Adriano Grineberg lança seu álbum 108 em São Paulo

Por - 26/07/19 às 20:15

Divulgação/Marília Lia

Famoso por seu trabalho, que mistura ritmos como Blues e sons de raízes africanas, Adriano Grineberg tornou-se um dos nomes mais expressivos do Blues contemporâneo no Brasil, sendo presença constante nos principais festivais dedicados a este gênero musical.

Agora, o músico lança 108. A escolha do nome do disco tem um significado: é um número considerado sagrado em algumas tradições do oriente e representa a manifestação plena da Divindade Suprema, manifestada no Universo, nas mais diversas formas de expressão, síntese da diversidade e multiplicidade de linguagens sonoras e ancestrais contidas na obra.

Grineberg conversou com OFuxico e contou um pouco sobre seu trabalho e os shows que apresentará. Vem ver!

OFuxico – Essa mistura do Blues com sons de raízes africanas e sons regionais… de onde vem esse estilo musical que você segue bravamente?

Adriano Grineberg – Vem do sentimento em expor o Blues como um gênero que possui conexões universais com as mais diversas formas de expressão que temos no planeta e que ela teve sua síntese e formatação num determinado contexto que envolveu a música trazida pelos escravos nos EUA com alguns poucos elementos da música européia. E se perguntarmos de onde vieram esses povos, que sons  e poesias trouxeram seus antepassados vamos invariavelmente chegar às suas raízes na África e indo mais adiante para localidades da Ásia.

OF – E Brasil?

AG – No Brasil temos muito em comum com elementos trazidos pelo blues e isso se deve a nossa influência moura, também presente no norte da África, de onde vieram os africanos que foram para a América do Norte. Tenho as palavra "conexão" e "expansão" como o norte de meu projeto.

OF – Quais influências musicais você teve?

AG – Das mais diversas. Antes de conhecer o Blues, ainda na adolescência era fã de rock do progressivo ao classico dos anos 60 e 70. Tive formação erudita como pianista e contrabaixista. Nos anos 90 passei a fazer as viagens para Ásia (Índia), África e ter um contato mais amplo com a música étnica de muitos povos e a entender que o ser humano como um todo possui a mesma Alma de conexão em todos os lugares, mas se expressam de acordo com suas histórias e contextos específicos.

OF – E isso mudou tudo…

AG – Isso me encantou de tal forma que não parei mais a minha pesquisa e busca por tocar e viver parte dessas realidades, o que faz com que eu acabei cantando na língua ancestral desses muitos povos. Alguns nomes que cito como influências são: Ray Charles, Santana, Herbie Hancock, ELP, Black Sabbath, Led Zeppelin, Nusrat Fateh Ali Khan (Paquistão), Tinariwen (Mali), Gilberto Gil, Tom Jobim, Eric Satié, Brahms, Tchaikovsky, artistas que em geral jamais ficaram presos à um rótulo ou gênero.

OF – Pode nos contar como foi, quais sensações teve com suas viagens à Índia?

AG – Falamos de uma civilização com alguns milênios de história e isso coloca os nossos limites à prova a todo momento quando estamos em contato com essa cultura. O que mais me chama a atenção é o fato de que lá não se divide os aspectos da vida como fazemos aqui (lado espiritual, lado material, lado amoroso etx…). Tudo lá é sentido e visto como parte de uma mesma verdade e isso traz um imenso reflexo na sociedade daquele país, por mais incorente que algumas coisas possam nos parecer. 

OF – Como chegou até lá?

AG – Tive acesso à Índia através do mestre espiritual Sathya Sai Baba, do qual sou devoto desde o início dos anos 90.

OF – Você segue com seu show? Por onde vai passar?

AG – Sim. Estamos no início da turnê nacional do álbum 108. Estarei no Open Mall Square, na Granja Viana (04/08),depois no Loucomotiva Blues Festival, em Barbacena (MG) dia 08/08, Bragança Paulista (26/08), Sesc Belenzinho (27/08).

Serviço:
Adriano Grineberg lança o álbum 108
Local: Sesc Belenzinho – Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho – São Paulo – SP
Data: 27/08 às 21h
Telefone para informações: (11) 2076-9700

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