Adriane Galisteu: ‘Encaro minha profissão como labuta, sem glamour’
Por Redação - 02/10/17 às 09:11
Adriane Galisteu virou expert em lidar com altos e baixos. Há seis anos afastada da TV aberta, onde fez fama, ela voltou a experimentar, com a Dança dos Famosos, a euforia do grande público, que a recebeu com comoção assim que foi anunciada como contratada da Globo pela primeira vez, algo até então pouco provável.
"Quando meu telefone tocou para esse convite, eu fiquei tão emocionada… Falei um 'sim', meio que chorando e gritando, porque eu já tinha pensado nisso várias vezes. Eu via o quadro e falava: poxa, eu podia participar. Mas tudo tem o seu tempo, né? Não foi um convite pessoal do Faustão, foi profissional, da produção do programa. Tanto que eu liguei para a mulher dele primeiro, a Luciana, porque ela sabia o quanto eu queria. Já no palco, nem consegui disfarçar, abracei muito o Fausto", festejou Adriane em entrevista à revista Canal Extra.
Bastou o nome de Adriane ser confirmado no quadro do Domingão do Faustão para pipocarem, por exemplo, comentários nas redes sociais de que isso só teria acontecido porque Xuxa se mudou para a concorrente, Record. As duas foram namoradas de Ayrton Senna, piloto de Fórmula 1, morto num acidente em 1994.
"Isso eu não sei dizer, porque estaria respondendo por alguém, o que não posso fazer. A verdade é que, até este momento, não tinha pintado nada. Agarrei a primeira oportunidade na Globo e pensei: vou dançar igual a uma louca. Estou tão focada nesse negócio que eu não consigo pensar em outra coisa".
Antes, a apresentadora havia feito apenas trabalhos esporádicos na casa. Começou cantando no Cassino do Chacrinha, com o grupo Meia Soquete. Foi Garota do Fantástico (anos 80), fez participações no Faustão, na Turma do Didi, no Sai de Baixo e chegou a ser convidada pelo diretor Wolf Maya para atuar no remake de Pecado Capital (1998).
"Minha relação com a Globo foi bem pontual. Tivemos alguns namoros, mas nunca passaram de participações. Nunca tive uma reunião para falar de vida profissional ou de algum programa efetivamente. Quando fui convidada para fazer Pecado Capital, fui até o Projac, mas acabou não dando certo. Eu já tinha uma atração ao vivo e precisaria abrir mão dela para fazer a novela, aí não rolou. Cláudia Liz entrou no meu lugar", lembra ela.
Com passagens pela MTV, Rede TV!, Band, Record, SBT e Discovery & Home & Health, Galisteu avisa que, se pintar uma proposta para fazer novela, a resposta, provavelmente, será "sim".
"Hoje, eu não falo 'não' para trabalho. Conforme a gente vai ficando mais madura, vai entendendo que, ainda que você não domine, que seja um grande desafio, tudo vira bagagem adquirida. Trabalho há 20 anos com coisas muito diferentes, mas todas com foco em comunicação".
Outro boato que surgiu com sua chegada à Globo foi uma possível vaga para apresentar o Vídeo Show.
"Sou muito amiga do Otaviano, adoro o Joca, assisto sempre, mas não tem nada de concreto. Só que eu escuto muito isso nas ruas. Encaro como uma baita energia boa. Quando começa a pipocar coisa, apesar de na hora do vamos ver atrapalhar pra caramba, é porque as pessoas querem mesmo. Seria estranho se fosse o contrário, aí eu ficaria preocupada. Tenho 44 anos, construí uma história legal com um público fiel. Fico feliz quando uma criança me aborda, por exemplo. Tem gente me conhecendo agora na Dança. Tem adolescente achando que sou youtuber por causa do meu canal (#semfiltro, com quase 180 mil inscritos). Só discuto quando me chamam de Eliane Galisteu!".
Segura de seu potencial e sem medo de arriscar, a paulistana é daquelas que faz a hora e não espera acontecer.
"É claro que peço emprego. Eu me formei para agradar a minha mãe (dona Emma), fiz magistério, sou professora primária. Dei 250 horas de aulas para poder tirar o diploma, mas sabia que não tinha nascido para aquilo. Nesse negócio de ser artista, num dia tem trabalho, no outro não. E a minha vida inteira foi assim. Estou habituada com esses altos e baixos. Fausto (Silva) engrenou, Hebe (Camargo) também, mas estamos vivendo outros tempos. Não funciona mais assim. Eu não tenho vergonha de correr atrás. Meu ego, eu massageio de outra forma. Quando chego em casa, Vittorio olha pra mim e fala: 'Mãe, você está tão linda!'. Pronto, ganhei meu mundo. Encaro minha profissão como labuta, sem glamour. Amo o que faço. Posso estar ferrada, mas feliz, igual a pinto no lixo!".
Nessa longa jornada na TV, Galisteu admite falhas e escolhas erradas. Mas confessa que, hoje, é difícil dizer o que ela não faria na carreira artística.
"Só o que me agride, o que é fora dos meus princípios. Eu adoro as duas Playboys que fiz, não tenho problema com o meu passado. Se eu tivesse a cabeça que tenho atualmente há 20 anos, tomaria decisões diferentes, mas as coisas têm seu tempo. Pensando no futuro, talvez, eu não fizesse um reality show, por uma série de razões. Mas se minha conta bancária estiver zerada e eu precisar de dinheiro para comer, como vou dizer 'não'?".
Aos 44 anos, em plena forma, Adriane descarta cirurgia plástica.
"Dei uma secada com a dança. Normalmente, eu corro, faço aeróbico e funcional. Agora vou encarar o botox. Acho que está na hora. Plástica vai demorar um pouquinho e silicone não vai rolar mesmo. Não combina comigo".
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