Gustavo Corasini tem encontro emocionante com mãe de amigo, morto em acidente

O ator mirim de “Pantanal” Gustavo Corasini, que segue internado no Hospital Santa Marcelina, na zona leste de São Paulo, se recuperando do atropelamento ocorrido na última terça-feira, 23 de agosto, recebeu a visita da mãe de Eduardo Delfino, amigo morto no acidente.

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Os familiares do menino disseram que o encontro foi repleto de emoção. “Foi muito emocionante para ambos. Ele disse a ela que vai ser o irmão do Vitor, do Gustavo e da Fernanda, e que irá ajudar cuidar deles. Disse que vamos conseguir realizar o sonho do Eduardo, que era para dar uma casa para a mãe”.

“Márcia pediu para ele comer, para ficar bem e poder ir embora. Ele prometeu que iria comer, mas infelizmente as náuseas ainda não estão deixando ele se alimentar”.

A família do ator comunicou ainda que estão aguardando o resultado de novos exames de sangue para em breve receber alta.

Mais cedo, Gustavo apareceu na cama do hospital, de perfil, agradecendo as mensagens de apoio que tem recebido. Em outra postagem, a mãe de Gustavo ainda postou uma reflexão. “Tudo acontece no tempo de Deus, não se desespere, não reclame, somente tenha esperança e bom ânimo. Deus está no controle”.

Nas redes sociais, ainda há informação sobre a vaquinha que os familiares de Gustavo estão organizando para ajudar a mãe de Eduardo, que trabalha como faxineira e costumava deixar o filho mais velho com os irmãos menores para poder trabalhar.

“O sonho e propósito do Eduardo sempre foi ajudar a mãe e os irmãos. E, através desta arrecadação que superou as expectativas, já pudemos proporcionar um funeral e uma homenagem linda para o Eduardo, assim como ele merecia! Nosso propósito agora é dar conforto para a mãe do Eduardo com a compra de uma casa que era o sonho dele”, afirmou.

O ACIDENTE

Gustavo teve fraturas no braço, na perna e na bacia e passou por cirurgias. Foi informando ainda que o ator precisou colocar uma sonda para conseguir urinar, pois ainda sofre com os efeitos das medicações.

Um vídeo de Gustavo brincando com Eduardo momentos antes do acidente foi compartilhado nas redes com uma homenagem ao garoto que morreu.

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Uma publicação compartilhada por Gustavo Corasini (@gustavocorasini)

“Foram tantos momentos felizes que passavam juntos, tantas brincadeiras, sorrisos, piadas e até brigas. Você foi um irmão pro Gustavo e um filho pra mim, me perturbava falando que era sua mãe. Sua missão aqui foi curta mas foi intensa, você viveu como gente grande, cheio de responsabilidades, mas era só um menino. Um menino feliz, brincalhão, zueiro e que não deixava ninguém em paz. Até o último role de vocês juntos pra curiar o que estava acontecendo foi fazendo farra. Eduardo que Deus o receba de braços abertos meu menino, meu cria como vc gostava de dizer. Por aqui vamos amparar sua mãe e seus irmãos, vá em paz sua missão foi cumprida com sucesso. Cuida dessa molecada aí de cima por favor. Nos te amamos e você vai fazer muita falta. Vamos continuar enfeitando nossa rua bem linda em sua homenagem”.

MULHER É INDICIADA

De acordo com a revista Quem, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo indiciou a mulher que atropelou por dois crimes: lesão corporal culposa na direção de veículo e homicídio culposo na direção de veículo.

Em texto enviado à publicação, a instituição confirmou o indiciamento e dá detalhes do caso.

“Um adolescente, de 13 anos, morreu ao ser atingido por um veículo, na noite da terça-feira (23), por volta das 18h, na Rua Espumas, no Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo. Uma mulher, de 53 anos, foi indiciada. Policiais militares atenderam a ocorrência e, no endereço indicado, verificaram que a autora estava conduzindo um I/Hyundai Veloster, na cor prata, quando acabou se atrapalhando com os pedais. Ao invés de frear, ela avançou contra a vítima fatal e um outro adolescente, de 12 anos”.

O comunicado continua descrevendo o acidente, dessa vez abordando o procedimento de socorro dos adolescentes e os detalhes do registro do crime culposo:

“Ambos os adolescentes foram socorridos ao Hospital Santa Marcelina do Itaim Paulista, onde um deles morreu. O caso foi registrado como homicídio culposo na direção de veículo e lesão corporal culposa na direção de veículo pelo 50º Distrito Policial (Itaim Paulista)”.

Na manhã de sexta-feira, 26 de agosto, o ator mirim de “Pantanal” Gustavo Corasini recebeu a visita de uma psicóloga no Hospital Santa Marcelina, em São Paulo, onde permanece internado deste a última terça-feira, 23 de agosto, quando sofreu um atropelamento na rua onde mora, no bairro do Itaim Paulista. O amigo Eduardo Delfino, de 13 anos, que brincava com ele, não resistiu aos ferimentos e morreu.

REAÇÕES DE GUSTAVO APÓS O ACIDENTE

Fernanda Corasini, mãe do ator, relatou que a psicóloga conversou “um pouquinho com ele, mas ele ainda está muito triste e se fechou para a conversa“. Informou que será feito um trabalho para cuidar da parte psicológica de Gustavo que está bastante abalada. “O acidente foi horrível, ele presenciou toda a situação do estado grave que estava o amigo. Além da perda, são cenas perturbadoras que não saem de seus pensamentos”, contou.

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PSICÓLOGO FAZ ALERTA

OFuxico conversou com o psicólogo e escritor Alexander Bez, atuante na área há mais de 23 anos e especialista em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA) para entender incialmente a recusa de Gustavo quer falar.

“O choque é o estágio inicial de um processo traumático. Quando a pessoa está em choque, neurologicamente falando, ela entra em estado de estupor, em que o doente, apesar de consciente, não reage a estímulos externos, permanecendo imóvel, aparentemente sem sensibilidade, fazendo com que a pessoa se afaste um pouco da realidade”, explicou.

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“O choque traumático também está relacionado a não aceitação do trauma. Saindo do choque, esse paciente pode apresentar uma sintomatologia onde pode haver uma expectativa de querer sair daquele quadro que ele viveu. E, além disso, a gente está falando também de sintoma de estresse pós-traumático. Nisso, ele irá precisar ter uma profunda atenção para que ele não desencadeie uma ansiedade patológica, que pode ser um grande problema”, afirmou.

O QUE É ANSIEDADE PATOLÓGICA?

A ansiedade passa a ser patológica quando começa a prejudicar o dia a dia, causando transtornos físicos e emocionais e interferindo na qualidade de vida do indivíduo, que não consegue controlá-la. Os sintomas podem começar desde criança e persistirem até a fase adulta, sendo os mais frequentes: Tontura, tremores, inquietação, Suor em excesso, falta de ar, tensões musculares, insônia, sensação de fraqueza ou cansaço, irritabilidade e mudanças de humor, problemas gastrointestinais, palpitações e desmaios.

De acordo com o especialista, para que Gustavo volte a ter a vida que levava antes do acidente, ele irá precisar de muita atenção familiar, terapia de apoio e terapia também em função do luto que ele viveu pela perda do amigo. “Existem todas essas questões que precisam ser sanadas e remediadas para que a pessoa possa ter uma qualidade de vida novamente”, contou.

“É triste, porque a gente está falando de um menino de 12 anos que está entrando na adolescência. A gente tem que tratar esse choque com muita psicoterapia, às vezes há a necessidade de entrar com ansiolítico mesmo com 12 anos, para que realmente a ansiedade não vire crônica. Enquanto durar o choque, ele vai ficar assim. É um processo reacional totalmente normal a configuração do choque”, explicou o psicólogo.

De acordo com a mãe do ator, Gustavo não está conseguindo se alimentar e ainda sente dores pelo corpo. A previsão é que ele deixe o hospital na segunda-feira, 29 de agosto.

“Ficaremos no hospital por mais alguns dias devido a medicação que vem tomando. As dores são muitas, dói tudo, mas não tem posição para ficar. Ele ainda não está conseguindo se alimentar. As dores da alma tirou o brilho do seu olhar, Gustavo está muito triste com a perda do amigo… chora, questiona e às vezes vem as lembranças das artes que aprontavam”, escreveu.

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“Como se explica para uma criança que seu amigo se foi e nunca mais vai voltar? No primeiro momento, Gustavo ficou em choque, se desesperou e chorou muito. Me perguntou muitas vezes por que? Que explica o motivo da partida?”, questionou a mãe do menino.

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