Conheça Tuono, a nova promessa da música brasileira!
Por Murilo Rocha - 12/09/22 às 12:00
O cenário musical brasileiro está crescendo cada dia mais, apresentando grandes nomes para o estrelato, com canções representativas e promessas de grandes revelações. O OFuxico bateu um papo com Tuono, que tem conquistado corações ao trabalhar sua nova música.
“Amarelo”, uma canção escrita e produzida por Fábio Vieira, traz Tuono, com o principal objetivo de ganhar os fãs. A música foi lançada no início da campanha do “Setembro Amarelo”, mês que apoia a luta contra a depressão.
Quando conversamos sobre o início da carreira, o artista contou que sempre trabalhou com a música, completando 4 anos do projeto, e que tudo começou com “A Canção Mais Triste”, em parceria com dois amigos:
“Eu pedi para dois amigos virem aqui na minha casa e a gente gravou uma música. Foi algo feito, em voz e violão, lo-fi.”
Tuono, que é artista independente e luta para alcançar o seu merecido espaço, contou também que antes já trabalhou com outras bandas e que a maior dificuldade que enfrentou até aqui foi conseguir o seu espaço. Mas o que facilita a caminhada é o público que abraça a sua arte.
“Espaço, desde sempre. Eu tinha bandas, trabalhava com bandas de rock, mas trabalhei na noite como produtor de pagode, voz e violão. Para este tipo, você encontra espaço, recebe pouco, mas você encontra. Já com o Tuono, o cenário é mais fechado. É sempre uma panela. Você chega com algo novo; podem até gostar, mas sempre precisa do espaço. Porém, o público abraçou.”
Outra dificuldade que Tuono relatou foi em relação a apresentações. O músico contou que existem algumas exigências em casas de shows, como vender uma quantidade de ingressos para conseguir tocar no local. E que se não conseguir atingir a meta, o dinheiro é passado para a organização, e o show não é realizado.
“O problema é mais com os gestores, organizadores das casas de shows. No cenário do rock é muito comum você pagar para tocar. Então você vai tocar no evento e o cara diz: ‘ você tem que vender 45 ingressos’. Se você vende 42, você entrega o dinheiro, e não toca.”
Quando questionado se isso já aconteceu com ele, Tuono conta:
“Sim. Para ter uma ideia eu e o Peterson brincamos que ganhamos dinheiro uma vez só, porque em grande parte do tempo, a gente fica na fila para vender o ingresso. Existe uma matemática: Cobra um cachê X, eles dividem com as bandas que vão abrir, e se forem 10 bandas, estas vendem o valor para pagar o valor”
O artista conta que vem de uma família muito musical, e citou o pai no momento em que foi conhecendo a pluralidade da arte:
” Meu pai, desde pequeno, é jovem guarda, tropicália, MPB, música internacional. Peguei paixão pelo Djavan por conta dele. Inicialmente, esse amor veio através dele.”
Ele revela que a sua veia artística apareceu no ano de 1995, quando ele estava na quarta série, e um vendedor, vestido de mágico, foi vender uma lousa mágica, um tradicional brinquedo que você escreve, e pode apagar como se fosse magia mesmo. Tuono conta que isto despertou seu interesse, e chamou a sua atenção
“ Eu achei aquilo muito louco, achei que ele tinha ido vender apenas a lousa. Mas, ele usou aquilo para chamar a atenção de todo mundo, porque todos queriam o brinquedo. E nisto ele fez um convite para participar de um projeto”
O projeto era o “Projeto Guri”, que incentiva jovens de todas as idades a conhecer mais da música, em especial da clássica:
“A ideia do início do projeto era para aprender a música clássica em 10 dias. Então, a gente saia da escola, iria para um teatro aprender a ler partitura e a tocar um instrumento. Cheguei em casa e aquilo acendeu uma luz na minha cabeça. Ai eu falei para minha mãe e meu pai, e ali foi minha primeira experiência, onde surgiu o amor, decidi ali e descobri ali que queria isto.”
Tuono comparou com a paixão pelo futebol, que ele tentou também apostar no esporte quando criança, e citou um professor que o inspirou e o cativou com a música. Além de que também, ele cita as tentativas de ser um jogador de futebol, e contou como a música sempre encontrou uma maneira de estar presente em sua vida:
” O Professor Walter, um senhor de idade, ele tinha um amor pela música que me cativou, me fez me apaixonar por aquilo. Foi a partir dali, ai comecei, fiz coral, cantei e toquei na igreja, comecei a estudar, lá também me apaixonei na guitarra. Durante um tempo eu quis jogar futebol, eu tentei, tinha treinador, mas, eu só me lembro de ter perdido. A arte tem algo engraçado: Você briga com ela, diz que não quer mais, mas, do outro lado da cidade você encontra alguém que toca e que você conhece, e aí a música encontrou a sua maneira de te chamar de novo.”
Quando questionado sobre a inspiração do nome, Tuono conta que é bem simples: Além de significar Trovão em italiano, foi em homenagem ao seu falecido “cãopanheiro”, por quem ele nutre muito amor, e decidiu homenageá-lo.
MÚSICA
Quando o assunto é música, Tuono tem muito a dizer. O artista faz uma comparação e conta que a música se liga em nós, como cheiros que sentimos, visões e memórias que temos.
“A música ela se liga na gente como cheiros, visões. Aquele chão de ladrilho, você percebe que tem aquele jeitinho de casa de vó, ou o cheiro que te lembra uma feira. A música tem isso. Ela proporciona isso. Eu tive estas experiências, momentos profundos. Eu sou muito sensível”
Ao conversar sobre o lançamento , “Amarelo”, música que fala sobre saúde mental, e que vem na época do Setembro Amarelo, ele continuou falando sobre o importante tema presente em diversas discussões atuais.
“Eu nunca pensei em fazer uma música falando sobre isto. Mas, eu tinha saído de um trabalho que eu sofria muito abuso psicológico por parte do meu ex-patrão, que era um péssimo ser humano. Eu estava muito efervescente, e passei a ter algumas crises, e comecei a escrever sobre o que eu estava sentindo. Eu nunca fiz um personagem, criei uma história, aquilo é real. Algumas canções, como a ” Transbordando”, nasceu no final de uma crise”.
Para a inspiração por trás da canção “Amarelo”, Tuono
“Ela é diferente porque ela nasceu de vivências, pois quem sofre de transtornos psicológicos, se veem negligenciados por todos. E sendo bem legal, eu entendo as pessoas, é tudo muito recente. E é por conta da nossa criação social, vai demorar para quebrarmos o tabu. Eu resolvi escrever ela por conta do relato da galera que estava de saco cheio de hipocrisia em torno do mês, porque se você ver os comentários, muitos dizem: “Minha família , meus amigos, meus pais não entendem”. Já que vou falar sobre, vou dar a voz para a galera que se sente negligenciada, esta foi a ideia inicial.”
A capa da canção é especial, e feita com a tecnologia em fase beta, a Midjourney, uma inteligência artificial que cria imagens baseadas no que se é pedido.
“Infelizmente, é um padrão. As pessoas acabam agindo com esse jeito de “Se você precisar, estou aqui”, mas elas não estão, não botam fé. E quando o pior acontece, todos ficam surpresos.”
Ao contar sobre as criações de suas canções, Tuono revela que as inspirações são variadas, tudo depende do momento, desde uma série que ele assiste, até uma casa que desperta nele alguma curiosidade.
“Eu fiz bastante sobre o tema ( saúde mental), no início na minha carreira. O processo de composição geral tudo depende, as vezes é uma série que me instiga em escrever, um livro, ou você anda na rua e algo te chama a atenção. O motivo maior é o que me chama a atenção.”
INSPIRAÇÕES E SONHOS
Tuono e o assessor, Peterson Baestero, contam que estão gravando parcerias em paralelo, voltadas ao rap, para um outro projeto, e que inclusive gravou com um nome quente da cena do Hip Hop, Marcello Gugu, do qual o artista revela ser um grande fã. Aí, ele realizou o sonho da parceria, além de contar quem são os artistas que deseja gravar e colaborar com novas canções.
“Liniker, Djavan, Criolo, Sandy, Potyguara Bardo, Gloria Groove, Emicida. Eles são nomes que me inspiram demais. São artistas que eu ouvi em vários momentos da minha vida”
Ao falar da musa Gloria Groove, Tuono e Petri rasgam elogios ao show da artista no festival Rock In Rio, e descrevem como “espetacular” a sensação de assistir a artista. Quando o assunto são sonhos, Tuono é categórico e direto:
“Quero tocar nos festivais grandes, sonho muito. Rock in Rio, Lolapalooza, rodar o Brasil. E conseguir ir lá fora com a minha música. Embora o Tuono tenha 4 anos de existência, eu trabalho com música há muito tempo. Então, eu começo a vislumbrar a realidade e ver que isso pode acontecer”.
Finalizando o papo, ao ser questionado sobre suas maiores inspirações na música, Tuono conta quem são os artistas que o inspiram a continuar trilhando o caminho:
“Djavan, tudo que ele fez. Eu escuto muito rap, então, toda aquela era de ouro que teve Racionais MC. Eles tem muita interferência na minha composição escrita. Marcello Gugu, desta nova fase do rap, Emicida, Projota, Rashid, Marechal.”
Quando o assunto são as inspirações na vida, Tuono é simples e direto, e faz uma homenagem a duas fortalezas que o mantém e o inspiram todos os dias:
“Meus pais, sem sombra de dúvida. Aprendi, e aprendo muito, com meu pai e minha mãe. E acho que é isto. Se sou quem eu sou hoje, é graças a eles.”
O artista contou que seus próximos projetos são orgânicos, e que sempre tem lançamentos a cada semana, ou no máximo a cada 15 dias. Em novembro, no dia 19, fará um show no Estúdio Rock Together. Também revelou que pretende lançar um disco, pois tem um já trabalhado e escrito. E sonha em gravar clipes para suas canções, que inspiram e motivam pessoas de todos os lugares.
Conheça mais do trabalho do artista, e acompanhe sua agenda de show e novidades aqui:
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Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha