme tem aspectos positivos
Apesar dos elementos que não me agradaram citados acima, vejo muitas coisas positivas em “O Corvo”, como a já citada química entre os atores dos protagonistas, assim como o elenco em geral, que entrega o necessário.
Todavia, o maior destaque é de fato Bill Skarsgård, que brilha em diversos momentos e mostra o porquê de se tornar um dos maiores queridinhos de Hollywood na atualidade. Se a vingança é comprada, sua atuação é essencial para isso.
Destaque ainda para as cenas de ação, bem dirigidas de modo geral e que trazem bastante empolgação, e muitas conseguem mesclar os elementos de horror/sobrenatural. E garanto que é impossível não se arrepiar e vibrar com a “cena da ópera”, o clímax do filme que te deixa na ponta da cadeira com o combo de direção mais trilha sonora (e faz uma metalinguagem, pois o espetáculo é a adaptação em ópera de “O Corvo”).
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Em suma…
Apesar de certa expectativa e curiosidade envoltos de “O Corvo”, nem todas são supridas, e considero que o filme tem sim suas falhas. Porém, ele também em seus méritos, e é de fato, uma belíssima e trágica história de amor, sendo impossível interpretá-lo de maneira diferente.
Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.