Maratonista ugandesa Rebecca Cheptegei morre após namorado atear fogo

Por - 05/09/24 às 10:16

Maratonista ugandesa Rebecca CheptegeiNamorado de Rebecca Cheptegei é o principal suspeito - Foto: Grosby Group

A maratonista ugandesa Rebecca Cheptegei, de 33 anos, morreu nesta quinta-feira, 5 de setembro, quatro dias após seu ex-namorado invadir sua casa e incendiá-la.

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A atleta, que disputou a maratona nos Jogos Olímpicos de Paris em agosto e terminou na 44ª posição, não resistiu aos ferimentos graves. Rebecca morreueu por volta das 5h30 locais no Moi Teaching and Referral Hospital (MTRH), na cidade de Eldoret, no Quênia.

Segundo o boletim de ocorrência, o suspeito, Dickson Ndiema Marangach, invadiu a propriedade da atleta no último dia 1º de setembro. Ela, porém, estava na igreja com as filhas.

Logo que Rebecca retornou, o agressor jogou gasolina em seu corpo e ateou fogo na frente das filhas, de 9 e 11 anos. O ataque ocorreu em Endebess, no Quênia, uma localidade a 25 km da fronteira com Uganda, onde a maratonista vivia com sua irmã e suas filhas.

Rebecca comove a comunidade do atletismo

O presidente do Comitê Olímpico de Uganda, Donald Rukare, lamentou a perda da atleta, descrevendo o ataque como “um ato covarde e sem sentido que provocou a perda de uma grande atleta”.

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Rukare condenou veementemente a violência contra as mulheres, posicionamento reforçado pela confederação de atletismo do Quênia, a Athletics Kenya, que declarou que “a morte prematura e trágica é uma perda profunda” e exigiu o fim da violência de gênero.

Njeri Migwi, cofundadora da associação Usikimye, um refúgio para vítimas de violência sexual e de gênero, pediu o “fim dos feminicídios”.

A atleta romena de origem queniana Joan Chelimo também se manifestou, afirmando estar “profundamente abalada e indignada” com o ocorrido. “Essa violência sem sentido deve parar”, escreveu em suas redes sociais.

Nos últimos anos, o atletismo no Quênia testemunhou casos trágicos semelhantes envolvendo sobretudo atletas femininas. Em abril de 2022, Damaris Mutua foi encontrada morta em Iten, e seu companheiro é o principal suspeito do crime.

Em 2021, Agnes Tirop, medalhista de bronze nos Mundiais de 2017 e 2019, morreu após ser esfaqueada em sua casa. Seu marido, Emmanuel Ibrahim Rotich, está sendo processado pelo assassinato, mas nega as acusações.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino