“Act I: Renaissence” é feito de muito House, ballroom e excelência

Por - 29/07/22 às 08:00

Beyoncé entrega o seu melhor em um projeto ambicioso como "ACT I: RENAISSENCE" (Reprodução/Divulgação)Beyoncé entrega o seu melhor em um projeto ambicioso como "ACT I: RENAISSENCE" (Reprodução/Divulgação)

Chegou o grande dia! Beyoncé lançou o seu tão aguardado sétimo álbum de estúdio, o “ACT I: Renaissence”. Ouvimos o trabalho da artista e viemos aqui dar nossa review para o projeto grandioso que a mãe de Blue Ivy Carter colocou no mundo.

O renascimento começou! Beyoncé lançou o “ACT I: Renaissance” (Reprodução/Divulgação)

O renascimento começa com “I’M THAT GIRL”, mostrando que ela é mesmo aquela mulher. Beyoncé começa com um monólogo, reivindicando seu lugar como uma das rainhas do Pop. Com vocais bem sexys, e uma batida bem envolvente, entre vocais angelicais, ela dá inicio ao álbum de uma forma bem suave, e mostrando que o Trap e o House Music vão andar juntos.

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“COZY” é uma música bem ‘feel good’, com uma batida super gostosa, e além disso, com a letra empoderada, com Bey cantando: “Estou confortável em minha pele, aconchegada com quem eu sou, eu me amo demais. Eles me odeiam porque me desejam”. Além de empoderar sua cor quando atrás um vocal canta: “Querida, eu sou preta”. “ALIEN SUPERSTAR” é uma música futurista, e começa com ela dizendo: “Eu sou um de um, sou a única. Ninguém nesse mundo pode pensar como eu”. Finalmente Beyoncé se apodera do título de ser uma artista singular, e canta sobre isso em uma música com um super flow, dizendo que “ é muito chique para este mundo”. E é mesmo, a gente não merece a Queen B, mas, a temos. Então, vamos aproveitar!

Beyoncé mostra vinil de “RENAISSANCE” e revela capa alternativa, ainda mais  poderosa
Capa alternativa para o vinil de “ACT I: RENAISSANCE” (Reprodução/Divulgação)

“CUFF IT” e “ENERGY” são as próximas, e com um toque bem disco, totalmente oitentista, que trazem imagens da época em seu campo de memória. Só faltou a disco ball prateada girando, e as luzes piscando. Na primeira, ela diz que sente que está se apaixonando, já na outra ela traz um verso onde diz “tenho energia muito alta”, com partes onde existem onomatopeias, imitando barulhos, como uma câmera batendo fotos.

“BREAK MY SOUL”, o primeiro single, dividiu opiniões, e em alguns momentos eu me peguei questionando o que eu tinha sentido ouvindo pela primeira vez. Depois, percebi que a música tem uma letra maravilhosa sobre se priorizar, não deixar sua alma ser quebrada. As batidas são um sample de “Show Me Love” de Robin S, e que é sim um grande hino. “CHURCH GIRL” é um música que relembra as origens de Beyoncé, e ela canta “ Garotas da igreja não irão te fazer mal”, em meio há um mix country com eletrônica.

“Plastic Off The Sofa” é uma pausa em músicas mais aceleradas, trazendo Beyoncé em seu estilo sexy, com um vozeirão poderoso, deixando todos. “VIRGO’S GROOVE” é uma produção disco house de Giorgio Moroder, e é impossível não ser transportado para uma discoteca imediatamente, com os ritmos envolventes, e com os vocais de Queen B sincronizados. Além de ser extremamente chique, é uma música envolvente, que tem mais de 6 min, e que passa bem rápido, de tão gostosa. Para esta a palavra é: Mágica!.

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“MOVE” e “HEATED” parecem saídas do incrível “Thre Gift”, álbum que Beyoncé lançou com a trilha sonora de “O Rei Leão”, onde ela deu voz à artistas pretos e à ritmos étnicos. As duas são bem contagiantes, e ao ouvir é impossível ficar parado. “THIQUE” é um trap bem ritmado com Beyoncé rimando em cima de uma batida futurista, e mais uma vez aposta nos melismas tão característicos da nossa rainha.

“ALL UP IN YOUR MIND” é a típica declaração para pessoas inseguras. Aqui ela diz: “Eu realmente te amo, eu sou a única para você.”, ou seja, ela sabe que é a poderosa, e que o que as vozes da cabeça dizem, não importam. A música vai crescendo, e quando chega ao fim, está no seu ápice. “AMERICA HAS A PROBLEM” é super anos 80, e parece uma música tirada dos anos 70. Com sample de “Cocaine”, de Kilo Ali, aqui a Queen B vai chegando ao fim do projeto com a mesma empolgação de como começou, com uma super batida, com um super flow e um refrão que gruda bastante na cabeça. Impossível não sair cantando.

“PURE/HONEY” e “SUMMER RENAISSANCE” fecham o álbum com duas das melhores faixas. A última em especial é espacial, e fecha o disco no auge da disco music, trazendo todo o house e todos os vocais que ela pode entregar. Além de palmas durante a música, a referência aos balls é muito clara.

No final, “ACT I: RENAISSANCE” é realmente um renascimento. Já tivemos vários álbuns incríveis com a temática disco como “Future Nostalgia” da Dua Lipa, e “ Disco” da Kylie Minogue. Todos trazem o que é mais especial na música: Sensação, conexão. Além de reforças suas raízes, e se empoderar delas, Beyoncé aqui traz representatividade à sua cultura. O ballroom aqui é claramente uma inspiração. Esses eventos aconteciam com as populações, até hoje ditas como “minoria”, que eram muito mais excluídas da sociedade, e que geralmente eram pessoas, em sua maioria, transsexuais e negras, como explorada em “Pose” de Ryan Murphy, que se juntavam para celebrar a moda e à sua existência, em um grande evento cheio de categorias de looks, e muita dança com voguing e performance. Se Beyoncé decidir prosseguir com o projeto, e lançar mais de um “ato”, espera-se que ela esteja sempre neste nível de classe e excelência.

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Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha