Saiba como Benedito Ruy Barbosa reagiu à adaptação de Renascer
Por Flavia Cirino - 04/02/24 às 07:00 - Última Atualização: 11 abril 2024
Benedito Ruy Barbosa está com 92 anos. Ele tinha 62 quando Renascer foi ao ar, fazendo estrondoso sucesso na Globo. Agora, três décadas depois, a novela chega para repetir o êxito, mas através de seu neto.
Bruno Luperi, de 38 anos assina a adaptação da trama, a segunda releitura que faz de uma obra do avô. A primeira foi Pantanal, exibida na Globo entre março e outubro de 2022.
Relembre um dos momentos mais marcantes de ‘Renascer’
O autor de Renascer contou primeiramente a OFuxico qual foi a reação de seu avô ao saber que ele adaptaria a novela. Sobrou emoção, não só no momento entre os dois, mas enquanto Luperi relatava.
“Ele ficou feliz, satisfeito. Eu me coloco no lugar dele, não tem recompensa maior que chegar nesse estágio da vida e ver que os frutos que você plantou frutificaram, ali em cima do caminho que ele trilhou”, disse, com a voz embargada.
Renascer: Tradição x modernidade
Por outro lado, Bruno destacou que, apesar da evolução da tecnologia e o advento do streaming, o que era impensável há 31 anos, ele ainda elege a tradicional TV aberta como preferência. Portanto, está confiante na boa condução de sua releitura.
“Sou meio saudosista, talvez um pouco apaixonado demais pelo que eu faço, então não me interprete mal, mas eu acho que a novela tem um espaço afetivo muito grande na vida das pessoas”, disse Bruno Luperi a OFuxico.
Ele fez uma comparação: “Eu queria que a novela resgatasse esse espaço, como, por exemplo, na época de Copa do Mundo, em que a cidade parava, pintavam as ruas, enfeitavam as casas, todo mundo se vestia de verde e amarelo. Eram dias pra reunir família. O futebol tem essa paixão no brasileiro, assim como a novela e o Carnaval”.
São poucos os instrumentos que atravessam o Brasil de norte a sul como a novela faz, com potência e força. As pessoas esperam uma grande novela como foi ‘Pantanal’, da mesma maneira que esperam uma boa seleção e campo. É paixão”.
Não por acaso, o novelista revelou que não consegue assistir novelas: “Sou fã do gênero do meu avô, desse Brasil profundo, dessa novela que é um mergulho íntimo. Ela apela muito pouco para o maniqueísmo, carrega em tintas humanas. E o trabalho dele é rico, porque vejo minha família, a maneira como fui criado, os valores que foram passados. O autor tem que se despir de tudo e se entregar para o trabalho. Eu tento fazer isso, como ele”.
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino