KING Saints traz ancestralidade e críticas ácidas em primeiro álbum

Por - 25/09/24 às 22:00 - Última Atualização: 26 setembro 2024

King Saints em "Se Eu Fosse Uma Garota Branca" (Reprodução/Maicon Douglas)King Saints em "Se Eu Fosse Uma Garota Branca" (Reprodução/Maicon Douglas) (Foto: Maurício Siqueira)

KING Saints lança seu primeiro álbum de estúdio no dia 26 de setembro, intitulado “Se Eu Fosse Uma Garota Branca”. O projeto aborda questões sociais, especialmente o racismo, de forma ácida e direta.

“‘Se Eu Fosse uma Garota Branca’ não é o desejo de ser uma, mas sim um acalanto para as mulheres negras que se sentiram isoladas nesse sentimento de impotência. Você não está só, eu não estou só! Não somos todos iguais, e isso é lindo. Somos uma comunidade ancestral”, conclui KING.

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A carreira de KING Saints, que já dura 12 anos, é marcada por contribuições importantes à música pop brasileira, principalmente nos bastidores, por isto ela se denomina o “Lado B Do Pop”. Ela colaborou com composições de grandes hits e foi uma das responsáveis pelo sucesso de faixas como “Bombasstic”, onde divide os vocais com IZA. KING também acumula indicações ao Latin Grammy de 2024 por seu trabalho de composição em “DOCE 22”, de Luísa Sonza, e “AFRODHIT”, de IZA, com indicação recente na edição de 2024.

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King Saints
King Saints em “Se Eu Fosse Uma Garota Branca” (Reprodução/Maicon Douglas)

Críticas sociais

O álbum “Se Eu Fosse Uma Garota Branca” tem uma forte carga crítica, utilizando o humor para expor questões raciais no Brasil. KING revela que a faixa-título é um convite à reflexão sobre o racismo e como ele impacta a construção de identidade de jovens artistas. Ela menciona que sua criação musical foi inspirada por mulheres negras, especialmente sua avó, que, embora não tenha conhecido pessoalmente, é uma presença marcante em sua vida.

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A cantora afirma que o álbum não se limita ao universo musical: “’Se Eu Fosse Uma Garota Branca’ não é apenas um álbum. É um chamado para a reconstrução da identidade em um país marcado pela diversidade, mas também pelo racismo.”

KING Saints cita a música “Smile”, de Lily Allen, como uma das grandes referências para a faixa-título. A produção audiovisual da canção, dirigida por Léo Ferraz, foi gravada em uma clínica desativada em São Paulo e explora uma estética inspirada nas mulheres brancas dos anos 1970. KING explica que criou a música após assistir a um vídeo satírico sobre mulheres brancas tentando se desculpar por atitudes racistas. Segundo ela, a faixa é uma forma descontraída de tratar assuntos sérios, com um toque ácido característico de seu estilo.

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Parcerias

O álbum contém 11 faixas e traz colaborações com artistas importantes da cena nacional. Entre as participações, destacam-se Karol Conká na faixa “Kanhota”, MC Soffia em “Cinderela”, Leoni em “Dançar” e MC Danny em “Caloteiro”. Essas colaborações ajudam a reforçar a crítica social presente nas letras de KING Saints.

Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha