Agência elege os melhores de 2012 na linha de shows
Por Redação - 30/12/12 às 10:41
A televisão brasileira passa por um período de leve renovação. Esse flerte com novos formatos e ideias reflete na escolha dos destaques do ano nos Melhores de TV Press 2012. Mesmo velhos vencedores do prêmio, como o Fantástico, na categoria Programa de Variedades, ou o Altas Horas, que vence pela 12ª vez como Programa de Auditório, apresentaram novas propostas ao longo do ano. O primeiro, apesar dos contratempos em quadros como Medida Certa e Phantasmagoria, passou a seguir uma linha mais investigativa e acertou ao investir no revigorante Planeta Extremo,
comandado por Clayton Conservani. Enquanto isso, o programa de Serginho Groisman continua a oferecer boa música durante a madrugada, mas brinca com a teledramaturgia e a interação com público nos novos quadros O Produtor e 15 Minutos de Fama.
Novato em Melhores de TV Press, o reality Mulheres Ricas, da Band, chamou a atenção pela excentricidade e breguice de cinco milionárias aspirantes a celebridades. Sem conseguir distinguir o que é real ou montado, o público pôde conferir que elegância nada tem a ver com dinheiro no bolso. Pelo grau de novidade e tom sempre acima da realidade, Mulheres Ricas foi considerado o melhor programa na categoria Competição/Reality. Outro programa da Band destaque na categoria Produção Infantil é o Conversa de Gente Grande que, sob o comando de Marcelo Tas, mostrou sem firulas e com muito humor a opinião de crianças sobre assuntos como política, sexo e drogas. Ambos já têm segundas temporadas garantidas na emissora em 2013.
Em contrapartida, o vencedor na categoria Produção Humorística é Comédia Ao Vivo, da MTV. A partir de 2013, o programa perde seu mentor, Marcelo Adnet, que não renovou contrato com o canal musical. No entanto, fica o registro
das boas piadas e do humor sagaz, apesar das restrições orçamentárias da trupe, formada ainda por Dani Calabresa, Bento Ribeiro, Tatá Werneck e Paulinho Serra.
Programa de Variedades
Fantástico, da Globo.
Entre a informação e o entretenimento, o Fantástico apresenta edições com resultados oscilantes a cada domingo. No entanto, ao passar 2012 a limpo, fica visível a superioridade da produção global em relação aos outros programas do tipo. Este ano, a boa integração entre Zeca Camargo, Renata Ceribelli e Tadeu Schmidt se mostrou uma bela tabelinha.
Cada vez mais distante dos usuais quadros de humor e dramaturgia, o programa voltou a investir pesado em reportagens com uma pegada mais investigativa e sem sensacionalismo cenário ideal para mostrar o bom faro dos repórteres Eduardo Faustini e André Luiz Azevedo. Sob a direção do casseta Claudio Manoel, o público pôde conferir nomes como Jô Soares, Daniel Filho, Xuxa e Lima Duarte saírem de sua zona de conforto nos depoimentos para o quadro O
Que Vi Da Vida. Impossível não ressaltar também o bom trabalho e o espírito aventureiro de Clayton Conservani à frente do nervoso Planeta Extremo.
Produção Infantil
Conversa de Gente Grande, da Band.
A intimidade de Marcelo Tas com o público infantil vem de longe. Conhecido pela geração dos anos 1990 por seu trabalho nas séries Rá-Tim-Bum e Castelo Rá-Tim-Bum, da TV Cultura, onde interpretou personagens como Professor Tibúrcio e Telekid, o apresentador do CQC teve a chance de reencontrar as crianças e se deu muito bem. Sem linguagem tatibitati ou excesso de didatismo, Tas deixou o Conversa de Gente Grande sob o comando da "inocência" das criancinhas.
É muito fácil ver a tevê testando os dotes artísticos de crianças em gincanas e disputas musicais. É daí que vem o grande diferencial do programa comandado por Tas. Divertidos e à vontade, os pequenos debateram com
o apresentador e seus convidados assuntos que permeiam a cabeça da sociedade atual, como sexo, violência e política. Em muitos episódios, era visível a cara de surpresa e o interesse de Tas diante dos comentários ácidos de seus companheiros de estúdio, com idade variando entre 3 e 11 anos.
Produção Humorística
Comédia Ao Vivo, da MTV.
Sob o comando de Marcelo Adnet, a trupe do Comédia Ao Vivo fez rir e riu de si mesma durante o ano todo. Das eleições municipais, passando pelas inúmeras sátiras à televisão brasileira e ao fechamento da própria MTV, os principais assuntos e os grandes acontecimentos de 2012 passaram pela lente de aumento do programa e sua mistura de música e humor.
Mesmo sem ousadias no formato e no conteúdo – e com muitas restrições de orçamento –, Adnet, Dani Calabresa, Bento Ribeiro, Tatá Werneck e Paulinho Serra conseguiram fazer o melhor programa de humor de 2012. Sem apelações
gratuitas, a produção seguiu pelo caminho da inteligência. Valendo-se de um senso crítico sagaz, algo que toda comédia sarcástica que se preze deve ter como pano de fundo. E o grande destaque do grupo vai além de Adnet e sua esposa,
Dani – que estão se despedindo da MTV, ele assinou com a Globo e ela vai para a Band. A espontaneidade de Tatá Werneck e suas personagens revelaram-se mais um talento made in MTV.
Programa de Auditório
Altas Horas, da Globo.
É possível mudar sem perder a essência. E foi isso o que aconteceu com o Altas Horas ao longo de 2012. Considerado, pela 12a. vez consecutiva, o melhor na categoria Programa de Auditório, o programa de Serginho Groisman diversificou sua mistura, mas manteve seu caráter independente e os grandes encontros musicais. Só este ano, estiveram pelo estúdio do programa nomes como a inglesa Joss Stone, o espanhol Alejandro Sanz, além dos principais artistas do cenário nacional.
Entre as mudanças, destaque para o diálogo com a teledramaturgia do quadro O Produtor, no qual Serginho fez as vezes de ator. E a abordagem direta de fatos históricos que interligam cultura, política e o comportamento do povo brasileiro no Altas Horas Documenta. Fora isso, o programa intensificou a interação com o público no quadro 15 Segundos de Fama.
Programa de Competição/Reality
Mulheres Ricas, da Band.
Baseado na figura excêntrica de Narcisa Tamborindeguy e nos exageros de Val Marchiori, Mulheres Ricas renovou o leque de reality shows da televisão brasileira. Se já era difícil saber o que é real ou não nos programas do tipo, a exposição de cinco socialites tornou-se para o público um grande jogo de adivinhação entre o que poderia ser real ou
montado no cotidiano de Narcisa, Val, Lydia Sayeg, Débora Rodrigues e Brunete Fraccaroli. Com festas regadas a muitos litros de champanhe, registros de compras milionárias e atrito de egos, a produção foi a fundo na veia consumista, nas fraquezas emocionais e nas extravagâncias de cada participante. Por fim, Mulheres Ricas revelou seu principal objetivo:
mostrar que ter dinheiro não é garantia de requinte ou elegância.
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