Gina Garcia, mãe de Gloria Groove, teve apoio de Preta Gil para Tributo a Gal Costa
Por Raphael Araujo - 27/04/23 às 19:30
Conforme OFuxico noticiou, Gina Garcia, a mãe de Gloria Groove, está dando passos rumo a uma carreira solo após quase 30 anos como backing vocal da Banda Raça Negra, e logo de cara lançará um show inédito em tributo à Gal Costa, que morreu em novembro de 2022, com os maiores sucessos e uma interpretação emocionante! A estreia acontece no dia 3 de maio, no Teatro Claro São Paulo. Adquiria seus ingressos clicando AQUI!
A discografia de Gal Costa permeou a trajetória de Gina Garcia na música, iniciada em 1987 em algumas das principais casas de shows de São Paulo, e em coletiva de imprensa, na qual OFuxico esteve presente, a “mama groove” deu mais detalhes do projeto.
“Minha carreira solo é um sonho que tenho guardado desde meus 36 anos de profissão. Eu comecei antes do Raça Negra na noite, mas fui postergando esse sonho. Quero também manter essa memória da nossa MPB, que estamos perdendo nossas divas. Não me considero uma, mas tenho todas as elas no Olimpo”, afirmou ela, muito animada com o Tributo.
“São quase quatro anos arrastando esse sonho, chegamos até a fazer um teaser em 2019, até que veio a pandemia e travou tudo. Fazer esse tributo me emociona demais, ainda mais que agora a Gal morreu, pois eu tinha sonho que ela poderia ir nesse projeto. Descobri pela minha amiga Preta Gil que ela nunca foi homenageada, então é uma honra fazer isso”, revelou ela.
POR QUE A GAL COSTA?
Gina Garcia explicou o porquê de escolher Gal Costa: “As motivações partem de uma coisa muito peculiar da minha voz e da Gal. Quando eu cantava na noite, ou com meus amigos, me falavam que nossas vozes eram parecidas, então passei a usar muitas músicas dela no repertório. Sem falar que é gigantesco ser comparada artisticamente a ela, é de uma importância extrema para mim”.
“Tenho muitos ídolos brasileiros e internacionais. Conversando com meu amigo, Edu Camargo, ele me disse: ‘Por que você não homenageia a Gal Costa? O mundo homenageia Elis, mas esquece de outras cantoras’, e minha cabeça ‘explodiu’ na hora. Outros nomes seriam Gonzaguinha, Marina Lima… mas só tem Gal Costa na minha mente, e no futuro quem sabe surja outro tributo”, revelou.
Aliás, Costa foi uma das grandes inspirações músicas da artista em toda a sua vida, junto de outra grande cantora brasileira: “Não posso falar de Gal Gosta sem falar de Elis Regina. Todas as minhas amigas que começaram junto comigo sempre possuem essas duas como referência. Aprendi a cantar desde pequena com elas, são as minhas deusas a quem seguir e ouvir”.
“A Gal permeou minha vida, me construiu como cantora, permeada com as referências da MPB que comentei, mas ela me marcou pela similaridade de timbres que as pessoas me apontavam, então acaba sendo mais marcante para mim”, garantiu.
Ela ainda revelou o que pediria para Gal lhe ensinar: “Eu pediria para me ensinar a ser a profissional que ela foi, a diva que ela foi, passando por esse Brasil musical que na maioria das vezes não é um reconhecimento de talento. Como passar gerações sendo conhecida por esse talento e essa voz. É uma ramificação de coisas que a fazia ser a artista completa que ela era e que quero aprender”.
ENCONTRO ÚNICO COM GAL COSTA
Apesar de toda essa admiração, Gina Gracia só assistiu a um show de Gal Costa em toda a sua vida, mas aquele dia ficará para sempre na sua memória: “Único show da Gal que consegui assistir foi no ano de 1995, e levei na fé meus Vinis e CDs dela, mas não estava com esperança de conseguir chegar no camarim e ela autografar. Mas Deus é bom e uma amiga que estava cantando no show era prima de 2º grau dela, e ela me levou pro camarim”.
“Ai a Gal conversou comigo, foi muito especial para mim, falamos até de um guitarrista dos Novos Baianos que trabalhou com ela. Uma coisa que me marcou é que notei ela muito tímida tanto na conversa quanto no palco, algo que não esperava. Nesse dia também tenho minha única foto com ela, em que ela estava cansada do dia e eu toda animada”, afirmou a cantora.
Gabriel Costa, filho da falecida artista, acabou sendo assunto, com Gina sendo questionada se ele aprovou o Tributo: “Ainda não tenho esse lado do Gabriel, sobre eu estar homenageando a Gal. Eu vi matérias, não sei se é verdade, que ele não tinha ideia do alcance do sucesso da mãe dele. Como nunca o vi imerso nos shows ou nesses mundos, talvez ele só tenha descoberto o tamanho dela após a morte. Espero que ele goste da minha homenagem”.
DESAFIOS DO TRIBUTO
Gal Costa é uma artista muito grande, e isso por si só gera muitos desafios ao se realizar um Tributo, mas Gina Garcia tem um em particular: “O desafio pega exatamente da minha similaridade com a voz da Gal. Capaz de muita gente falar que estou tentando imitá-la, mas é uma homenagem, não um cover”.
“Ouvindo um artista por anos, é difícil tirar a interpretação que ele fez em alguma música, então nesse lugar podem achar que estou imitando, mas não é nada disso”, disse ela, antes de falar do setlist: “A Gal ficou famosa com os frevos que ela cantou, e não tem uma Festa Junina ou Carnaval que, quando eu cantava, fazia uma seleção deles no repertório, e era muita coisa. Então nesse show, eu escolhi as que mais estão no meu coração”.
Ainda sobre as canções escolhidas, contou: “Eu tenho que comentar sobre um grande amigo que é o Fernando Mouro, meu amigo há 30 anos que me conheceu fazendo Gal. Quando contei para ele do show, contei que estava nervosa para escolher bem as músicas, pois adorava todas, e ele então me ajudou a definir as queridas do meu coração e aquelas que combinam em um show, em uma certa ordem, fizemos isso durante toda uma noite”.
Muita gente deseja que as versões de Gina vão posteriormente para as plataformas digitais, e Gracia sabe disso: “Quero fazer um autoral, com certeza. Mas já me pediram para o Tributo virar um disco, só que quero esperar para ver isso depois, notar o andar da carruagem. Claro que quero lançar o show como álbum, mas também quero que as pessoas ouçam produções autorais de Gina Garcia”.
INFLUÊNCIA DE PRETA GIL NO TRIBUTO
Aliás, Preta Gil teve grande influência na construção do Tributo de Gina Garcia a ela, e até contou como isso as fizeram se aproximar quando se conheceram: “Eu estava com a Gloria no estúdio, e ela e Preta estavam gravando ‘Só o Amor’, trila de ‘A Dona do Pedaço’. Eu não conhecia Preta Gil pessoalmente ainda, e nesse dia, a gente se viu e nos conhecemos, e ela disse que já me conhecia como artista”.
“Ao fim da gravação, Gloria disse: ‘Preta, você não sonha com o que minha mãe está planejando’. Quando falei do Tributo, ela disse: ‘minha madrinha vai adorar’. Perguntei se a madrinha dela era fã, e foi aí que descobri que a Gal era madrinha da Preta. Quis enfiar minha cara no buraco (risos)”, revelou.
“Também soube nessa época que a Gal morava em São Paulo, e Pretinha me garantiu que ela gostaria de ver meu show. Até pensamos em uma participação dela inicialmente, e é uma pena muito grande não termos mais essa possibilidade”, lamentou ela.
O falecimento também as uniu: “No dia da morte de Gal, na noite anterior, eu estava com meu diretor artístico, sonhando com detalhes do Tributo, escrevendo o roteiro a madrugada toda, e no fim, queria ressuscitar o teaser de 2019, mostrar que vinha aí finalmente meu projeto, mas decidi dormir primeiro. Quando acordei, minha assistente me ligou informando a morte dela, mas não quis acreditar de cara”, disse.
“Após a ligação, fui pesquisar, e era uma notícia atrás da outra sobre a morte dela. Aquilo mexeu demais comigo, fiquei uma hora chorando provavelmente. Quando encontrei a Preta Gil depois disso, ela me disse: ‘Esse Tributo tem que acontecer mais do que nunca. Tenho certeza que, de onde ela estiver, vai estar te ouvindo e se sentindo homenageada nele’”, declarou.
IMPACTOS DE COMEÇAR UMA CARREIRA SOLO
No meio da coletiva, Gina falou dos desafios de, pela primeira vez em 36 anos de carreira, estar alçando voos solos na música: “Fiquei 29 anos só no Raça, e fiz backing de vários artistas renomados. Me preparei para isso. Mas essa transição para a cantora solo é bem diferente, agora eu estou na frente da música, do projeto, até falo pros meus músicos ‘ah, a cantora sou eu’ (risos).
“Ao mesmo tempo que amedronta, é satisfatório, muita gente não conhece meu lado solista, e ficam impressionados. Até falam: ‘Você canta assim? Não sbaia’, e comento: ‘claro, você só me via em uma posição no palco, atrás do Raça Negra ou do artista que fosse’. É uma diferença para todo mundo”, ressaltou.
Sobre estrear a carreira com o Tributo a Gal Costa, falou: “Ainda tem um desafio duplo: cantar como solista, algo que muita gente não sabe de mim, e cantar Gal. ´Muita gente não me viu cantando sem ser backing, imagina cantando Gal. Devem pensar: ‘que ousada’ […] Já experimentei de tudo, menos ser solista, então é tudo novo”.
Ela então falou sobre demorar tanto para realizar esse sonho: “Quando você inicia a carreira, você tem um sonho, mas leva um tempo para você ter reconhecimento e construir alguma coisa. Sempre fui apaixonada pelo universo de backing, e também queria criar meu filho, então a cantora solo ficou em segundo plano. Mas chegou a hora, posso me dar esse luxo de correr atrás desse sonho, e conversei muito com a Gloria sobre isso, sobre colocar em prática”.
GLORIA GROOVE FOI ESSENCIAL PARA TUDO ISSO ACONTECER
Aproveitando que Gloria havia sido mencionada, Gina Garcia exaltou a drag queen, assim como a persona por trás da carreira artística de seu filho, Daniel Garcia Felicione Napoleão, de quem ela tem muito orgulho de ser mãe.
Foi ele inclusive quem deu o empurrãozinho para o Tributo e a carreira solo acontecerem: “Gravei meu teaser do Tributo em dezembro de 2019, mas guardei ele, até que em março de 2020 começou a pandemia. Foi quando a Gloria conversou comigo e falou: Por que você não posta esse vídeo? Mostra para o mundo que você tem desejo desse Tributo, mesmo que ainda não saiba a data”.
“Ainda, a conversa foi estendendo, mencionamos as lives que eu fazia cantando diversas músicas, e o Dani me falou: ‘Aliás, por que você não segue carreira solo? Já une as duas coisas?’ Eu me assustei, não pensava em deixar o Raça Negra, e falei: ‘Mas agora?’. Ele me respondeu: ‘Se não for agora, quando? Você tem 36 anos de carreira!’”, revelou Gina.
“Fiquei com uma dualidade muito grande na minha cabeça, mas refleti muito e pensei: por que não? Tenho experiência, não comecei ontem, sabe. E o Dani também reforçou: todos sabem que você é minha mãe, que herdei meu talento de você’. É extremamente fundamental a influência de Gloria Groove, do meu filho, nessa empreitada. Talvez eu seja a mãe mais famosa do Brasil (risos)”, garantiu.
ADMIRAÇÃO PELO TALENTO DO FILHO, QUE SE INSPIRA NELA
Abrindo um pouco do seu lado de coração de mãe, Fina foi só elogios para Daniel: “Vocês precisam saber da importância de Daniel Garcia na minha vida. Levei 12 anos para ser mãe, eu tinha medo de ser estéril, mas no meio de uma bateria de exames, descobri que estava grávida. Foi quando tinha que ser, quando alguma coisa se abriu em mim”.
Sobre o lado artista, ela revelou: “Como toda mãe, você espera que bata palma no ritmo de ‘Parabéns’, mas aí aos quatro anos, vejo a criança cantando ‘Hero’, da Mariah Carey, que eu deixei no repeat para decorar a um trabalho. Esse talento é nato dele, nunca precisei ficar ensinando, apenas a não cortar palavras na respiração, de resto, não precisei mexer um dedo”.
“Inclusive, ele é um presente, creio que demorei tanto para ser mãe que me mandaram O CARA. Nunca me deu trabalho aliás, nem na infância nem na adolescência, e tem todo esse talento e carisma que as pessoas conhecem de Gloria Groove”, celebrou ela.
Aliás, vale ressaltar que Daniel escolheu seu nome Drag Queen completamente inspirado na mãe: ele queria manter as inicias de Gina Garcia (GG), e se inspirando na carreira da mãe, lembrou de quando ela, entre 2004 a 2008, trabalhou em turnês de Gloria Gaynor no Brasil, além de já ter cantado pela banda Groove Machine. Assim surgiu Gloria Groove!
“Ele até diz que eu fui a primeira diva drag dele, pois ele me via cozinhando, cuidando da casa de dia, e do nada eu estava maquiada e preparada para um show, para cantar”, coletou Gina Garcia, toda emocionada e babona por Gloria Groove.
Serviço: Gina Garcia canta Gal – “Sua Voz, minha vida”
Onde: Teatro Claro São Paulo (Rua Olimpíadas, 360 – 5° Piso, São Paulo – São Paulo)
Data: Dia 3 de maio às 21h
Plateia: R$60 e R$120
Balcão Nobre: R$55 e R$110
Balcão: R$50 e R$100
Site de compra: https://bileto.sympla.com.br/event/81987/d/189985
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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.