Aguinaldo Silva acha exageradas as maldades de Léo, em Insensato Coração

O olhar crítico e a língua afiada de Aguinaldo Silva costumam irritar algumas personalidades e até colegas de trabalho. O dramaturgo e jornalista pernambucano não se deixa abater. Há duas semanas da estreia de Fina Estampa – novela que vai suceder Insensato Coração no horário nobre da Globo, no próximo dia 22 –, o autor usou seu perfil no Twitter para avaliar a condução dos colegas novelistas Gilberto Braga e Ricardo Linhares na construção do vilão Léo (Gabriel Braga Nunes).

Aguinaldo Silva acredita que, assim como outros vilões dos folhetins atuais, Léo comete crimes injustificáveis.

"Desde que Flora (de A Favorita) saiu por aí a praticar todo tipo de maldades sem ter nenhum motivo credível para isso, os vilões das novelas mudaram. O vilão de Insensato Coração no começo tinha até motivo: provar ao pai que não era tão ruim quanto ele achava. Um dia minha empregada disse: 'se ele quer provar ao pai que não é ruim, então por que faz tantas maldades?' Ou seja, sua causa era duvidosa", escreveu.

Ainda segundo o autor, ao comentar que os vilões beiram a perversão algumas pessoas o criticaram. Para explicar sua tese, Aguinaldo relembrou as trajetórias marcantes de duas megeras dos folhetins: Odete Roitiman, de Vale Tudo (trama de Gilberto Braga), e Nazaré Tedesco, de Senhora do Destino (de sua autoria).

"Odete Roitman queria preservar os valores em que acreditava, e para isso, precisava encaminhar na vida o filho, que não passava de um fraco. Já Nazaré queria provar ao mundo que mãe não é quem pariu, mas quem criou e tratou a cria com todo o amor do mundo. Assim, tanto Nazaré como Odete tinham motivos que faziam o telespectador pensar: 'ah, agora eu entendi porque elas são desse jeito. É isso que eu chamo de perversão nas atuais novelas, o fato de que os seus autores deixam vilões fazer maldades gratuitamente, sem motivo'", explicou.

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