MC Jessikinha, de 23 anos, morre em São Paulo

Por - 30/01/22 às 02:56

MC JessikinhaFoto: Reprodução/ Youtube

O circuito paulistano de batalhas de hip hop perdeu uma de suas grandes representantes. Morreu na noite desta sexta-feira, 28 de janeiro, a cantora Jéssika Tavares, de 23 anos, conhecida como MC Jessikinha.

A morte da rapper foi anunciada nas redes sociais por amigos e pelo perfil oficial da Batalha da Aldeia, de Barueri, um dos eventos de hip hop mais conhecidos da Grande São Paulo. Ela era participante frequente das rinhas, como são chamadas as batalhas de rimas promovidas nas rodas de hip hop.

De acordo com o rapper Bob 13, fundador da Batalha da Aldeia, MC Jessikinha morreu em virtude de complicações cardíacas causadas pela diabetes tipo 2 enfrentada pela jovem.

“Com muita tristeza anunciamos que Jessikinha faleceu, na noite de ontem teve complicações cardíacas e não resistiu. Descanse em paz amiga, disse o perfil da Batalha da Aldeia no Instagram.

A comunidade hip hop de SP lamentou a morte da moça nas redes sociais e pediu orações à família da jovem, que havia perdido a mãe há poucos meses.

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“Deus sabe de tudo. Você jamais será esquecida irmãzinha. Obrigado por sempre confiar em mim. Hoje você está no céu com sua mãezinha que partiu há 2 meses… poucas pessoas sabem o que você passou… mas muitas irão te respeitar e conhecer sua luta. Você é um ícone das batalhas de SP, figura emblemática, carismática, verdadeira e intensa”, declarou Bob 13 nas redes sociais.

“Jessika Tavares é resistencia e nunca será esquecida por toda sua luta e contribuição por todos esses anos no Hip Hop. Muitos conheceram a Jessikinha pelas batalhas de rima, ela é uma reliquia do movimento, colava em inumeras batalhas de São Paulo e bateu de frente com muitos monstros da cena, nunca se deixou levar por mau gosto das pessoas que não a compreendiam e sempre seguiu em frente apesar das dificuldades”, completou a mensagem.

O velório e o funeral de MC Jessikinha aconteceram no cemitério de Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte de São Paulo, no sábado, 29 de janeiro.

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MULHERES CONQUISTAM CADA VEZ MAIS ESPAÇO NO RAP

Se antes o mundo do rap/hip-hop era predominantemente masculino, agora são as mulheres que vêm ganhando cada dia mais espaço no meio. Nome forte da geração, Nicki Minaj, em 2017, ultrapassou Aretha Franklin e se tornou a artista feminina com o maior número de hits na aclamada lista da Billboard, a Billboard Hot 100, emplacando um total de 76 canções na lista em sua carreira de cerca de 12 anos.

Parcerias com a estrela nascida em Trindade e Tobago ficaram cada vez mais populares e apesar de um susto no ano passado com um mal-entendido no Twitter, por meio de um tweet onde ela falava de aposentadoria, a rapper seguiu sua trajetória e a mais nova colaboração foi com Doja Cat, nome que vem ganhando força na indústria.

A australiana Iggy Azalea também apareceu no cenário, em 2014, com o hit Fancy, ao lado de Charli XCX, e se consolidou com o seu nome no meio, tendo até uma parceria com a brasileira Anitta.

Mas por trás desses grandes holofotes, outras mulheres estão caminhando para o reconhecimento merecido de seus trabalhos, tanto no Brasil quanto lá fora. Por isso, vem com o OFuxico conhecer um pouquinho de cada uma delas e adicionar novos hits às suas playlists.

Doja Cat

Nascida Amalaratna Zandile Dlamini, no dia 21 de outubro de 1995, a norte-americana é filha de uma pintora estadunidense e um ator e produtor de cinema sul-africano. Seu nome artístico é a fusão de seu amor pelo gato de estimação e uma espécie de maconha, chamada doja.

Apesar das inseguranças no começo da carreira, de forma independente, elas lançou e apagou canções do SoundCloud, até que So High ganhou visibilidade e ali ela passou a dar seus passos artísticos.

Ela assinou com a Kemosabe Records/RCA Records e lançou o EP Purrr!. Em seguida veio o álbum Amala (2018), seguido pelo Hot Pink (2019), que trouxe o hit Say So.

A música virou uma febre dentro do aplicativo TikTok, ficou entre o Top 10 da parada musical Billboard Hot 100 e garantiu olhares para Doja. Tanto sucesso rendeu um featuring com ninguém menos do que Nicki Minaj. 

Além do mais, Doja Cat, como uma boa jovem de 24 anos, adora a web e se mostra engraçada em seus perfis no Twitter, Instagram. Parte do reconhecimento entre os internautas aconteceu bem no início da carreira, com a faixa Mooo! que possui um clipe pronto para servir de meme em diversos aspectos e tem a carinha de algo feito em casa.

Megan Thee Stallion

Megan Pete começou a escrever seus próprios versos aos 16 anos. Ela adotou o nome artístico ainda adolescente, por ser apelidada como “garanhão” (termo usado para se referir a cavalos), devido a sua beleza e altura. Sua canção, Big Ole Freak, foi o gatilho para que começasse a ser conhecida, chegando a conquistar a primeira nomeação na Billboard Hot 100.

No entanto, o estouro foi mesmo com Savage, depois de circular pelo TikTok. Recentemente, a música ganhou um remix com Beyoncé! As artistas, nascidas no Texas, dividiram a composição na nova versão e deixaram os internautas maluquinhos.

A colaboração foi até um sonho realizado para Megan, que já se declarou fã fervorosa da Queen B.

Tássia Reis

De Jacareí, na região paulista do Vale do Paraíba, a brasileira foi influenciada desde pequena pela música e dança e começou a compor, em 2009, depois de ouvir artistas como Clara Nunes, Milton Nascimento, Lauryn Hill, Djavan e outros.

Dona de uma voz doce, é uma dos novos expoentes da música nacional dentro de uma categoria que tem sido chamada de rapjazz.

No ano passado, Tássia lançou o seu primeiro álbum, intitulado Próspera.

Drik Barbosa

Adriana Barbosa conheceu o rap através da Batalha do Santa Cruz, em 2007, e lá recebeu convites de outros MC’s para colaborarem.

Talentosa, a rapper lançou os singles Pra eternizar e Não é mais você, que a fez alcançar um grande público. Mas foi em 2013, a convite de Emicida, que teve a honra de colaborar na trilha sonora do filme O Menino e o Mundo, e em 2016, ela colaborou novamente com Emicida na canção Mandume, representando a força feminina do rap.

Seu primeiro EP, Espelho, chegou em 2018, porém, foi em 2019, que Drik lançou seu primeiro álbum, auto-intitulado.

Saweetie

Diamonté Harper, nascida em 3 de julho de 1993, ganhou destaque com seu single ICY GRL. Suas primeiras rimas surgiram em poemas, pois sempre amou construir tais textos. Com 14 anos já possuía diversas peças originais, o que a levou a dar um ritmo musical às frases que construía.

Seu nome artístico surgiu de um apelido dado pela sua avó e tem como influência Trina, Foxy Brown, Lil Kim’ e Nicki Minaj.

O atual sucesso, que a deu mais visibilidade, My Type, chegou a entrar na Billboard Hot 100. A jovem tem no currículo, por enquanto, dois EPs, High Maintenace e ICY.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino