Paquitas surpreenderam Xuxa com histórias no documentário
Por Murilo Rocha - 06/09/24 às 12:35
O documentário das Paquitas, as amadas e eternas ajudantes de palco de Xuxa, chega ao Globoplay em 16 de setembro, com 5 episódios, liberados todos de uma vez, mas o OFuxico foi convidado para a coletiva oficial, que reuniu Ana Paula Guimarães, a Catuxa, que assumiu a direção da obra, e Tatiana Maranhão, a Loura, além de Ivo Filho, também diretor, e Paulo Mario Martins, o roteirista.
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Atravessando as polêmicas, mas também os momentos de felicidade que é ser uma das eternas Paquitas, a produção abordará tudo sobre os bastidores e as histórias das 29 assistentes de palco e das histórias que cada uma guardou por estes anos.
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Passado e Futuro!
Tatiana revelou que o projeto existia antes do documentário da Xuxa, mas foi engavetado, porém, como um ‘golpe do destino’, ele aconteceu na hora certa, além de rasgar elogios para a eterna rainha dos Baixinhos, contando que ela acolheu as dores e ouviu tudo, sem medo de pedir desculpas, reconhecer erros e descobrir dores que ela nem imaginava:
“Esse projeto existe antes do doc da Xuxa. Demos uma engavetada e chegamos a conclusão que foi a melhor coisa. Eu tenho aberto todas essas caixinhas, releio as agendas da época de paquita… Eu chego na constatação que é surpreendente. Sabia que tinha que ser agora, que tinha que ser a gente, mas não esperava que fosse ficar tão bom, emocionante. Vocês vão se surpreender. Ela (Xuxa) estava muito aberta a ouvir os dessabores, coisas que ela nem sabia que existiam.”
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Ana Paula aproveitou para revelar que o ponto mais importante disto é a maturidade, justamente para enfrentar ‘caixas’ do passado e reviver situações não muito ‘doces’:
“A maturidade foi o ponto mais importante, assim conseguimos ressignificar os acontecimentos. Isso foi muito bom. Eu me debulhei muito, chorei muito. Revisitar essa história e distanciar seu olhar, é bem difícil. Várias coisas que, no primeiro momento, eu tinha receio se eu ia falar ou não, aos poucos, conversando, a gente foi conseguindo ressignificar e trazer de forma humana. Foi muito importante ser neste momento!”.
O que é ser para sempre Paquita?
Respondendo o OFuxico, Ana Paula brilhou os olhos e relembrou toda a sua trajetória, e definiu o questionamento “O que é ser para sempre Paquita?”. Para ela, a profissional que é hoje nasceu quando era uma das assistentes de palco:
“É a realização de um sonho. Tudo começou ali, eu sempre tinha vontade de entrar na televisão. Eu ia para trás, olhar e ver os personagens. Eu sabia que queria estar ali, não para ser famosa. Ele ampliou tanto meu olhar. A diretora que sou hoje, começou naquela menina. Significa ser o começo da minha carreira profissional. Me humanizou mais. A Xuxa sempre foi muito de vanguarda, muito a frente, ter aquelas crianças PCD, a gente naturalizando essas coisas que as pessoas escondiam… Carrego uma bagagem de paquita que eu só agradeço de poder ter passado por ali!”.
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Tatiana complementou e contou que leva o grito de guerra a sério e que sempre se emociona com a presença da Rainha dos Baixinhos no palco e que é transportada para sua ‘eu criança’:
“É a realização de um sonho, eu levei a ferro e fogo essa frase “uma vez paquita para sempre paquita”. A principal função de uma é cuidar da Xuxa e eu faço isso até hoje. Toda vez que eu vejo ele em um no show, cantando “Doce Mel”, eu choro, viro criança de novo, eu amo, me dá um calor, uma alegria!”.
Desafios de Paquitas!
Ana Paula revelou que existiu um grande desafio para o documentário, já que visou reunir todas as gerações. De 29, apenas 2 não conseguiram comparecer ao reencontro por optar ter uma vida mais reservada. Ela contou que as agendas foi o maior desafio, além de ‘costurar’ um roteiro que unisse todas as histórias:
“Conseguir a agenda dessas meninas todas é um desafio enorme, mas conseguimos reunir todas as gerações. O maior desafio é costurar essas histórias, porque somos muitas. 27 meninas, mais as paquitas internacionais. Isso foi o maior desafio! (…) A gente, com a Xuxa, fez história no audiovisual.”, contou.
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Já Tatiana pontuou que, já que as histórias começaram na infância, aproveitou para falar da sociedade da época, com um machismo extremamente presente ao lado dos bastidores tensos que cada uma passava:
“A gente tem nossas histórias individuais. Mas, temos uma que nos une, na infância, eu tinha 10 anos quando entrei. Esse documentário traz o doce e o amargo, pois, além de sermos meninas, numa sociedade machista, eramos crianças, em uma sociedade politicamente incorreta. Foi lindo dividir essa história com essas meninas. Conseguimos ressignificar toda essa história”., contou.
Juntas!
Tatiana complementou que sente saudade da época, quase deu alguns spoilers do documentário original, mas pontuou que a história contada em grupo fará muito mais sentido e a deixará ‘menos frágil’:
“Tenho muita saudade. Me sinto muito privilegiada de estar no lugar certo e na hora certa. Eu descobri mais a minha amiga (Xuxa) na pandemia. Ela está cada vez melhor e meu trabalho fica leve e melhor. Eu trago muitas coisas boas, muita disciplina, não era fácil ser Paquita, trabalhávamos muito. Uma voz sozinha, ela fragiliza uma história que é muito forte. Quando você escuta essa história em coro, aquilo ganha uma força muito maior.”
Gerações
Questionadas sobre serem as influenciadoras daquela época, em que não havia celulares e redes sociais, Ana Paula pontuou que tudo era muito orgânico, mas que só teve conhecimento do tamanho da grandeza após o lançamento de “Fada Madrinha”, e como era a fama internacional:
“A virada de chave foi com “Fada Madrinha”, a gente era uma família ali, fomos entendo o que era aquele universo e o que era fazer acontecer. A gente era reconhecida como ‘aquela ali da TV’, não tinha essa coisa da fama. As meninas, quando lançaram esse LP, ai as meninas viraram as paquitas. Não tinha celular, era câmera, levavam semanas para revelar. As pessoas faziam ‘selfie’ com máquina fotográfica. Pude entender melhor quando entrei na parte internacional. Fiquei um pouco assustada com o tamanho. Na argentina éramos um fenômeno também. E como não tinha rede social, era no boca a boca.”, revelou.
Por fim, Tatiana garantiu que quer que as pessoas se surpreendam com o documentário, mas que tenham a sua criança interior vivas com memórias boas e deliciosas de um tempo que todos eram os baixinhos. “Pra Sempre Paquitas” chega ao Globoplay em 16 de setembro.
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Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha