Isabel Fillardis chora muito ao recordar momentos com Léa Garcia: ‘Desolada!’

Por - 15/08/23 às 12:28

Isabel Fillardis e Léa GarciaIsabel Fillardis recebia mensagens diárias de Léa Garcia - Foto: Reprodução/ TV Globo e Divulgação

O primeiro grande sucesso da carreira de Léa Garcia foi “Orfeu Negro”, filme indicado ao Oscar nos anos 1960. Tempos depois, Isabel Fillardis atuou numa nova versão da obra, o que a aproximou da veterana atriz, que morreu nas primeiras horas desta terça-feira, 15 de agosto aos 90 anos em Gramado, no Rio Grande do Sul.

Consternada, aos prantos, a atriz participou do Encontro” e detalhou a história das duas, que eram muita próximas: “Ainda estou tentando organizar as ideias. Recebia quase toda manhã mensagem dela de bom dia, de força”, contou.

A atriz, atualmente no ar em “Amor Perfeito”, como a Aparecida, reforçou o importante papel de Léa na trajetória de artistas pretos na TV nacional.

“Se eu tô aqui é porque Léa abriu caminho. Eu sou porque ela é. O legado dela é imenso, incomensurável. A força que essa mulher tinha, tem, porque eu acredito que a energia fica, é de um tamanho. A gente perdeu uma grande dama, uma grande referência”, afirmou Fillardis.

Ela vira nosso ancestral, principalmente pra nós, mulheres pretas. Todas nós, a essa altura, sabemos a grande joia que a gente deixa de conviver, mas fica a resiliência, a força, a resistência, a altivez, o talento”.

Por fim, a atriz de 50 anos lembrou a participação das duas em “Orfeu”: “O que eu posso fazer é não desistir, é continuar. Nossa arte se encontra no filme Orfeu. Ela fez a primeira versão, e eu tive a oportunidade de fazer uma nova versão desse filme, em um outro personagem. Não nos encontramos fisicamente, mas nos encontramos ‘astralmente'”.

LAURA CARDOSO MOSTRA ÚLTIMOS MOMENTOS AO LADO DE LÉA GARCIA

Léa Garcia estava em Gramado, na Serra Gaúcha, quando morreu na manhã desta terça-feira, 15 de agosto. Ao lado de Laura Cardoso, outra veterana da dramaturgia nacional, ela receberia o Troféu Oscarito, pelo conjunto da obra.

Sempre sorridente e cercada por amigos, ela teve u dos últimos momentos de vida se divertindo com Laura Cardoso, de 95 anos, e de Emílio Orciollo Netto, de 49 anos.

“Quanta felicidade ao lado dessas pessoas maravilhosa”, disse Léa, na legenda da foto postada pelo ator. Laura Cardoso respondeu: “Só alegrias e momentos bons ao lado de vocês”, escreveu.

Logo que a notícia da morte da artista se espalhou, D. Laura Cardoso publicou mais um registro ao lado da amiga e lamentou.

“Ainda sem compreender o que houve. Estávamos juntas todos esses dias em Gramado, sorrindo e se divertindo, como nos velhos tempos…. Fique com Deus minha eterna colega. Fique com Deus…”

Léa Garcia e Laura Cardoso sentadas nno Festival de Gramado
Léa Garcia e Laura Cardoso: Duas referências da dramaturgia nacional – Foto: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto /Divulgação/ CP

QUEM ERA LÉA GARCIA

Léa Lucas Garcia de Aguiar, filha de José dos Santos Garcia e Stella Lucas Garcia, nasceu em 11 de março de 1933 no Rio de Janeiro.

Teve ao longo de sua vida uma trajetória profissional multifacetada: atriz, diretora de teatro, de cinema, funcionária do Ministério da Saúde e dirigente sindical. Léa Garcia dedicou mais de 70 anos de sua vida aos palcos, cinema e televisão, desde o início da carreira, no Teatro Experimental do Negro, até seus trabalhos mais recentes, a artista manteve o compromisso com a luta antirracista, destacando-se como ativista política.

A atriz recentemente lançou uma autobiografia, “Entre Mira, Serafina, Rosa e Tia Neguita”, na Livraria Travessa em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, recebendo familiares e amigos, diversos famosos commo Erika JanuzaSérgio Loroza e José Junior, do Afroreggae.

O livro destaca a história e diversos momentos pessoais e da vida profissional da vida da atriz, relembrando sua trajetória no início da carreira, junto com o Teatro Experimental do Negro em 1952, exaltando seus momentos como atriz e suas memórias pessoais.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino