SBT nega que foi obrigado a divulgar vídeo contra LGBTfobia

O SBT divulgou um nota oficial à imprensa no início da tarde desta quarta-feira 12, de janeiro, negando não ser verdade que sua campanha sobre a importância de combater a LGBTfobia foi ordenada pela Justiça. “Ao contrário do que está sendo divulgado, não existe condenação contra a emissora e nem à artista Patricia Abravanel“, diz um trecho do comunicado.

No texto, a emissora de Silvio Santos diz que lançou o vídeo em todas as suas plataformas digitais com o intuito de conscientizar as pessoas sobre o fato. “A emissora sempre teve o seu Comitê de Diversidade e Inclusão para tratar dessa e de outras temáticas ao longo dos anos”.

O canal concluiu dizendo que tomaria as providências necessárias a respeito de “informações inverídicas” publicadas por alguns veículos.

Mais cedo, o colunista do Uol Mauricio Stycer comentou a iniciativa da emissora recordando um episódio ocorrido em junho de 2021 envolvendo a apresentadora Patrícia Abravanel. Durante o programa “Vem pra Cá”, a filha do Dono do Baú disse que os homossexuais precisavam “compreender” quem não os respeita e que é difícil falar sobre diversidade com os filhos.

Segundo o colunista, na época, o comentário foi considerado homofóbico e teria gerado um pedido de uma ação administrativa na Secretaria de Justiça de São Paulo, com base na Lei 10.948/01. Ainda de acordo com o jornalista, a iniciativa foi da Associação Brasileira de Mulheres Lésbicas, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Intersexos, presidida pela advogada Luanda Pires. A lei estadual estabelece punições contra “toda manifestação atentatória ou discriminatória praticada contra cidadão homossexual, bissexual ou transgênero”, escreveu Stycer.

Na terça-feira, 12 de janeiro, a advogada Marina Ganzarolli, que faz parte da associação, festejou a divulgação da campanha da emissora. Ela disse nas redes sociais “que o SBT, com a obrigatória participação de Patrícia, foi obrigado a reproduzir em sua programação, durante todo o mês de janeiro de 2022, campanha publicitária educativa contra a LGBTfobia”. Segundo Stycer, Ganzarolli ,posteriormente, excluiu essa informação da mensagem em sua rede social.

O colunista informou ainda que ouviu a advogada Luanda Pires, que confirma que não houve condenação ao SBT. Mas diz que a divulgação da campanha na televisão é resultado de um “acordo”, assinado pelos advogados da emissora, de Patrícia Abravanel e pela associação que ela preside. Luanda ainda teria dito ao jornalista que o acordo, assinado em 2021, é sigiloso e, por isso, não poderia divulgar os compromissos assumidos pelo SBT. Na hipótese de descumprimento do acordo, o caso voltaria à esfera judicial.

VEJA A CAMPANHA DO SBT

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA

“São Paulo, 12 de janeiro de 2022 – O SBT esclarece que não é verdade que sua campanha sobre a importância de combater a LGBTfobia foi ordenada pela Justiça. Ao contrário do que está sendo divulgado, não existe condenação contra a emissora e nem à artista Patricia Abravanel.

É bom que fique claro que o SBT lançou essa campanha na TV e em todas as plataformas digitais com o intuito de conscientizar e transformar as pessoas. A emissora sempre teve o seu Comitê de Diversidade e Inclusão para tratar dessa e de outras temáticas ao longo dos anos.

Vale ressaltar ainda que, através da Universidade Corporativa e da plataforma SBT do Bem, o canal possuí um calendário anual de ações afirmativas em diversidade, inclusão e pertencimento. A iniciativa, inclusive, conta com o apoio da empresa uma diversidade criativa, referência no mercado.

Ciente da gravidade e por se tratar de informações inverídicas, o SBT já tomou as devidas providências para esclarecer a situação e irá solicitar a retificação das publicações.”

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