Ex-BBB Daniel Rolim fecha as portas de abrigo de idosos
Por Flavia Cirino - 15/11/21 às 10:39
Foram 27 anos de ininterrupta dedicação e amor. Nem mesmo durante os três meses em que ficou afastado fisicamente – por estar confinado no “Big Brother Brasil”, em 2011 – Daniel Rolim deixou de pensar nas idosas que viviam no abrigo “Casa do Amor”, em Recife. Mas, infelizmente, a casa fechou as portas. Sem recursos financeiros, Daniel teve que colocar um ponto final no seu projeto de vida e agora, terá que recomeçar a viver.
Apesar a dor, ele mantém o otimismo que ainda hoje, 11 anos pós sai participação no reality da Globo, é a sua marca registrada. Daniel cansou de “esperar por um milagre” e, certo de que fez o que pode e o que não pode preferiu fechar as portas a deixar de honrar com os compromissos.
Em entrevista à OFuxico, o advogado que era um dos favoritos da edição, ficando em terceiro lugar no ‘BBB11″ e até hoje é chamado de “Daniel Coqueiro”, pela icônica cena e que, numa festa, fez do coqueiro o seu par, abriu o coração destacou que sua missão continuará de outra maneira. Ele cansou de correr atrás de recursos.
“Não deixarei de lutar pela causa do idoso, mas será de outra maneira. Por muitos anos tive uma responsabilidade enorme e sinto uma imensa alegria por isso. Foi um crescimento pessoal que jamais teria; Mas agora partimos para outra fase da vida. Terei mais liberdade e poderei ajudar de outra maneira. Estar na Casa do amor foi a fase mais importante da minha vida”, disse Daniel Rolim.
ENTREVISTA
OFuxico: Por que, efetivamente, a Casa do Amor fechou as portas?
Daniel Rolim: Há 3 anos já vínhamos numa certa dificuldade e pós–pandemia, ninguém segura! Se empresas consolidadas faliram, imagine a gente que vivia de doação de amigos? Não dava. Há um ano eu já estava com vontade realmente de encerrar as atividades. Minha preocupação era apenas onde iam ficar as idosas. Tinha gente morando lá há 20 anos. Durante esse tempo eu vim trabalhando, me despedindo do sentimento e decidi realmente encerrar as atividades porque as dívidas só acumulam.
OFuxico: Você encerra com dívidas ou conseguiu zerar?
Daniel Rolim: O salário de outubro nós ainda não pagamos, temos que pagar outubro e o início de novembro. Não temos um centavo na conta. Não temos como pagar as vamos entrar em acordo com as funcionárias porque, graças a Deus, elas sã muito gratas porque a gente sempre deu a elas a oportunidade do primeiro emprego e agora têm uma bagagem profissional maravilhosa e não ficarão desempregadas. Fora todas capacitadas durante esse período.
OFuxico: Então é realmente a questão financeira que pesa?
Daniel Rolim: Não somente. Tem a parte burocrática. É cansativa e não ajuda em todos os sentidos. Fiquei cansado, enfadado disso. Quero também ter mais liberdade. Fiz esse trabalho por mas da metade da minha vida, foram 27 anos e agora quero liberdade para fazer outras coisas.
OFuxico: Não vai mais dispor seu temo para a causa dos idosos?
Daniel Rolim: Não é isso. Vou continuar trabalhando com a causa do idoso mas não de forma direta. Eu tinha uma responsabilidade, era um peso muito grande que eu tinha nas costas porque eu trabalhei com vidas e isso é muito importante.
OFuxico: Quantas moradoras havia no abrigo, nesta reta final?
Daniel Rolim: Algumas idosas, como não estávamos recebendo pessoas há um bom tempo, só estávamos apenas com sete idosas e eu vinha me despedindo delas no meu inconsciente. Foram todas juntas para uma entidade e foi muito bom, as amigas que já conviviam. Uma, graças a Deus, essa ficou feliz por ter fechado, porque foi pra casa da irmã que não encontrava há mais de 20 anos o temo que ela esteve no abrigo não viu a irmã, que ora em outra cidade. Ela está muito feliz. Todas tiveram um bom destino, com a glória do Senhor.
OFuxico: Tantos famosos já elogiaram seu trabalho no abrigo, alguns ajudaram em outras épocas, perdeu esses contatos? Ninguém mais se propôs a ajudar?
Daniel Rolim: No início a gente procurou todos os meios pra tentar salvar a casa, mas depois a ficha caiu e eu realmente me sinto com o dever cumprido. Vou batalhar, resolver a questão dos funcionários, pagar os encargos. Enfim, a sensação é de dever cumprido. Antes e me sentia triste e agora fico feliz. Vejo que meu sonho foi realizado. Tive a oportunidade de crescer muito. Fiz velórios de dezenas de pessoas porque não tinham famílias, isso é um crescimento grande para a alma, um know-how de sentimentos, de como trabalhar com a vida humana. Eu sei como envelhecer de uma forma melhor porque eu aprendi com as centenas de pessoas que passaram por lá durante esses 27 anos. É motivo de muito orgulho pra mim. Sou grato a Deus por ter todo a oportunidade de abrigar pessoas da melhor forma possível. Eu sempre quis que o abrigo fosse um lar. Ficaram as boas lembranças e esse sentimento de dever cumprindo.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino