Morre Gilberto Chateaubriand, maior colecionador de arte do Brasil

Considerado o maior colecionador de arte do país, Gilberto Chateaubriand morreu aos 97 anos, na quinta-feira, 14 de julho, de causas naturais enquanto dormia, na fazenda Rio Corrente, em Porto Ferreira, no interior de São Paulo. Uma neta dele estava no local.

O corpo será transferido para o Rio de Janeiro, onde será enterrado no cemitério São João Batista, no Botafogo. Ainda não há informações sobre a data do velório e do enterro.

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Dono da maior coleção de arte brasileira, com cerca de 8 mil obras, Gilberto era filho do jornalista e empresário Assis Chateaubriand.

Diplomata e empresário, ele nasceu em Paris, na França, em 1925. O colecionador de arte foi membro do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), da Fundação Cartier para Arte Contemporânea (França), da comissão administrativa da Fundação Bienal de São Paulo, do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), do conselho do Paço Imperial, do MAM-RJ e do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP).

COLEÇÃO COM OBRAS DE 500 ARTISTAS

Admirador das artes plásticas, Gilberto Chateaubriand acumulava uma coleção numerosa, na qual destacavam-se nomes como Anita Malfatti, Lasar Segall, Guignard, Candido Portinari, Iberê Camargo, Lygia Pape, Lygia Clark, Hélio Oiticica e Tarsila do Amaral. Em 1993, boa parte do acervo foi cedido ao Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, em regime de comodato.

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No total, cerca de 500 artistas integram a coleção do diplomata, famoso pelo seu conhecimento profundo das peças que mantinha. A importância do acervo era tanta que ele chegou a ser transformado em livro em 2012, lançado em três volumes pela editora Barléu. 

O MAM Rio lamentou a morte do colecionador e lembrou que abriga parte da coleção, considerada uma das mais importantes do país de arte brasileira moderna.

HOMEM DO CAMPO

Há mais de 40 anos Gilberto Chateuabriand vivia numa fazenda em Porto Ferreira, onde cultivava soja e cana. A propriedade também guarda uma pequena parte de seu acervo. Ele mantinha ainda um apartamento no Leblon, bairro nobre da Zona Sul do Rio de Janeiro.

Em 2013, a Prefeitura de Porto Ferreira inaugurou o Espaço Cultural Gilberto Chateaubriand Bandeira de Mello, que abriga a obra de arte “Pindorama Lounge”, do artista carioca Bob N. A obra é uma releitura de quatro obras do “modernismo brasileiro”.

Carlos Alberto Gouvêa Chateaubriand, filho de Gilberto, está finalizando a construção de um instituto cultural batizado com o nome do pai e que ficará localizada na Fazenda Rio Corrente.

A nova instituição terá pelo menos 630 quadros e esculturas, sendo 500 de artistas contemporâneos, hoje no MAM, e mais 130 de pintores do século XX.

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