José Mayer volta a ser internado. Entenda a doença do ator!
Por Redação - 03/03/23 às 20:08
José Mayer foi às redes sociais nesta sexta-feira, 3 de março, avisar aos fãs que voltou a ser internado no Rio de Janeiro. O ator de 73 anos disse aos seguidores que está na unidade médica recebendo a penúltima infusão no tratamento da doença autoimune chamada Granulomatose de Wegener.
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No último dia 18, a equipe do ator explicou mais sobre o estado de saúde do artista, que naquela data estava internado, mas depois recebeu alta.
“Em resposta às solicitações da imprensa que o José Mayer se encontra internado na Casa de Saúde São José para uma sequência de exames necessários, após ligeira indisposição respiratória. O ator encontra-se com bom ânimo respirando sem necessidade de aparelhos e, após a realização dos exames, tem alta já prevista para os próximos dias. Ele, que recentemente postou um agradecimento ao carinho dos fãs e amigos, renova sua gratidão a todos mais uma vez.”
Dias antes, o colunista Léo Dias havia noticiado que Mayer havia tido um sangramento no pulmão. O ator falou diretamente do hospital com a colunista Fabíola Reipert, do quadro “A Hora da Venenosa”, do “Balanço Geral” da Record TV.
GRANULOMATOSE DE WEGENER: SAIBA MAIS SOBRE A DOENÇA
O site oficial Jornal Brasileiro de Pneumologia explica mais sobre a doença autoimune que acometeu o ator José Mayer.
“A granulomatose de Wegener caracteriza-se por vasculite necrosante granulomatosa que acomete preferencialmente vias aéreas superiores, inferiores e rins. Seu diagnóstico é feito associando-se as manifestações clínicas, radiológicas (múltiplos nódulos escavados) e os achados anatomopatológicos e o anticorpo anticitoplasma de neutrófilos positivo. O tratamento com corticosteróides e ciclofosfamida leva a 90% de remissão da doença em 1 ano.”
“A doença acomete homens e mulheres sem predileção por sexo, com maior frequência em indivíduos na quinta década de vida, podendo ocorrer, no entanto, em qualquer faixa etária. Os sinais e sintomas iniciais são bastante inespecíficos e o tempo até o diagnóstico pode ser bastante prolongado, principalmente nos casos de evolução mais indolente. Sintomas constitucionais (febre e emagrecimento) estão presentes em cerca de 40% e 70% dos pacientes, respectivamente, no momento da apresentação.”
MANIFESTAÇÕES PULMONARES
“O envolvimento pulmonar ocorre em cerca de 45% dos casos no início da doença e entre 66%(3) e 85%(4) no seu decorrer. Os sintomas mais comuns são tosse e hemoptise, seguidos de dispnéia. Os achados radiológicos mais frequentes são infiltrados pulmonares (67%) e nódulos (58%), estes geralmente múltiplos, bilaterais e cavitação em cerca de 50% dos casos. A tomografia computadorizada de tórax revela infiltrados e nódulos não observados no radiograma convencional em 43% a 63% dos pacientes.(6) Manifestações menos frequentes incluem derrame pleural (5% a 20% dos pacientes), presença de massas mediastinais e aumento de linfonodos.
“Alterações em vias aéreas inferiores são bastante comuns (37%) como achado incidental, sendo a estenose subglótica a manifestação mais frequente. São relatados dispnéia aos esforços, tosse e estridor nas formas mais graves. Em 75% dos casos o achado broncoscópico é o de segmento estenótico da via aérea, com aparência cicatricial, sem alterações inflamatórias agudas. A estenose subglótica é a manifestação mais comum, sendo frequentemente necessárias dilatações, muitas vezes com múltiplos procedimentos. Nos casos extremos de insuficiência respiratória, utilizam-se próteses intratraqueais e traqueostomia. Em geral são realizadas dilatações, ressecções com laser de CO2 e injeções intralesionais de corticosteróide. Cerca de 45% dos pacientes necessitam de procedimentos múltiplos para resolução da estenose.”
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da granulomatose de Wegener é baseado em critérios clínicos, radiológicos, sorológicos e anatomopatológicos. De acordo com Academia Americana de Reumatologia, o paciente pode apresentar inflamação nasal ou oral; nódulos, infiltrados fixos, ou cavitações na radiografia simples de tórax; hematúria microscópica ou mais de cinco eritrócitos por campo de grande aumento; inflamação granulomatosa na biópsia.
TRATAMENTO
“As formas estáveis devem receber o tratamento convencional com prednisona 1mg/kg/dia por quatro a seis semanas, com retirada lenta (2,5 mg por semana ou a cada quinze dias), completando-se a retirada em seis meses. Deve-se associar ciclofosfamida na dose de 2-3 mg/kg/dia, dose esta que deverá ser ajustada de acordo com o número de linfócitos – mantido ao redor de 1.000/mm3. A ciclofosfamida deverá ser retirada um ano após a remissão da doença.”
“Dada a citotoxidade do esquema convencional, vários trabalhos têm sido conduzidos com outras drogas. O uso de azatioprina (2 mg/kg/dia) substituindo a ciclofosfamida no tratamento de manutenção após indução de remissão foi proposto por um estudo recente. Este estudo, randomizado e controlado, mostrou taxas semelhantes de recidivas entre os grupos tratados com azatioprina e ciclofosfamida, com menor incidência de efeitos colaterais no primeiro grupo.”
“Metotrexato (0,3 mg/kg/semana) é outra opção terapêutica para pacientes refratários ou com efeitos da toxicidade da ciclofosfamida. Estudos com esta droga são limitados, e sua eficácia não é totalmente estabelecida. Em um estudo aberto não controlado, metotrexato foi utilizado em 42 pacientes como droga de manutenção após remissão com ciclofosfamida, porém com recidiva de 52%.”
“As formas graves devem ser tratadas agressivamente com pulso de metilprednisolona (500 a 1.000 mg/dia por três dias), e ciclofosfamida (2 a 3 mg/kg/ dia).(3-5) A realização de plasmaferese pode ser considerada nos casos refratários.
Trimetoprim-sulfametoxazol (800mg/dia de sulfametoxazol) deve ser associado aos pacientes com granulomatose de Wegener com diminuição do número de recidivas, e também como profilaxia de P. carinii na fase de imunossupressão.”
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