As séries LGBTQIAPN+ dominaram o ano de 2022. Relembre conquistas!

Por - 22/12/22 às 10:00

Fotomontagem de Nick (Kit Connor) e Charlie (Joe Locke) se abraçando em Heartstopper e Ava (Alva Baptista) e Beatrice (Kristina Tineri-Young) se abraçando em Warrior NunFoto: Reprodução/Instagram @heartstoppertv e @warriornunbr_/Montagem

Quanto mais o tempo passa, mais as séries vêm evoluindo e fazendo cada vez mais parte da nossa cultura popular. Quem não fica ansioso para os lançamentos da TV e do streaming ao longo dos meses, comentando cada episódio com os amigos e até mesmo implorando por uma renovação?

Com essa grande gama de produções sendo feitas, novos nichos puderam ser explorados, e uma diversidade maior de temas abordados, inclusive em relação à representatividade, e a comunidade LGBTQIAPN+ pode se ver em tela em diversas obras das mais variadas tramas.

Em 2022, diversas produções contaram com casais LGBTQIAPN+ como foco em tela, o que rendeu diversos comentários e conquistas, com OFuxico relembrando algumas dessas obras e vitórias dessas atrações.

O FÊNOMEMO HEARTSTOPPER

Não temos como falar de séries LGBTQIAPN+ sem falar do fenômeno que foi “Heartstopper”, da Netflix, baseada em uma web-série em quadrinhos e que depois ganhou uma versão física, com os quatro livros já disponíveis no Brasil, além de um Almanaque especial.

Assim que estreou, a atração se tornou uma das mais bem avaliadas pelos críticos e público no site agregador de críticas Rotten Tomatoes, respectivamente com 100% e 98% de aprovação. Vale ressaltar que dificilmente alguma série ou filme agrada a toda a crítica, sendo extremamente raro de acontecer, e muitas das vezes, o público acaba achando o oposto, o que não se mostrou o caso!

Heartstopper com boa avaliação no Rotten Tomatoes
Heartstopper está sendo aclamada pelo público e pela crítica (Foto: Reprodução/Rotten Tomatoes)

Aliás, outro site de críticas chamado Metacritic também conta com ótimas avaliações para “Heartstopper”, com aprovação de 84/100 dos críticos (sendo sete positivas e 1 mista) e 8.9/10 do público (sendo 94 positivas, três mistas e dez negativas). Aclamação que chama?

notas de heartstopper no site metacritics
Reprodução/Metacritic

Dentro da Netflix, a atração permaneceu no top 10 global da Netflix por duas semanas, além de ter aparecido no top 10 da plataforma de streaming em 54 países, e tamanho sucesso recompensou os fãs com um anúncio mais do que especial: renovação para mais duas temporadas!

LIVROS E EMMY CRIANÇAS E FAMÍLIA

Como dissemos anteriormente, “Heartstopper” é baseada em uma série de livro/quadrinhos escrita por Alice Oseman, tendo quatro volumes publicados no Brasil, e assim como toda adaptação audiovisual, a produção atraiu novos leitores. Por conta disso, em meados de maio, a venda dos exemplares dos livros disponíveis no Brasil atingiu seu pico desde o lançamento no país, totalizando 6.712 cópias.

Até hoje, os livros aparecem entre os mais vendidos de diversas categorias da Amazon. “Heartstopper” veio para ficar! Lembrando que, apesar do romance entre dois homens ser o foco, a série conta com personagens gays, lésbicas, bissexuais, trans e diversas identidades sexuais e de gênero.

E toda essa consagração a “Heartstopper” teve sua consagração ao receber nove indicações ao Emmy na premiação voltada a obras destinadas a “Crianças e Família”, cuja entrega dos troféus aconteceu no dia 11 de dezembro.

A serie recebeu cinco vitórias em suas noves indicações, sendo eles: Melhor elenco de série Jovem, Melhor Roteiro de Série Jovem (indo para Alice Oseman, que também roteirizou a adaptação), Melhor Performance Convidada (para Olivia Colman), Melhor Performance Principal (para Kit Connor) e o principal prêmio da noite, Melhor Série Jovem.

O PODER DE PRIMEIRA MORTE

Outra série LGBTQIAPN+ que deu muito o que falar em 2022 foi “Primeira Morte”, também da Netflix, que trouxe uma versão de “Romeu e Julieta” entre duas mulheres, misturando assim representatividade e fantasia, afinal, Juliette (Sarah Catherine Hook) e Calliope (Imani Lewis) são, respectivamente, uma vampira e uma caçadora de monstros.

Apesar dessa rivalidade natural e do fato de que, inicialmente, uma deveria eliminar a outra, um fato que agradou muitas pessoas foi como a sexualidade das personagens não é questionada ou vista como um problema, algo celebrado pelas atrizes protagonistas.

“A representatividade nessa série é fenomenal. É uma honra estar nessa posição e representar comunidades tão incríveis […] É uma vitória a nível pessoal”, afirmou Imani Lewis. “É muito legal como os pais de Calliope e Juliette não questionam a sexualidade delas. Eles aceitam totalmente e isso nunca é parte do conflito. Acho muito incrível que a gente tenha esse tipo de história no ar. Não é uma história sobre se assumir. Estamos normalizando a relação queer”, declarou Sarah Catherine Hook.

Quer mais? A série foi assistida por mais de 30 milhões de horas em sua semana de estreia na Netflix, mais que o dobro de horas que “Heartstopper”, que também foi um fenômeno como descrevemos acima.

Infelizmente, a série foi cancelada meses depois da estreia, mas Juliette e Calliope seguirão sempre vivas em nosso coração, e sabem que fizeram história em oito episódios!

A “FACADA” DE WARRIOR NUN

Vamos voltar a falar de adaptações bem-sucedidas, “Warrior Nun” é mais uma obra da Netflix com representatividade LGBTQIAPN+ que foi um arraso com público e crítica. Oriunda dos mangás, a trama acompanha uma jovem de 19 anos que acorda em um necrotério com um artefato divino nas costas e descobre que faz parte de uma antiga ordem da igreja católica formada por freiras superpoderosas com a missão de combater demônios na Terra, sendo perseguida por forças poderosas do bem e do mal que tentam controlá-la.

Ainda, em meio a tanta aventura, ação e reviravolta, Ava (Alva Baptista) e Beatrice (Kristina Tineri-Young) se tornam um casal. Beatrice sempre foi abertamente lésbica, tendo crescido enxergando sua sexualidade como “anormal”, e foi enviada à Ordem por conta disso, e se tornou expert em batalhas para superar quaisquer críticas que fariam a ela por sentir o que sente.

Na segunda temporada, as personagens foram se aproximando mais, e os fãs que torciam pelo casal receberam um mimo ao fim dos episódios quando as duas tascaram um beijo e se tornaram oficialmente ligadas romanticamente.

Conquistas da série? Um mês inteiro no top 10 global de séries mais assistidas da Netflix na semana em questão, dominando o mês de novembro da plataforma de streaming, resultando em um total de mais de 86 milhões de horas. Igual a “Heartstopper”, a segunda temporada conquistou 100% de aprovação da crítica e 99% de aprovação do público.

Por conta disso, ninguém entendeu o cancelamento da Netflix para “Warrior Nun” após tanto sucesso em seu segundo ano, gerando uma petição de “descancelamento” que comprovou ainda mais a força da atração, e já conta com mais de 50 mil assinaturas.

TAILÂNDIA E SUA GRANDESA

Falamos de muitas obras ocidentais, mas diversas produções orientais também contaram com representação LGBTQIAPN+ bem-sucedidas e aclamadas pelos fãs de séries, e vamos destacar como exemplo “KinnPorsche: The Series” e “GAP The Series”, que contam com casais homoafetivos tanto masculino quanto feminino, respectivamente.

“KinnPorsche: The Series” é uma série tailandesa de ação e romance, cujos protagonistas carregam o nome da série, que é baseada é uma web novela criada pelos irmãos Daemi. Na história, Kinn (Mile Phakphum Romsaithong) é filho de uma máfia poderosa, e acaba sendo surpreendido por inimigos em uma noite.  Tendo que fugir, ele acaba e encontrando e esbarrando em Porsche (Apo Nattawin Wattanagitiphat), um estudante e garçom de meio período que viu todos os acontecimentos.

Ao demonstrar habilidade em artes marciais, Porsche recebe a oferta de ser guarda-costas de Kinn, e aceita apesar dos receios. Com o tempo, eles desenvolvem sentimentos um pelo outro enquanto são desafiados pela vida em vários sentidos. A segunda temporada chega em 2023.

Outra série tailandesa de muito sucesso em 2022 foi “GAP The Series”, sendo a primeira atração focada em mulheres como casal após o sucesso com homens se relacionando em obras do país. Baseada no livro de mesmo nome de Devil Planoy, e acompanha Mon (Becky Asmstrong), uma recém-formada que vai trabalhar em uma grande empresa comandada por Khu Sam (Freen Sarocha).

Todvaia, vamos descobrindo que Mon é apaixonada por Sam desde a adolescência, e acompanhamos ela se desiludindo com sua paixão conforme vai conhecendo melhor a CEO. Será que rola alguma coisa? Ou novos amores são encontrados? Assista para saber!

ATÉ O BRASIL ESTÁ NA JOGADA!

Apesar de ser o país que mais mata pessoas da população LGBTQIAPN+ no mundo, o Brasil também vem se mostrando muito consumidor de obras representativas, mostrando que, aos poucos, as pessoas estão mudando sua mentalidade e/ou mostrando a força de serem quem são.

Por conta disso, atrações voltadas ao assunto estão sendo feitas em território nacional também, como é o caso da série “Stupid Wife”, disponível completa no Youtube, baseada no conto “Lembre-se de Nós”, de Nathália Sodré, além de ser um nome associado a muitas fanfics diferentes de romances entre mulheres.

Na história, Luíza (Priscila Reis) e Valentina (Priscila Buiar) são estudantes de direito e colegas, mas a primeira vê na segunda todos os defeitos que ela acredita que alguém pode ter, a odiando por isso. Todavia, em dado momento, Luíza acorda e se vê dez anos mais velha e, pasmem, casada com Valentina! E elas tem um filho, Léo (Thomás de Araújo).

É descoberto que a jovem foi vítima de um trauma, do qual ainda desconhece e que a levou a um processo de Amnésia Dissociativa, levando a personagem a ter que se redescobrir, trazendo como mote principal um distúrbio pouco comentado socialmente, assim como o Transtorno de Despersonalização.

Ah, e se prepare para cenas extremamente quentes entre as protagonistas viu!

BÔNUS: ESSES CASAIS FORAM ELEITOS OS MELHORES DO ANO!

Para corar este especial de forma “dourada”, vamos ressaltar como o público brasileiro elegeu os casais aqui mencionados como os melhores deste ano quando o assunto é séries. Isso ocorreu por meio do “Top Casais do Ano” do perfil “Séries Brasil” no Twitter, que conta com mais de 1,2 milhão de seguidores e sempre abre rankings para votações do público.

Nick (Kit Connor) e Charlie (Joe Locke) ganharam a votação em primeiro lugar, sendo seguidos, respectivamente, por Kinn e Porsche, Ava e Beatrice e Mon e Sam. Luiza e Valentina ocuparam o sexto lugar. Ah, em sétimo lugar, mais um casal homoafetivo: Simon (Omar Rudberg) e Wilhelm (Edvin Ryding), de “Young Royals”, também da Netflix!

E você, se lembra de outra série ou casal da comunidade LGBTQIAPN+ que bombou este ano? Quais que conquistaram seu coração?

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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.