Morre DJ Pomba, ícone da noite paulistana, aos 59 anos

Morreu neste sábado, 22 de abril, aos 59 anos, o DJ e baixista André Pomba. A informação foi dada pela banda Vodu, da qual ele era integrante. André estava internado se recuperando de uma cirurgia para tratamento contra um câncer raro no estômago.

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“Vai lá @andrepomba … ETERNO!! Obrigado por tudo que fez por todos do metal e seus programas sociais!! Chegou sua hora de descansar… voa… voa”, diz o post publicado no Instagram oficial da banda.

Felipe Machado, guitarrista da banda VIPER, recordou a trajetória profissional de Pomba e a origem do apelido inusitado que lhe foi dado anos atrás. “Nos anos 1980, a maioria dos eventos relacionados a heavy metal em São Paulo passavam por um baixinho barbudo e de apelido estranho: “Pomba Loka”, começou.

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“Inteligente, divertido e cheio de opiniões, André Cagni era um dos nomes mais influentes da época. O apelido inusitado veio de um episódio que aconteceu na casa da mãe dele: ele viu uma pomba em cima da cama, fazendo uns movimentos estranhos. ‘Mãe, a pomba está louca’, ele disse”, recordou Machado.

“Quando contou a história para os sócios da revista Rock Brigade, Antonio Pirani e Eduardo de Souza Bonadia, a reação foi imediata: os caras colocaram o apelido que o acompanhou por toda a vida – um lindo voo que durou 59 anos e chegou ao fim hoje, após um maldito câncer”, lamentou.

“Pomba era sinônimo de heavy metal não apenas por ser o redator-chefe da Brigade, mas porque tocava em uma das bandas pioneiras da cena paulista, o Vodu. Ele era tão importante e conhecia tanto do assunto, que o convidamos para co-produzir o primeiro álbum do VIPER, ‘Soldiers of Sunrise'”, escreveu.

“Depois que ele fundou a revista Dynamite e a casa noturna Dynamo, onde tocamos diversas vezes nos anos 1990, ficamos alguns anos sem contato. Até que veio o convite para uma balada na boate A Loka, onde ele seria o DJ. Só então descobrimos que ele havia acrescentado uma nova causa a sua vida: a luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+. Foi um pioneiro nessa área também”, contou.

De acordo com Felipe Machado, o velório e cerimônia de cremação do DJ será realizada no Cemitério da Vila Mariana, no domingo, 23 de abril, das 10h às 14h30.

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Coordenação Estadual de Políticas para a Diversidade Sexual de São Paulo também foi às redes lamentar a morte de André Pomba por meio de uma nota de falecimento.

“É com grande pesar que a CPDS – Coordenação de Políticas da Diversidade Sexual da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, Conselho Estadual LGBT e a Comissão da Diversidade Sexual e Gênero da OAB São Miguel Paulista, lamenta o falecimento do DJ Pomba, um dos grandes nomes da cena underground nacional. Sua partida repentina deixou um vazio imenso em nossos corações e em toda a comunidade que amava e admirava seu trabalho.

DJ Pomba foi um artista completo, DJ, produtor de eventos, de casas noturnas como Aloka, era o Coordenador do Centro de Cidadania LGBT Luana Barbosa, que sempre se destacou por sua criatividade, carisma e talento único. Sua música contagiante era capaz de levar multidões à loucura, e suas apresentações memoráveis sempre ficarão gravadas em nossas memórias.

Além de ser um grande profissional, DJ Pomba era uma pessoa incrível, que cativava a todos com sua simpatia e humildade. Ele sempre esteve presente em eventos e festivais, interagindo com seus fãs e amigos de forma calorosa e generosa.

Sua partida tão prematura deixa um sentimento de tristeza e saudade em todos nós. Mas sua música, sua arte e sua personalidade marcante sempre estarão presentes em nossas lembranças, como um legado inesquecível de sua passagem por este mundo.

Neste momento de dor, a CPDS, CDSG São Miguel e CELGBT, se solidariza com a família, amigos e fãs de DJ Pomba, oferecendo todo o nosso apoio e conforto. Descanse em paz, querido amigo, e obrigado por tudo o que você fez por nós. Sua música e sua presença serão eternas em nossos corações.”

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