Rosane Svartman sobre ‘Vicky e a Musa’: ‘Pensar sobre o cotidiano’

Por - 19/07/23 às 14:00

Vicky (Cecília Chancez) e Euterpe (Bel Lima) em Vicky e a MusaVicky (Cecília Chancez) e Euterpe (Bel Lima) em Vicky e a Musa - Foto: TV Globo/Camilla Maia

A partir da tarde desta quarta-feira, 19 de julho, os assinantes do Globoplay poderão acompanhar as aventuras e descobertas dos jovens e adolescentes de “Vicky e a Musa”, com a estreia da primeira parte da temporada. Na série original da plataforma, o bairro operário de Canto Belo está sem cor, sem alegria e sem encanto. Perdeu o único teatro que tinha.

O cinema acabou virando uma igreja e, depois, um estacionamento. Aos poucos, a arte foi desaparecendo do lugar sem ninguém se dar conta, o que foi acentuado com a pandemia de Covid-19. Coincidência ou não, os habitantes estão desanimados. Mas, graças aos deuses da arte e à jovem estudante Vicky (Cecília Chancez), a situação está prestes a mudar.

Criada e escrita por Rosane Svartman, com direção artística de Marcus Figueiredo, a série mostra a importância da arte na vida das pessoas. “Todo mundo tem um filme que marcou a sua vida, uma música que lembra alguém especial, um livro que nunca esqueceu”, afirmou Rosane.

“Esta é uma série não só sobre quem faz arte, mas sobre como nós somos permeáveis a ela e à cultura como um todo, e como isso faz com que a gente se entenda nesse mundo e entenda melhor o outro. A arte nos faz humanos”, continuou ela.

“‘Vicky e a Musa’ é uma série que valoriza a arte e a cultura, e mostra como isso pode transformar pessoas e como pessoas transformam territórios. Não é uma história apenas sobre quem faz arte, mas sobre como nós somos permeáveis à arte e cultura, e como isso faz com que a gente se entenda nesse mundo e entenda o outro. Arte é também empatia”, completou Svartman.

HISTÓRIA CENTRAL

Vicky (Cecília Chancez) e Luara (Tabatha Almeida) em Vicky e a Musa
Vicky (Cecília Chancez) e Luara (Tabatha Almeida) em Vicky e a Musa – Foto: TV Globo/Estevam Avellar

No primeiro musical criado e produzido pelos Estúdios Globo, se destacam os dilemas da adolescência – uma época em que “tudo parece o fim do mundo e, na verdade, é apenas o começo”, nas palavras da autora, e o amadurecimento dos jovens adultos, já que a trama passeia também por suas escolhas profissionais que se sobrepõem aos sonhos, pela entrada no mercado de trabalho, pelos relacionamentos que se transformam ao longo do tempo, entre outras questões.

O fio condutor dessa história sobre o poder transformador da arte é Vicky, uma jovem estudante cheia de sonhos, que sempre foi apaixonada por música e dança e tenta entender seu lugar no mundo com a chegada da adolescência.

Ela e Luara (Tabatha Almeida) sempre foram grandes parceiras, mas a relação das duas está abalada desde que Luara resolveu deixar a amiga de lado, sem qualquer motivo aparente, e passou a ignorá-la após a morte da mãe durante a pandemia de Covid-19.

Cansada dessa vida solitária e reagindo às provocações de Luara, Vicky desabafa na praça do bairro e, enquanto suas palavras carregadas de sentimento são ditas no timbre mais forte de sua voz, uma brisa intensa levanta a poeira no local e chama a atenção de todos.

O significado disso nem ela mesma sabe, mas seu pedido de socorro está prestes a ser atendido por Euterpe (Bel Lima), a musa da música segundo a mitologia Grega e uma das figuras que mais chama sua atenção nas aulas lecionadas por Isa (Malu Rodrigues), irmã de Luara.

CHEGADA DOS DEUSES

Euterpe (Bel Lima) em Vicky e a Musa
Euterpe (Bel Lima) em Vicky e a Musa – Foto: TV Globo/Estevam Avellar

Com inúmeros artistas que se tornaram ícones da música graças aos seus encantos, a filha de Zeus chega à Terra trazendo apenas um propósito: inspirar Vicky para, através dela, arrebatar outras pessoas e, consequentemente, todo o bairro de Canto Belo.

Junto de sua chegada, uma aura de magia toma conta do local, sinalizando que algo muito poderoso está prestes a acontecer: conforme Euterpe caminha pelas ruas, ela inspira as pessoas com sua purpurina mágica, que cantam com ela a música “O Sol”, de Vitor Kley, no primeiro de muitos clipes que embalam a trama.

Assim, a deusa, que chega um pouco perdida porque não pisa no planeta Terra há muito tempo, se encanta pela vizinhança. Sem que ninguém saiba que ela é uma divindade, Euterpe tem papel fundamental na transformação de Canto Belo, já que enxerga nos indivíduos algo que eles mesmos não veem.

Apesar da disposição e de estar munida de sua purpurina mágica do entusiasmo, a musa da música logo percebe que a tarefa não vai ser nada fácil. Para sua surpresa, e ao mesmo tempo, decepção, seu irmão Dionísio (Túlio Starling), deus do teatro, também volta à Terra.

Com um jeito excêntrico e ao mesmo tempo atrapalhado, ele tem certa dificuldade de interagir com os humanos. Eles não compreendem suas piadas milenares e seu humor incomum. Dionísio vai provocar muita confusão e, algumas vezes resolver empecilhos, com seu dom de se transformar em outras pessoas.

IMPORTÂNCIA DO CENÁRIO

Vicky (Cecília Chancez) lendo sobre Euterpe em Vicky e a Musa
Vicky (Cecília Chancez) lendo sobre Euterpe em Vicky e a Musa- Foto: TV Globo/Camilla Maia

É no teatro abandonado da região que os irmãos decidem se refugiar. E é, então, nesse lugar ‘sagrado’ que cada jovem envolvido no processo transformador de Canto Belo vai se reconectar com a sua essência ao longo dos episódios. Um efeito cascata terá início com a chegada dos deuses, por meio da arte, e vai propor aos personagens uma jornada de reencontro consigo mesmos e de reconexão em suas relações sociais.

Rosane Svartman destacou a importância do cenário para a trama: “Em ‘Vicky e a Musa’, o território também é protagonista, além das pessoas que vivem ali. Ao longo da trama, Canto Belo se transforma, assim como suas personagens. Mas Vicky tem extrema importância nesse processo, ela é o fio condutor”.

“É a personagem que sente falta de alguma coisa naquele lugar que nem sabe direito o que é e, sem querer, chama a musa da música. E é a partir da chegada de Euterpe (Bel Lima) que as pessoas e o território são transformados através da arte”, descreveu ela.

“O teatro começa abandonado até que os jovens o ocupam com a inspiração dos deuses da arte, e, à medida que vão se transformando e transformando o teatro, eles entendem que a arte vai além daquelas paredes e cadeiras”, afirmou a escritora.

IMPACTO DO GÊNERO MUSICAL

Euterpe (Bel Lima) cantando em Vicky e a Musa
Euterpe (Bel Lima) cantando em Vicky e a Musa – Foto: TV Globo/Estevam Avellar

Rosane Svartman ainda reforçou a importância do gênero musical para contar a história: “Influencia muito, porque as músicas precisam ajudar a contar a história e a retratar aquele momento de cada personagem. Acredito que o cancioneiro brasileiro é muito rico e viaja o mundo”.

“Temos artistas incríveis, uma diversidade muito bacana e nós da equipe de roteiro e pesquisa tentamos trazer isso para a série, com músicas de várias épocas e gêneros, mas que precisavam caber na narrativa”, declarou a dramaturga, antes e falar o que os fãs podem esperar da série.

“Espero que o público se inspire. Acho que ‘Vicky e a Musa’ faz a gente pensar sobre o nosso cotidiano, sobre a nossa realidade e como a arte está presente em nossas vidas. Espero que seja uma série lembrada também por alegrar a vida das pessoas”, concluiu Rosane Svartman.

A série Original Globoplay ‘Vicky e a Musa’ é o primeiro musical desenvolvido pelos Estúdios Globo, criado e escrito por Rosane Svartman, com direção artística de Marcus Figueiredo e direção de gênero de José Luiz Villamarim. O elenco da série, cuja segunda temporada tem previsão de estreia em dezembro, tem nomes conhecidos do público nas redes sociais, teatro, cinema e da TV.

Além de Cecilia Chancez, Tabatha Almeida, Bel Lima e Túlio Starling, o musical conta ainda com Nicolas Prattes, João Guilherme, Cris Vianna, Dan Ferreira, Jean Paulo Campos, Malu Rodrigues, Hilton Cobra, Pedro Guilherme Rodrigues, Leticia Isnard, Manu Estevão, entre outros. Os episódios finais da primeira temporada chegam ao Globoplay no dia 26 de julho.

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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.