Sergio Guizé chora a morte do pai: ‘Eu vi tudo, fiquei impactado’
Por Flavia Cirino - 05/03/24 às 07:50
Desde o último dia 1º de março, Sergio Guizé está de luto. Isso porque na data, o pai dele, Salvador Parra Guizé, morreu após uma longa batalha pela vida.
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De acordo com o artista, o pai teve alguns problemas de saúde que o deixaram internado por 78 dias. O ator externou a dor da despedida e exaltou as memórias que ficam.
Em um longo relato, Sérgio Guizé ressaltou que ficou em choque, no primeiro momento. Por esse motivo, somente agora ele conto o ocorrido.
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“O dia primeiro de março de 2024 foi uma experiência muito dolorosa, mas ao mesmo tempo transformadora. Fiquei tão impactado com o choque e a surpresa daqueles minutos, que só consegui escrever pra me expressar um pouco hoje, mas isso ainda vai longe…”, disse ele.
Sérgio Guizé destaca a história de vida do pai
O artista prosseguiu o relato: “Reflito, sei lá gente, muitas imagens, conversas boas e tranquilas, sons de máquinas e furia pra continuar respirando nesses dias de provações. Eu que sempre presto aqui homenagens pra pessoas que admiro e que as vezes nem tenho proximidade, mas que foram pessoas que mudaram a minha vida e principalmente a do coletivo”, disse…
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“Como não escrever pra ele? Esse trabalhador que se aposentou como motorista do transporte público e coletivo, que continuou trabalhando pra criar “nóis tudo” com muita luta e dificuldade, mas com orgulho e serenidade”, comentou o ator.
Artista detalha o momento da morte do pai
Sérgio Guizé ainda contou detalhadamente como ocorreu o longo período de internação de seu pai, até a sua morte.
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“Depois de uma batalha insana de 78 dias no hospital, 5 pontes de safena, choque séptico, coma, hemodiálise, trombose, pneumonia, parada cardíaca, entubação, extubação, vitória, vitórias…Traqueostomia, infecção, novos cortes, feridas abertas, outras cicatrizando, abriu de novo, emergência, U.T.I, mais remédios, fluidos de dor e muita esperança. Vencemos mais uma vez, voltou a se mexer, comer, falar, se movimentar”, revelou.
“Por fim, um vomito as 5:30 da manhã, algumas frases ‘estranhas’, bronco aspiração e mais paradas cardiorrespiratórias. Como nos ensina Santo Agostinho, ‘a morte não é nada, eu somente passei para o outro lado do caminho’”,destacou ele.
“Nosso querido pai fez sua passagem, mas segue com a gente, só que agora do outro lado do caminho. Meu pai é eterno, ele vai viver pra sempre e continua aqui, está em mim, na minha mãe, no meu irmão guerreiro, que não saiu do lado dele desde o começo, nas minhas irmãs, nos seus netos, nas suas noras, nos nossos parentes e amigos todos que tiveram a oportunidade de conviver de perto com esse cara incrível…”, relembrou.
Como Sergio Guizé se despediu do pai
O ator, então, contou que passou a última noite de vida do pai ao lado dele: “E eu vi tudo, pude dormir com ele essa última noite. Não sei se fiz como deveria, mas tudo que fiz foi com o meu coração e com todo o amor do mundo”.
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“Que difícil, quanto vazio, dor e tristeza fica aqui com a gente, mas me conforta pensar que as dores dele finalmente passaram. Ele está livre de todo sofrimento. Que suas feridas abertas e costuradas já não incomodam mais”, desabafou ele, em seguida.
A paixão pelo Corinthians
Em seguida, com mais leveza, citando a paixão de seu pai pelo Corinthians: “Meu pai partiu e ali começou um novo ciclo da escola da vida pra mim, chegou como uma canelada num jogo de futebol, doída. Uma rasteira da vida. A dor que vem em ciclos, é dor em potes, tem alguns que não posso mexer ainda, pois gritaria, como na partida de futebol. E por falar nisso, faltou mencionar a paixão pelo nosso Coringão. Esse também é outro capítulo importante, que faz parte do seu legado e do seu jeitão”.
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“Que emocionante foi ouvir os relatos de amigos e familiares das suas experiências com esse homem bondoso, humilde, engraçado, honesto e brabo, muito brabo mesmo. Ele falava sobre tudo, sempre tentando ser o mais justo e verdadeiro possível, doa a quem doer. Ainda mais nesses dias que passou acamado… Seu Salvador deixa saudades, seu sorriso, sua risada, o cochilo de Espanhol, os bração forte, a mancadinha característica do motora das antigas…E silêncio”, declarou.
Saudade eterna
Por fim, Sérgio Guizé desabafou sobre a saudade que já está sentindo e falou sobre o velório. “Que saudades, cara… Bom, voltei pra casa pra buscar roupas pro velório e dou de cara com um pássaro grande, escuro, bonito e pensei que devia ser meu pai, me dando alguma letra”,disse, de início
“Depois vi umas borboletas coloridas e pensei ser ele voando com seu irmão, seus pais e sua irmã que também se foi recentemente. Abro as janelas, após um tempo de trabalho e hospital e me invadem os olhos a beleza das novas flores da roseira que nunca tinha desabrochado. Um vermelho escuro, coisa mais linda. Mas o tempo tava feio, um ventão, nuvens formando animais, deve ser a limpeza divina e tals… Em seguida, outro pássaro. Pequeno, tipo um beija flor. Aí não aguentei e falei em voz alta comigo mesmo: ‘Porra Guizé, para meu. Para! Você mora em uma chácara! O que mais tem aqui é bicho voando e pra você ele sempre vai estar em tudo, em todos os lugares e momentos'”.
“Das teclas dos seus teclados, que por sinal, o fazia respirar com mais força. Aos países que ele nunca teve a oportunidade de conhecer. Seu velório que aconteceu no ABC tava lotado, com muita vibração positiva, amor, saudade, histórias e alguns momentos aleatórios… Quero aproveitar pra agradecer a presença da família e o carinho dos amigos e profissionais da saúde que lutaram junto com a gente”, disse.
A despedida
“Aquela noite foi a prova de quanta gente te ama, meu velho, sou grato pelos ensinamentos e por sua poderosa existência. Você vive em nós. Vou continuar te honrando e repetindo pra sempre o que você já tá careca de tanto ouvir, todas as vezes que nos encontramos ou despedimos: Bença, Pai. Te amo. Até logo. Paz e Luz. Salvador Parra Guizé – 08/08/1954 – 01/03/2024”, disse, por fim.
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino