Ailton Graça se espelha na careca do ator Yul Brynner
Por Redação - 30/09/12 às 09:32
Quando Ailton Graça soube que interpretaria o par romântico de Heloísa Périssé em Avenida Brasil, da Globo, logo percebeu que eles teriam de ter cuidado com o tom humorado das cenas. Como os dois têm intimidade com a comédia, as chances de exagerar na trama de, respectivamente, Silas e Monalisa, eram altas.
"O humor dos personagens é da situação e não provocado. Há um lado dramático também", avalia.
No folhetim, Silas e Monalisa mantiveram uma relação por 12 anos e o dono de bar chegou a fingir que estava com uma grave doença no coração para tentar casar com a cabeleireira. O que não deu certo. Depois de descobrir a mentira, Monalisa rompeu com ele. Silas, então, se envolveu por um período curto com Olenka, vivida por Fabiula Nascimento, a melhor amiga da ex.
"Foi um momento de carência. O amor do Silas pela Monalisa é carregado de trapalhadas, mas ainda existe", opina o ator, que acredita que o personagem tem um perfil parecido com o de outros da história, como Darkson, vivido por José Loreto, e Tufão, de Murilo Benício.
"Nessa novela, o comportamento mais feminino está nos homens. Eles é que se mostram mais apaixonados e querem casar", analisa.
Antes de ser ator, Ailton Graça trabalhou como feirante, camelô e até palhaço de circo. Depois de várias participações em programas da Globo, como o seriado A Diarista, estreou em América, de 2005, na pele do boêmio Feitosa. A parceria com o autor João Emanuel Carneiro veio logo após, em Cobras & Lagartos, de 2006, e se repetiu em Cama de Gato, de 2009, e agora em Avenida Brasil.
"Já tive medo de trabalhar em televisão por causa da linguagem. O Silas não estava pronto quando a novela começou. Esse processo de construção é fascinante e assustador", admite.
O Fuxico – Em muitas cenas suas de Avenida Brasil, os personagens falam ao mesmo tempo. De onde partiu esse estilo de atuação?
Ailton Graça – Eu acho que começou com mais força em outra novela do João Emanuel Carneiro, Cobras & Lagartos. O meu núcleo, que era o do Lázaro Ramos, que fazia o Foguinho, tinha muitos momentos assim. Aos poucos, foi-se vendo que isso dava certo. Em Avenida Brasil, as falas encavaladas ficaram mais em evidência e elas é que carregam muito o lado engraçado da cena. A gente sempre busca uma fluidez quando faz isso.
OF – Quais papéis abriram as portas para você na televisão?
AG – Os filmes Carandiru e Contra Todos foram uma espécie de carta de apresentação minha. Muitos autores e diretores começaram a me conhecer. Foi o caso da Glória Perez, que me chamou para fazer o Feitosa, de América. Eu já fazia algumas participações em tevê, mas foi a partir dali que comecei a ter oportunidades maiores.
OF – Você já interpretou muitos papéis divertidos na tevê. Em algum momento teve medo de ficar rotulado como um ator de comédia?
AG – Isso nunca me preocupou. Na televisão, acho que os atores passam por um processo de maturidade até entender mais a linguagem e também até os autores conhecerem o leque de possibilidades de cada um através do teatro e do cinema. Eu gosto muito de estudar e acho que no momento certo vou ter um papel com uma linha diferente de atuação. Mas acho que o humor do Silas já é diferente de outros papéis porque é voltado para a dramaticidade.
OF – Você costuma mudar pouco de visual. Isso nunca atrapalhou no processo de caracterização de um personagem?
AG – Até hoje nunca atrapalhou. Raspei a cabeça porque estava faltando cabelo e para dar um ar mais jovem (risos). Eu me espelho muito no Yul Brynner, que foi careca praticamente a vida toda. Mas não tenho problema nenhum de deixar o cabelo e a barba crescerem. Se for importante para um papel, eu mudo e até engordo. Acho que ficar diferente também é bom para o personagem.
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