Santhiago lembra a luta do irmão, Yago: ‘Nossa esperança era o transplante’
Por Flavia Cirino - 30/12/21 às 14:15
Desde que descobriu o linfoma, em 2018, Yago focou na busca pela recuperação de sua saúde. Irmão e parceiro profissional dele, Santhiago destacou que o artista jamais perdeu a fé e a esperança da cura. Infelizmente, a luta chegou ao fim na quarta-feira, 29 de dezembro.
“Ele veio bravamente lutando, tratando, não desistiu em momento algum. Mas eu sou muito grato por esses 15 anos de carreira com meu irmão. Embora mais velho, aprendi muita coisa com o Yago”, conta Santhiago, de 35 anos.
Mesmo com a doença, a dupla não deixou de se apresentar nos palcos, principalmente depois do boom na web, nos vídeos em que eles imitavam outros artistas.
“Vídeos nossos foram viralizando e aí deu uma virada na carreira, fizemos muitos programas de TV”, disse Santhiago. Ele ainda destacou que a dupla “estava na marca do pênalti para fazer o gol” quando a doença surgiu: “A gente se preparava para gravar um DVD veio o diagnóstico do meu irmão”.
Santhiago lembrou que o ritmo teve que ser reduzido com o passar do tempo: “Em 2019, ele teve uma melhora. Nossa esperança era o transplante de medula óssea. Aproveitou a pandemia para isso, mas não deu boa”, lamentou.
Mesmo já bastante debilitado, Yago fez o último show com o irmão em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, em novembro deste ano: “Ele já não estava bem, mas ele insistiu. Queria muito fazer esse show. E depois ficou 42 dias internado lutando muito”, contou.
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SANTHIAGO DARÁ UMA PAUSA, MAS NÃO DEIXARÁ DE CANTAR
Diante da morte de Yago, seu irmão e parceiro musical, Santhiago, vai dar um tempo na carreira. Ele optou por uma pausa para ficar com a família, no sul de Minas Gerais: “Eu vivo disso há 30 anos, vou ter que continuar, mas não sei a hora ainda”, apontou.
O sertanejo contou que falava para Yago que, por ser o irmão mais velho, teria que morrer antes. “Eu dizia pra ele não me tirar esse ‘direito’. E ele falava que eu tinha que continuar e que a única coisa que eu não poderia fazer era colocar alguém no lugar dele porque eu não encontraria um tão bom”, disse, sem perder o humor.
Ele definiu o irmão como alguém que contagiava as pessoas: “Eu tenho que agradecer de ter tido a oportunidade de ter um irmão como o Yago. O moleque era uma estrela. Agora tenho uma ferida que vai ficar para o resto da vida, que continua e vou ter que aprender a conviver com isso”.
O sertanejo agradeceu as mensagens recebidas do público e de outros cantores sertanejos: “Eu não tinha noção do tamanho do nome que a gente tinha. Não imaginava isso”.
YAGO COMEÇOU A CARREIRA NO TREM DA ALEGRIA
Yago nasceu em Caieiras, em São Paulo, e com 6 anos já cantava no “Programa Raul Gil”. Aos 9 anos, ele fez parte da segunda formação do grupo Trem da Alegria, que tinha como madrinha a apresentadora Eliana.
Segundo Santhiago, a dupla foi descoberta pelo atual empresário cantando no Largo da Ordem, no Centro Histórico da capital paranaense, em 2011. De lá para cá, eles rodaram o país cantando sertanejo mais para o raiz do que para o universitário.
ENTENDA A DOENÇA QUE VITIMOU YAGO
O pneumotórax ocorre quando o ar vaza dos pulmões e invade a área do tórax. A condição pode ser causada por doenças pulmonares ou lesões no peito. A falta de ar é um dos principais sintomas.O ar entra no peito e o pulmão falha, isso ocorre porque o ar deveria estar dentro do pulmão, e desta maneira, quando ele escapa vai para o espaço pleural criando pressão e colapsando os pulmões.
De acordo com a circunstância ele pode ser identificado em duas partes, que são: pneumotórax espontâneo primário, provocado pela ruptura de uma pequena área debilitada do pulmão – bolha; e pneumotórax espontâneo secundário, que ocorre em pessoas com alguma doença pulmonar subjacente e subdivido em quatro tipos: Espontâneo: quando está ou não ligado a uma doença pulmonar; Traumático: surge por causa de um trauma no tórax; Infeccioso: causado por infecções pulmonares; Iatrogênico: causado por uma intervenção médica.
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Os sintomas variam muito. Pode aparecer de forma espontânea e durante o repouso, as manifestações mais comuns são: Dor intensa e repentina, que piora ao inspirar; dor no peito; sensação de falta de ar (dispneia) e rápida instalação; dificuldade para respirar; pele azulada, especialmente nos dedos e lábios; aumento dos batimentos cardíacos; tosse constante.
Sempre com o diagnóstico de um médico para realizar o melhor tratamento. Em casos leves, o paciente pode ficar de observação (o ar na pleura pode ser absorvido pelo organismo). Em casos graves, o especialista pode optar pela punção com a seringa e a agulha, normalmente inserida nas costelas para que o ar possa sair para fora do corpo. A cirurgia é indicada para casos reincidentes dos sintomas.
TERCEIRA MORTE DO ANO NA MÚSICA SERTANEJA
O ano que se despede deixa lembranças tristes e pesadas no mundo sertanejo. Também na quarta-feira, 29 de dezembro, morreu o cantor Maurílio, da dupla sertaneja com Luiza. O artista de 28 anos não resistiu às complicações de uma parada cardíaca. Ele também havia sido diagnosticado com choque séptico e precisou substituir antibióticos por drogas vasoativas.
Em 05 de novembro, Marília Mendonça perdeu a vida em um acidente de avião na Serra de Caratinga, na Zona Rural de Minas Gerais. O acidente fatal vitimou outras quatro pessoas.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino