5 motivos para assistir O Dilema das Redes
Por Redação - 02/10/20 às 07:00
Fundir documentário e ficção. O que é real e o que não é? Mas o documentário é de fato a realidade ou apenas a representação dela? Você é manipulado? Parece até uma aula de filosofia existencialista, mas podem ser algumas das questões pensadas após assistir ao documentário O Dilema das Redes (The Social Dilemma), adicionado recentemente ao catálogo da Netflix.
Apresentado pela primeira vez no festival de Sundance em fevereiro deste ano, a produção ganhou popularidade depois de entrar ao universo dos streamings em setembro. Desde então, comunicadores, especialista e o público em geral passaram a comentar.
Mas vale a pena assistir? Bom, isso depende. O que é legal para um, não é para outro, porém, é nisso que moram os pontos interessantes: o debate, a troca de ideias. Entretanto, o OFuxico separou aqui alguns motivos pelos quais O Dilema das Redes é um ‘mal necessário’ e vale o seu clique no play (talvez isso seja uma influência, hein?!).
Já vi isso em algum lugar
Se você é fã de Black Mirror (série original da Netflix), vai se interessar pelo documentário.
Na série, discussões envolvendo a tecnologia, os celulares e histórias distópicas são os motins dos episódios, sempre com tons críticos ao comportamento do ser humano perante à era das redes sociais e afins.
Em O Dilema das Redes, é possível ver também críticas à tecnologia de uma maneira mais próxima do que consideraríamos real, ou seja, são ex-funcionários de grandes empresas (Facebook, Twitter, Google) e especialistas na área da saúde e estudos te informando do lado cruel desse universo, em diversos aspectos da sociedade.
Atual
Dirigido por Jeff Orlowski, o trabalho de 1h34 pode deixar uma sensação de enganação, de largar todos os aplicativos e redes sociais para partir para uma dieta detox digital.
Em uma era onde a conexão virtual tem crescido cada vez mais, um trabalho como esse não poderia chegar mais sutilmente do que um soco no estômago. A pandemia do novo coronavírus levou ainda mais gente ao ambiente tecnológico fora do lazer. Trabalhar de casa virou o novo normal. Então como desconectar?
A tarefa da dosagem se mostra mais pessoal do que qualquer coisa. Enquanto as empresas são acionadas judicialmente e enfrentam as críticas pelos problemas que causam, o jantar em família sem qualquer aparelho tecnológico precisa da operação de cada membro da casa.
Muito mais além
Com foco no Vale do Silício (o local mais conhecido como desenvolvedor tecnológico do mundo), há a impressão de que apenas Facebook, Google e afins são os grandes vilões da narrativa. No entanto, o buraco é mais embaixo.
Ao terminar de assistir, obra pode levantar questões e perguntas sobre até onde os dados chegam; mostram que na web, cada acesso é importante para que o seu interesse seja moldado e personalizado na tela, nos sites, nas plataformas. Os algoritmos trabalham para 'te pescar'.
Como diz uma das frase que ali aparece: "Dois tipos de indústria chamam clientes de usuários: a das drogas ilegais e a de softwares."
Reflexão
Segundo um estudo da ONU (Organização das Nações Unidas), de 2019, o uso da Internet continua a crescer globalmente, mas cerca de 46% das pessoas não possuem acesso a internet. Nos dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT), 3,6 bilhões de pessoas continuam excluídas da comunicação online.
Sendo assim, O Dilema das Redes 'denuncia' um problema preocupante, porém, sem encontrar caminho até uma parte da população mundial. A desigualdade acaba como o maior impasse, impactando no próprio lucro mostrado no filme.
Solução
Pois é, não tem! Elogiado, o docudrama peca em contrapontos (no final, é difícil entender qual é a parte positiva das redes sociais). A resolução do problema, então, morre à míngua. Ao que parece, a 'máfia' das empresas é a que fornece e também a que tira, enfatizando o papel de clientela dos usuários.
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