Lindomar Castilho, o Rei do Bolero, morre ao 85 anos

Por - 20/12/2025 - 10:35

Lindomar CastilhoLindomar Castilho - Foto: Divulgação

A música brasileira perdeu neste sábado, 20 de dezembro, Lindomar Castilho, aos 85 anos. A confirmação veio por meio de uma publicação de Lili De Grammont, filha do cantor, nas redes sociais. A família não divulgou a causa da morte. Ao longo da carreira, Lindomar construiu um repertório que dominou rádios e vendas de discos, sobretudo nos anos 1970, quando o público o associou ao bolero e ao samba-canção.

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Conhecido como o “Rei do Bolero”, o artista emplacou sucessos que atravessaram décadas. Entre eles, “Vou rifar meu coração” e “Você É Doida Demais”. Esta última ganhou nova projeção ao integrar a abertura da série “Os Normais”, exibida pela TV Globo entre 2001 e 2003. Assim, a canção alcançou outra geração e manteve o nome do cantor em circulação, mesmo com períodos de afastamento dos palcos.

Apesar do sucesso, a trajetória de Lindomar Castilho também ficou associada a um episódio que chocou o país. Em 1981, durante uma apresentação em São Paulo, ele matou a tiros a segunda esposa, a cantora Eliane de Grammont. Na mesma ocasião, Carlos Randall sofreu ferimentos. A polícia prendeu o cantor em flagrante e, em 1984, a Justiça o condenou a 12 anos e dois meses de prisão por homicídio.

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O caso passou a simbolizar o debate sobre violência doméstica no Brasil, sob o lema “quem ama não mata”. Depois de cumprir pena, Lindomar retomou a música por um período. Em 2000, lançou um álbum ao vivo. No entanto, com o passar do tempo, reduziu as aparições públicas e escolheu uma rotina distante do meio artístico.

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Em entrevista ao G1, em 2012, afirmou que se aposentou dos palcos e que não cantava “nem no chuveiro”. Segundo ele, problemas de saúde, incluindo limitações nas cordas vocais, eventualmente influenciaram a decisão de viver de forma mais reservada.

Lili De Grammont desabafa sobre vida a morte de Lindomar Castilho

Após a morte do pai, Lili De Grammont publicou um longo texto nas redes sociais, com tom reflexivo e crítico. Logo no início, escreveu: “Hoje um ciclo se encerra… O que te faz ser quem você é? As palavras não são suficientes para explicar o que estou sentindo!”. Em seguida, abordou sentimentos e lembranças ligados à história familiar:

“Só sinto uma humanidade imensa, sinto o tanto que estamos nesta terra para evoluir. Sinto o poder das coisas que verdadeiramente importam. Meu pai partiu! E como qualquer ser humano, ele é finito, ele é só mais um ser humano que se desviou com sua vaidade e narcisismo. E ao tirar a vida da minha mãe também morreu em vida. O homem que mata também morre”, refletiu ela.

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Lili então refletiu sobre aprendizado e finitude: “Morre o pai e nasce um assassino, morre uma família inteira. O que fica é: Somos finitos, nem melhores e nem piores do que o outro, não somos donos de nada e nem de ninguém, somos seres inacabados, que precisamos olhar pra dentro e buscar nosso melhor, estar perto de pessoas que nos ajudem a trazer a beleza pra fora e isso inclui aceitarmos nossa vulnerabilidade”.

Perdão e escolhas

Em outro trecho, ela escreveu: “Assim me despeço do meu pai, com a consciência de que a minha parte foi feita com dor sim, mas com todo o amor que aprendi a sentir e expressar nesta vida. Se eu perdoei? Essa resposta não é simples como um sim ou não, ela envolve tudo e todas as camadas das dores e delícias de ser, um ser complexo e em evolução”, declarou posteriormente.

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“Diante de tudo isso, desejo que a alma dele se cure, que sua masculinidade tóxica tenha sido transformada. Pai, tudo é fulgaz, não somos donos de nada e nem de ninguém. O que fica é a essência! O que fica é o religar, das almas que se conectam. O poder exige responsabilidade. Escolha sua melhor parte! Somos luz e sombra, tenha coragem de escolher sua luz”, afirmou, em síntese.

Por fim, Lili encerrou a publicação com a seguinte mensagem: “Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance”.

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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.