Medo de Ilana, de ‘Um Lugar Ao Sol’, em assumir Gabriela, tem explicação
Por Redação - 22/02/22 às 19:30
A reta final de “Um Lugar ao Sol”, atual novela das 21h, da TV Globo, começou a mostrar uma grande mudança na vida de Ilana (Mariana Lima), recém separada de Breno (Marco Ricca) e mãe de primeira viagem. Na trama, ela voltou a encontrar Gabriela (Natália Lage), uma amiga de infância e sua obstetra, e percebeu que o que está sentindo pela colega pode ser bem mais que uma amizade. Em conversa com Rebeca (Andréa Beltrão), a empresária e ex-modelo fez a seguinte confissão:
“Mesmo sendo hétero e tendo, sei lá, zero vontade de beijar uma mulher, eu… De algum modo… Eu acho que…Eu me apaixonei por ela”.
E seguiu. “Não é culpa, é… Na verdade, é confusão. Eu mesma não me entendo. Rebeca, eu não sou gay. Nunca fui, nunca vou ser, mas… Ao mesmo tempo, ficar perto dela me faz um bem”.
OFuxico conversou com a sexóloga Luciane Angelo para aber se é certo dizer que nenhum heterossexual está livre de se apaixonar por uma pessoa do mesmo sexo.
“Se olharmos para a sexualidade de forma mais fluida, sem estar em caixas, tudo fica mais fácil. Muitas vezes há chances de nos sentirmos atraídos por pessoas do mesmo sexo, mesmo tendo um histórico heterossexual. Mas brecamos esse sentimento por acharmos que somos heterossexuais e ponto final”, disse.
Luciane disse ainda que, em muitos casos, essas pessoas não dão espaço para vivenciar a sexualidade de forma mais livre por conta de tabus sociais.
“Quando olharmos para o nosso sentimento com um olhar mais generoso para nós mesmos, teremos mais chances de sermos mais felizes independentemente de estarmos ao lado de pessoas do sexo oposto ou não”, explicou.
Na trama de Lícia Manzo, Ilana confessou medo e insegurança, mostrando-se apavorada com a descoberta deste novo sentimento. “Esse medo está muito ligado por a sociedade tratar a homossexualidade como algo inferior. As nossas vivências podem interferir nos nossos desejos”, disse.
A especialista, então, deu uma dica de como isso pode ser tratado. “A terapia é um ótimo apoio para ajudar as pessoas a se sentirem mais seguras em relação ao momento de vida e aos atuais desejos. Ela pode trazer a confiança em saber quem você realmente é, e a diminuir esse pavor da rejeição social, familiar e também da própria imagem que se faz de si mesmo”, aconselhou.
A sexóloga finalizou comentando sobre o tema da descoberta da homossexualidade tardia. Na novela, Ilana está com 45 anos.
“Como as mulheres estão num momento de mais descoberta sexual, ainda mais as mulheres 50+, nada mais justo do que estarem abertas também para novas experiências e isso inclui com o mesmo sexo. São descobertas de novos prazeres. E essas experiências tendem a aumentar à medida em que as mulheres se abrem para esse novo momento. As mulheres ‘menopausadas’ estão se redescobrindo e entendendo que podem viver novas fases e novas descobertas”, concluiu a especialista.
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