AfroReggae lança campanha contra preconceito estrutural

Por - 20/06/24 às 23:57

D'Black, Lucas Buda e Juninho - camiseta Afro ReggaeD'Black, Lucas Buda e Juninho participam da campanha do Afro Reggae - Foto: Rudy e Reprodução/ Instagram

O AfroReggae lançou a campanha “Estampa do Respeito” para combater o preconceito estrutural nas abordagens cotidianas no Brasil. A iniciativa apresenta uma camiseta que não é apenas uma peça de vestuário, mas uma poderosa declaração de identidade.

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Estudos mostram que pessoas negras no Brasil são abordadas 4,5 vezes mais frequentemente que pessoas brancas, muitas vezes enfrentando violência física, verbal ou psicológica (fonte: Instituto de Defesa do Direito de Defesa – IDDD e Data_Labe).

A camiseta da campanha possui a palavra “Trabalhador” ou “Trabalhadora” estampada na frente. No entanto, é no interior da peça que reside sua mensagem mais impactante: um documento de identidade impresso. Essa funcionalidade permite que, em uma abordagem, a pessoa possa rapidamente levantar a camiseta e revelar quem realmente é, de maneira digna e segura.

AfroReggae aponta estatísticas alarmantes

O filme da campanha destaca as estatísticas alarmantes de abordagens discriminatórias e a presunção de culpa que recai sobre a população negra.

AfroReggae gravou com Caetano Veloso. Relembre!

Envolto em um ambiente sombrio, iluminado pelas luzes dos giroflex, o vídeo mostra rostos de pessoas negras subitamente iluminados durante uma abordagem. A revelação da Identidade através da Estampa do Respeito se torna um símbolo de orgulho e resistência.

O projeto é uma colaboração entre o AfroReggae e a Artplan, com o apoio de entidades como a Pipe Content House e a Brother do Brasil. A campanha também conta com o engajamento de influenciadores e artistas. Nomes como Vinícius DBlack, Sara Mara, Negra Li e Vitin, além dos ex-BBB Lucas Buda e Juninho, usam e divulgam a camiseta.

Dessa forma, eles ampliam a discussão sobre racismo estrutural e a importância da identidade visual em contextos de abordagem.

“Não é só sobre vestir a camisa, mas principalmente chamar a atenção para a violência e discriminação que a população negra enfrenta diariamente. Esta iniciativa destaca o compromisso de 30 anos do AfroReggae com a inclusão e a justiça social. Não estamos falando apenas de uma peça de roupa, mas de uma proposta de abrir o diálogo como ferramenta que pode provocar a transformação e proteger vidas negras”, revela Débora Moura, head de Diversidade e Inclusão da Artplan.

É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino


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