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Cartaz de Narciso em Férias traz foto rara de Caetano Veloso

TV Globo/Divulgação

O cartaz de Narciso em Férias, filme brasileiro que estreia mundialmente no 77º Festival de Veneza dia 7 de setembro, traz uma foto rara de Caetano Veloso preso.

A imagem, descoberta pelo pesquisador Lucas Pedretti, faz parte dos arquivos secretos mantidos pela ditadura militar. Caetano foi preso em dezembro de 1968 e a fotografia foi tirada no início de 1969. 

Na foto do cartaz, Caetano aparece com o cabelo curto, raspado dos lados. Ele havia acabado de ter seus longos cachos cortados pelos militares. O episódio é recordado pelo artista em Narciso em Férias como um dos momentos de maior tensão de seu período na prisão.

“Eles me tiraram da cela e disseram: ‘Ande em frente e não olhe para trás!’. Eu pensei que eles iam atirar”, recordou.

O cantor deu mais detalhes no material de divulgação do projeto.

“Mas eles me levaram no barbeiro. Eu tinha um cabelo grande, todo cacheado, grandão, e eles cortaram meu cabelo. Eu fiquei feliz porque não ia morrer, e eu não podia nem demonstrar a minha felicidade, adorando aquele barbeiro cortando o meu cabelo”, frisou ele.

O músico passou por uma assustadora situação.

“Eles cortaram como se fosse um soldado, rasparam na lateral, deixaram baixinho em cima, depois me levaram de volta. Aí eu cheguei, e os meninos todos disseram: ‘Poxa, cortaram o seu cabelo’… Porque aquilo era uma coisa simbólica de liberdade, mas eu estava feliz porque não me mataram”, explicou.

Cartaz do filme

O cartaz do documentário é assinado pela designer Claudia Warrak. A imagem de Caetano preso também ilustrará a capa do livro “Narciso em Férias”, que a Companhia das Letras lança este mês. Originalmente, esse era também o título dado por Caetano ao capítulo sobre a prisão em seu livro “Verdade Tropical”. Agora, o capítulo será publicado como um livro à parte em “Narciso em Férias”, acrescido de uma seleção dos documentos da ditadura militar sobre Caetano, descobertos pelo pesquisador Lucas Pedretti.

O título do documentário e do livro foi tirado por Caetano Veloso do romance Este Lado do Paraíso, do escritor norte-americano F. Scott Fitzgerald. Ele se refere ao fato de Caetano ter passado quase dois meses sem se olhar no espelho.

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