Gritaria, roubo, morte: o que anda acontecendo nos grandes shows?

A pergunta que dá título à matéria tem sido recentemente algo preocupante para quem pretende ir a uma apresentação de um artista ou banda favorita. Nas últimas semanas, a imprensa noticiou uma sucessão de ocorrências graves em shows, como morte após espancamento, pancadaria, roubo e até artista gritando com próprio fãs durante apresentação.

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O caso que mais chamou atenção foi o da morte de um homem de 63 anos durante o show do cantor Fábio Jr,. no dia 30 de julho, no Clube de Campo de Sorocaba. Ele foi agredido por um outro homem, suspeito de espancamento. De acordo com o G1, Antônio Carlos Juliano chegou a ser socorrido, mas não resistiu e morreu em uma unidade médica da cidade. Segundo a Justiça, a prisão em flagrante de Leandro Luiz Manrique, de 43 anos, foi convertida em prisão preventiva.

Segundo testemunhas, Antônio Carlos brincava com as pessoas nas mesas próximas. Em um certo momento, se fez um tumulto e Antônio foi visto caído no chão. Um mulher disse ter visto Leandro pisando na cabeça da vítima e antes, o mesmo agressor já teria dado um soco em Antônio.

OFuxico ouviu o psicólogo e especialista em saúde mental Alexander Bez. “Personalidades agressivas e de caráter violento e/ou aquelas, cujo qualquer motivo fútil e torpe, auxiliam a desencadear: ‘condutas irritadiças progressivas’, estão extravasando as suas particularidades violentas, com a volta da flexibilidade”, disse o especialista, se referindo à pandemia.

“E é justamente pelas questões de ternos uma maior flexibilidade, que muitas pessoas a aproveitam para disseminar toda a raiva que guardam dentro de si, uma ação barrada pelo distanciamento social. Quando falamos em agressões em shows, psiquiatricamente estamos falando em pessoas que já foram lá, precisamente com essa intenção”, acrescentou o médico.

Na semana passada, um empresário que assistia ao show da dupla Henrique e Juliano, coincidentemente em Sorocaba, foi jogado do palco durante uma confusão e quebrou o braço. Um dos vídeos gravados durante a confusão mostra que muitas pessoas subiram no palco e que uma delas foi arremessada de lá de cima.

O homem, que preferiu não se identificar, mandou um relato ao G1 dizendo que, por volta das 2h da manhã, percebeu uma uma briga envolvendo pessoas do camarote, local onde estava. Ele presenciou arremessos de cadeiras, garrafas, socos e pontapés, e logo, tratou de colocar seus parentes em cima do palco, subindo em seguida para se proteger. Segundo ele, a recomendação de subir ao palco foi do próprio cantor Henrique para que as pessoas que estavam próximas à briga se protegessem.

“Quando eu subi, fui grudado e arremessado de cima do palco, ao que tudo indica por um membro da equipe de segurança. O palco tinha aproximadamente 1,50 metro de altura. Com a queda, fraturei meu braço direito, quase fui pisoteado, caí sobre cacos de vidro, enfim, fui lesionado e exposto moralmente e fisicamente”, relatou. “A confusão continuou no estacionamento, inclusive com a presença de armas de fogo, ocasionando tumulto inclusive para o público deixar o estabelecimento”, acrescentou.

Para o psicólogo Alexander Bez, “a própria arrogância pessoal, alicerçada pela certeza da impunidade, anula o caráter violento, o qual a pandemia conteve (pelas restrições das mobilidades urbanas), assim há uma violência acumulada e em shows. Psiquiatricamente explicando, eles entendem de que a própria sociedade lhes devem isso, e nesses crimes em show há a oportunidade certa para extravasar toda a raiva contida e acumulada”, afirmou o médico.

Outro fato que também ganhou os noticiários foi Roberto Carlos gritando com um fã durante uma apresentação. Ele mandou um rapaz calar a boca enquanto cantava. Segundo informações do G1, o cantor ficou ‘totalmente desconcentrado’ após vários fãs saírem de suas cadeiras e se juntarem abaixo do palco para cantar a música. “Essa é uma música mais suave. Ele falou: ‘Já que vocês vieram antes da hora, façam silêncio.’ Foi o mesmo que nada, continuaram gritando”, disse o assessor ao portal.

Assista ao momento abaixo:

Diante da repercussão negativa, o cantor se desculpou dias depois durante uma apresentação no Rio de Janeiro. “Quero falar um negócio depois do que aconteceu semana passada: para quem vier pegar as rosas, espera acabar a canção, ‘Jesus Cristo’. É que se não eu posso estar nervoso, e quando eu fico nervoso… p*rra. Saiu sem querer, viu?!”, se explicou o Rei, arrancando risadas do público. Em São Paulo, o cantor fez o mesmo pedido ao público, solicitando a presença das pessoas junto ao palco somente após o término da música ‘Jesus Cristo’. OFuxico esteve na apresentação e constatou a solicitação do músico.

Outro caso que ganhou destaque na mídia foi o de uma fã que roubou o colar de Gusttavo Lima durante apresentação em Picos, no Piauí. Ao descer do palco para interagir com seus fãs, uma delas pegou o colar de prata que ele tinha no pescoço. Ele ficou chocado e os seguranças não perceberam nada. Ele pediu calma aos fãs, e saiu andando dizendo: “Calma, Calma! Que isso?!”.

Assista ao momento:

Dois dias depois, a fã que havia roubado o acessório do pescoço do cantor se arrependeu do ato e decidiu devolver a peça para o artista. A mulher não quis se identificar pois se sentir envergonhada. Ela procurou uma pessoa próxima da equipe do artista e mandou devolver.

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