Morre, aos 85 anos, Nélida Piñon, primeira mulher que presidiu a ABL

Por - 18/12/22 às 10:22

Nélida Piñon com as mãos em forma de preceFoto: Reprodução

Morreu no sábado, 17 de dezembro, em Lisboa, Nélida Piñon. Ela era escritora e acadêmica e foi a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras (ABL), em 100 anos, eleita no dia 27 de julho de 1989 e ocupando a cadeira de número 30.

A causa-morte não foi divulgada, mas de acordo com Merval Pereira, atual Presidente da ABL, Nélida sofreu de problemas nas vias biliares, passando por uma cirurgia emergencial, onde ela não resistiu.

VELÓRIO E SEPULTAMENTO

O sepultamento acontecerá no mausoléu da entidade. Já está marcado para o dia 02 de março de 2023 uma Sessão da Saudade, no Salão Nobre, homenageando a acadêmica.

Em nota, a ABL informou:

Nélida foi uma das maiores representantes da literatura brasileira. Era a quinta ocupante da Cadeira 30, tendo sido eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda. Em 1996/1997, tornou-se a primeira mulher, em 100 anos, a presidir a Academia Brasileira de Letras, no ano do seu I Centenário.

Nélida Piñon estreou na literatura com o romance Guia-mapa, de Gabriel Arcanjo, publicado em 1961, que tem como temas o pecado, o perdão e a relação dos mortais com Deus. No romance A república dos sonhos, baseado em uma família de imigrantes galegos no Brasil, ela faz reflexões sobre a Galícia, a Espanha e o Brasil. Sua obra já foi traduzida em inúmeros países, tendo recebido vários prêmios ao longo de mais de 35 anos de atividade literária. Ganhou diversos prêmios, como o Pen Clube de Literatura por sua mais recente obra, Um Dia Chegarei a Sagres, lançada no final de 2020.”

TRAJETÓRIA

Nélida Piñon nasceu no Rio de Janeuro. Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, ela foi a primeira mulher no mundo a presidir uma academia de letras.

No seu currículo estão mais de 20 publicações e seus contos, ensaios, romances, memórias, crônicas foram traduzidos em 30 países. Nélida venceu dezenas de prêmios, nacionais e internacionais, foi coleboradora de vários jornais e revistas literárias e correspondente da revista “Mundo Nuevo”, de Paris.

ROMANCES

Em 1961, publicou o primeiro romance, “Guia-mapa de Gabriel Arcanjo”. Já em 1972 lançou “A Casa da Paixão”, considerado um de seus melhores e mais conhecidos romances. Este venceu o Prêmio Mário de Andrade.

PRÊMIOS

Nélida Piñon foi premiada várias vezes e alguns dos mais marcantes recebidos foram o “Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe” (1985), sendo alí a primeira mulher autora da língua portuguesa. Também recebeu o “Bienal Nestlé”, categoria romance pelo conjunto da obra (1991), além do “APCA” e do “Prêmio Ficção Pen Clube” (1985), por conta do romance “A República dos Sonhos”.

Foi ainda a primeira mulher a receber o “Doutor Honoris Causa da Universidade de Santiago de Compostela”, Espanha (1988) e recebeu, em janeiro deste ano, a nacionalidade espanhola, por conta de seus avós.

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