Richarlison faz gol também fora de campo e se destaca à frente de ações sociais
Por Flavia Cirino - 25/11/22 às 11:40
São R$ 4,8 milhões por mês. Sim, gente. Isso tudo. O salário de Richarlison no Tottenham, na Inglaterra, antes de chegar ao bolso dele, tem um destino pouco conhecido. O “Pombo”, autor dos dois gols que garantiram a vitória da seleção brasileira na estreia na Copa do Mundo do Catar, contra a sérvia, destina parte a ações sociais.
Ajudar pacientes em tratamento de câncer, para ele, é imprescindível. Por isso, 10% do seu salário vai para o Instituto Padre Roberto Lettieri, instituição de tratamento contra o câncer. E é apenas uma das muitas ações que ele faz.
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“Muita gente não sabe. No Brasil eu tenho uma casa em Barretos, onde tem um hospital de câncer. Tem uma casa lá para ajudar as pessoas que não tem grana para poder ficar lá. Então ali eles têm comida de graça, tem tudo de graça. 10% do meu salário vai para lá para ajudar essas pessoas”, contou Richarlison.
O atacante do Tottenham começou com as doações após Geovana, considerada por ele sua segunda mãe, ter câncer. Desde então, ele mantem o compromisso social.
“Em 2017, uma das pessoas mais importantes da minha vida teve câncer e vi de perto sua luta para se curar e voltar a ter uma vida normal. A Geovana é tipo minha segunda mãe, é quem cuida de mim todos os dias e faz de tudo para que meus dias sejam os melhores possíveis”, detalhou.
RACISTAS E PRECONCEITUOSOS NÃO PASSARÃO
Com um fatídico histórico de direitos humanos, incluindo a posição sobre os direitos das mulheres e LGBTQIA+, o Catar proíbe a atividade homossexual para homens e mulheres e prevê, como pena máxima, até o apedrejamento. Perguntado sobre o assunto em coletiva antes da estreia do Brasil, Richarlison declarou apoio à minoria.
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“Aqui eu não sei o que eles irão fazer, se vamos usar a faixa LGBT ou contra o racismo. Independentemente de qualquer coisa eu apoio qualquer situação, o mais importante é isso”, disse.
Na ocasião da morte de George Floyd, homem negro morto por policiais brancos nos EUA, e do menino João Pedro, estudante de 14 anos que morreu durante operação das polícias Federal e Civil no Rio de Janeiro, ambas em maio de 2020, o jogador também se posicionou, recriminando duramente atos de racismo.
VACINA SIM, PELA VIDA
Richarlison jogava no Everton, da Inglaterra, quando a pandemia começou. Na época, ele fez uma doação de 500 cestas básicas para moradores de bairros carentes de Nova Venécia, município do Espírito Santo, onde ele nasceu e foi criado.
Em 2021, Richarlison também fez questão de se posicionar a favor da ciência, se tornando embaixador do programa USP Vida, da Universidade de São Paulo, que tem como objetivo realizar pesquisas e ações no combate à doença.
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Na Copa América do mesmo ano, o atacante leiloou a chuteira – estilizada com o desenho de um pombo – que havia utilizado na vitória da seleção brasileira por 1 a 0 sobre o Peru pela semifinal da competição.
Meses depois, Richarlison fez apelo aos brasileiros para incentivar a vacinação contra a Covid-19.
“Não tenho dúvida de que a vacina é confiável. Mas vejo que ainda tem gente com pé atrás, até mesmo alguns atletas. Uma pessoa que não se vacina pode afetar o grupo de jogadores e o clube no geral. E isso vale para qualquer área ou profissão”, escreveu o camisa 9, destacando os impactos da pandemia na vida de todos e também em sua rotina como atleta, como a paralisação dos campeonatos, os jogos em estádios vazios, etc.
FAZEI O BEM SEM OLHAR A QUEM
Em junho de 2019, o atacante ex-América-MG e Fluminense ajudou com R$ 50 mil a campanha de estudantes do Instituto Federal do Espírito Santo, campus de Nova Venécia, que puderam disputar a Olimpíada Internacional de Matemática em Taiwan, na Ásia.
Uma internauta revelou troca de mensagens com o craque, que ajudou em campanha de arrecadação para cirurgia do pai. Depois da boa ação, o camisa 9 da seleção brasileira ainda enviou uma camisa autografada do Watford para a família.
Ciente de seu papel social, Richarlison diz que a ajuda que dá às pessoas é uma retribuição: “Acho que isso incentiva outras pessoas para ajudar ao próximo. Não vai fazer falta para mim, eu faço de coração”.
Voa alto, Pombo!
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino