Juliano Cazarré atualiza estado de saúde da filha recém-nascida e se emociona
Por Redação - 12/07/22 às 13:10
Juliano Cazarré, o Alcides de “Pantanal”, foi às redes sociais na manhã desta terça-feira, 12 de julho, atualizar o estado de saúde da filha recém-nascida, Maria Guilhermina. A criança nasceu no último dia 21 de junho, apresentou uma cardiopatia congênita rara, passou por uma cirurgia no coração e segue se recuperando na UTI de um hospital em São Paulo, na companhia da mãe, Letícia Cazarré.
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“Bom dia a todos, tô entrando aqui de improviso, tive essa ideia ontem a noite de fazer umas meditações aqui ao longo dos próximos 30 dias…. A gente teve a Maria Guilhermina que nasceu precisando de cirurgia cardíaca, uma cirurgia grave, ela está se recuperando bem. De vez em quando ela dá um susto na gente. Ontem ela deu um baita susto em nós. A Letícia está passando por isso lá com muita força, serenidade e muita garra, está segurando uma bronca lá”, contou.
“Eu estou aqui no Rio de Janeiro com as crianças [o ator é pai de mais quatro filhos] e eu sinto que elas estão precisando de mim, aqui, também, cada um apresentando um tipo de problema. A Maria Madalena, que é a mais novinha, [está] muito chorosa, com certeza sentindo falta da mãe, porque ainda não entende o que está acontecendo, os mais velhos fazendo coisas que não eram para fazer, tipo, assistindo TV até mais tarde, fugindo dos horários, então eu estou aqui em casa tentando colocar as coisas nos eixos”, explicou.
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Na gravação de pouco mais de 22 minutos, Cazarré, que é católico, disse que tem pedido muito a interseção de São José, chefe da Sagrada Família, “aquele que resolvia as questões materiais e dava condições de vida para Jesus e Maria”, segundo a bíblia.
“Então não é um projeto que eu pensei muito, então eu vou pegar ao longo dos dias alguns livros e vou trazer aqui uma medição de São José e aí no final a gente pode fazer uma oração”, disse o ator, dando início a oração. Durante a fala, é possível perceber a emoção do ator, os olhos brilhantes, como se estivesse segurando lágrimas.
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Juliano encerrou dizendo que voltará no dia seguinte, mas não prometeu nenhum horário. “É isso, pessoal, vou tentar fazer sempre assim, um pouco mais curto… e a gente se vê amanhã. Eu não sei o horário, minha vida está um pouco bagunçada aqui com a gravação [de “Pantanal”], com a casa e com as crianças, com a minha atenção e meu coração lá em São Paulo, com a Letícia e a Guilhermina. Então fiquem atentos aí que amanhã eu solto a segunda meditação do segundo dia com São José. Um beijo a todos”, concluiu o ator, agradecendo as orações que vem recebendo das pessoas.
Veja a gravação completa clicando aqui.
SOBRE A DOENÇA DE MARIA GUILHERMINA
Para esclarecer sobre a condição rara que afeta a bebê recém-nascida de Juliano Cazarré e Letícia Cazarré, OFuxico conversou com a Dra. Juliana Rodrigues Neves, especialista em Cardiologia Pediátrica e Diretora do Departamento de Intervenções em Cardiopatia Congênitas da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI).
A anomalia de Ebstein consiste em uma má formação rara da valva tricúspide. Ela se desenvolve em cerca de 1% de todas as cardiopatias congênitas e, quando ocorre, a válvula tricúspide é malformada, ficando posicionada em uma área muito baixa, o que possibilita o escape do sangue para trás a partir do ventrículo para o átrio. “A anomalia de Ebstein é uma cardiopatia congênita rara e na sua forma neonatal como foi o caso da Maria Guilhermina, ela é extremamente rara. A cardiopatia congênita do tipo anomalia Ebstein ocorre em 01 a cada 20 mil recém-nascidos”, ressalta a doutora Juliana Rodrigues Neves.
Tudo isso resulta no aumento do átrio e a “atrialização” do ventrículo direto, ocasionando uma insuficiência cardíaca congestiva e um back-up do fluxo sanguíneo, que pode fazer com que se acumule líquido nos pulmões. Além disso, também surge um fluxo insuficiente de sangue vermelho para o corpo.
“A anomalia de Ebstein se trata de uma má formação em uma das válvulas do coração, que abrem para deixar o sangue passar e fecham para que ele não retorne pelo caminho de onde veio. Então, nesta condição, há uma anomalia da válvula chamada triplos. A válvula tricúspide é a porta de entrada do coração e permite que os vasos que trazem o sangue já usado (já retirado o oxigênio pelo corpo), e eles retornem ao coração, passam pela válvula tricúspide e seguem para o pulmão para receber esse oxigênio de volta. A anomalia de Ebstein é uma doença desta válvula, que está implantada mais baixo do que o seria o normal. Sendo assim, a doença se torna mais grave quanto mais baixo for essa implantação da válvula”, explica.
A especialista também esclareceu como é feito o diagnóstico em casos como o da filha recém-nascida do ator Juliano Cazarré. “Nesse caso, o diagnóstico foi realizado ainda dentro do útero. Isso é feito por meio de um exame que se chama ecocardiograma fetal, feito por um médico cardiopediatra, especialista em realizar o ecocardiograma ainda na barriga da mãe, é com esse ultrassom que se determina a forma da doença de Ebstein, o grau de repercussão e se vai ser necessário uma intervenção logo após o nascimento ou não”.
Em relação ao tratamento, ela ressaltou que existem várias formas anatômicas da anomalia, sendo que a mais grave é a de apresentação neonatal e exige uma intervenção logo após o nascimento.
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“O bebezinho diagnosticado com a anomalia de Ebstrein nasce precisando de outra passagem de sangue para o pulmão que não seja a passagem normal, que seria via válvula tricúspide e artéria pulmonar. Por isso, precisa passar por um procedimento logo após o parto. Existem duas formas de intervir nesses bebês: A primeira é uma cirurgia de peito aberto em que o cirurgião coloca um tubinho e cria uma passagem desse sangue para o pulmão, e a outra é um procedimento feito por cateterismo, em que é inserido um stent, que consiste em uma pecinha de metal que faz com que esse sangue passe para o pulmão por uma veia que todo bebê tem dentro da barriga da mãe que chama canal arterial, mas que tende a fechar após o nascimento. Ou seja, o stent impede o fechamento deste canal”.
“Caso o bebê não passe por nenhuma intervenção, ele desenvolve o que a gente chama de cianose, o recém-nascido com a oxigenação mais baixa”, finalizou.
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