Adeus Paulo Gustavo: Como lidar com o luto em tempos de pandemia

Por - 15/05/21 às 05:00

TV Globo/Victor Pollak

A morte sempre foi um grande mistério e o ser humano não lida bem com o desconhecido. E, em tempos de muitas perdas como estamos vivendo, é preciso aprender a lidar com a partida seja de um amigo, parente próximo ou até uma celebridade.

Há pouco mais de uma semana, o Brasil ficou devastado com a morte precoce do ator Paulo Gustavo. Aos 42 anos, o comediante foi acometido fatalmente pela Covid-19.

Muitas pessoas, mesmo sem conhecê-lo pessoalmente, ficaram emocionadas e sofreram de forma profunda. A família do humorista, realizou uma bonita missa de sétimo dia, carregada de afeto e muito emoção

A morte de Paulo Gustavo deixou o País devastado

Como lidar com a dor?

Alguns especialistas falam que o luto tem suas etapas como negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. Cada ser humano reage de uma forma! O psicanalista Junior Silva enfatizou como a fé pode ajudar a entender a morte e superar a dor da perda.

“Quando incluímos a fé na vida, estamos trazendo a revogação do decreto que chamamos de fim que a ciência carrega, trazendo de volta o que todo ser humano deseja: Eternidade! A fé nos possibilita acreditar que o fim não existe, que as pessoas que morreram podem estar num lugar melhor com seu criador, no futuro poder reencontrá-las, ou até se preparando para uma nova vida que irá viver, mas independente da crença a fé faz acreditar que existe um futuro pós morte. O fato é que não queremos como resposta definitiva o fim, mas queremos uma resposta que nos traga conforto para nossas dores e daqueles que se foram, por este motivo o apego da fé nos faz acreditar que, se ficou dívidas nossas com a pessoa que partiu, ela pode ser resolvida pelo ser superior trazendo a indulgências das dívidas deixadas”, ressaltou.

O especialista ainda destacou o que se pode aprender com a morte.

“Podemos aprender que tudo tem o fim e que precisamos vivenciar o hoje como se fosse o último dia! O luto bem vivido nos traz o reconhecimento da importância e o que outro deixou de especial, pois o que perdemos pode não estar mais presente no dia a dia, mas estará no coração para o resto da vida”, afirmou.

O humorista trouxe muita alegria para o público com sua arte

Adeus, Paulo Gustavo!

Mas por que a morte de Paulo Gustavo gerou comoção nacional? Para o empresário e especialista em reputação digital, Fred Furtado, a explicação está ligada ao fato da forte presença do ator nas redes sociais e nas casas da população, por meio das plataformas de streamings.

"Durante essa pandemia, nem todo mundo perdeu parente ou amigo para a Covid-19 e, talvez a pessoa mais próxima que o coronavírus atingiu, foi o Paulo Gustavo. Isso porque ele era uma pessoa que estava na televisão e na internet. Por meio desses veículos, ele conseguiu entrar nas casas de diversas famílias, tornando-se um familiar", frisou.

Em relação às redes sociais, o profissional falou da facilidade com que as mídias transformam os famosos em nossos amigos íntimos.

"A rede social tornou as celebridades próximas de nós, então, quando ela coloca uma pessoa muito acessível, esse indivíduo se torna nosso confidente, alguém muito importante que quando morre é algo muito sentido", explicou.

Temos a teoria de que existem pessoas intangíveis às doenças e mortes, tais são os famosos, os ricos e os jovens. Os dois primeiros por terem poder aquisitivo e estarem acessíveis aos melhores tratamentos médicos, o último por acreditarmos que gozam de boa saúde e tem a vida inteira pela frente.

Mas esse querido artista tinha as três características: era rico, celebridade e jovem, associado ao jeitão amigo, paizão e romântico que ele transmitia, sua morte foi um baque para a população.

"Teoricamente, era um homem que não podia morrer e isso já reforça o poder da doença", finalizou.

O fenômeno Dona Hermínia ficou eternizada nos corações dos fãs

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