Arthur Moreira Lima, um dos melhores pianistas do Brasil, morre aos 84 anos
Por Flavia Cirino - 31/10/24 às 06:35
A música brasileira perdeu uma de suas referências mais talentosas. Morreu na noite de quarta-feira, 30 de outubro, o pianista Arthur Moreira Lima, aos 84 anos.
O músico faleceu no Imperial Hospital de Caridade, em Florianópolis (SC), onde estava internado havia duas semanas, após enfrentar um câncer no intestino. A família do artista confirmou a triste notícia, que causou comoção entre amigos, músicos e admiradores da carreira de Lima.
O velório ocorrerá nesta quinta-feira, 31, das 12h às 16h, no Jardim da Paz, em Florianópolis. A cidade foi o lar de Moreira Lima por cerca de 30 anos. Neste período ele contribuiu ativamente para a valorização da música no Brasil, além de continuar desenvolvendo seu trabalho como pianista e intérprete de obras clássicas.
Arthur Moreira Lima tinha uma carreira internacional
Nascido no Rio de Janeiro, Arthur Moreira Lima demonstrou interesse pelo piano desde muito jovem. Aos seis anos, começou a estudar o instrumento, e sua dedicação o levou a uma brilhante trajetória que o colocaria entre os pianistas mais destacados do país.
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Em 1965, o pianista se tornou um nome reconhecido no cenário internacional ao conquistar o segundo lugar na Competição Internacional de Piano Frédéric Chopin, um dos mais importantes concursos de música clássica.
Moreira Lima acumulou outras honrarias, como o terceiro lugar na Competição Internacional Tchaikovsky, de 1970. Aclamado como um grande intérprete de compositores românticos, especialmente Chopin e Liszt, e de modernistas como Prokofiev e Villa-Lobos, o pianista brilhou em importantes palcos internacionais, representando a música brasileira com paixão.
Além de sua maestria na música erudita, Arthur Moreira Lima também enriqueceu o repertório da música popular brasileira. Ele gravou obras de compositores como Ernesto Nazareth e se dedicou a interpretar clássicos do choro e do samba, criando uma ponte entre a música clássica e o público popular.
Suas interpretações de gêneros diversos consolidaram seu legado e o tornaram um ícone, lembrado por valorizar a cultura brasileira em todas as suas formas.
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino