Alessandra Maestrini sobre bissexualidade: “Não sou minoria”

Por - 13/09/14 às 10:15

AgNews

O público estava acostumado a rir com as piadas que Alessandra Maestrini sempre fez, até que, durante uma entrevista para a revista Caras que pretendia ser um simples perfil, a atriz  se deu conta de que era hora de parar de medir respostas e se policiar com o que dizia.

"Não era eu. Resolvi parar e recomeçar e eu mesma fiz um texto. Assumir não é bem o termo, eu passei a ser eu", disse ela à O Fuxico.

A atriz, que será a racista Gaudéria em Sexo E As Negas, seriado de Miguel Falabella que estreia na Globo dia 16, disse que recebeu muito apoio.

"Tive uma resposta extremamente positiva. As pessoas foram e têm sido muito gentis e o que mais me alegrou foram pessoas agradecendo o meu gesto. Eu não sou minoria".

Na série, ela, gaúcha com forte sotaque, será filha de uma negra e renegará isso.

"É uma personagem racista, vou usar peruca loura pra não apanhar na rua", brincou. "Mas infelizmente é algo bem real. Que seja mais um grito", disse.

Em agosto, Alessandra escreveu o seguinte texto:

"Sou artista, boa parte dos meus amigos é artista, ‘mente aberta’ como eu, a imprensa sempre me trata com o carinho e discrição que eu gostaria e, ainda assim, eu estou exausta. Exausta de não me sentir amada incondicionalmente. Exausta de não me permitir amar e ser amada como devo e como mereço. Exausta de me sentir rejeitada e, é claro, especialmente por mim mesma. Exausta de assumir uma posição superficial sobre tantos assuntos para ‘não me expor’. Por isto que sempre que alguém me perguntava em entrevistas se eu estava solteira ou namorando, como costumeiramente eu estava sempre namorando alguma mulher que não só não queria se assumir como, boa parte das vezes, apesar de já estar há meses me namorando e declaradamente apaixonada dizia ‘não se considerar gay’ eu respondia: ‘Estou feliz.’ E imediatamente ficava orgulhosa do drible elegante… e drenada por sublinhar mais uma vez minha cumplicidade à escolha de envergonhar-me de ser quem sou e de viver o que vivo. Boa parte das vezes, a melhor maneira de piorar um problema é contorná-lo ou, mais objetivamente, fingir que ele não existe. A cada esquina que viro, pessoa que conheço, desde o fã que me cumprimenta até o médico com quem me consulto tenho que me perguntar se tal pessoa é confiável e/ou compreensiva o suficiente para que eu possa me expressar sem camuflar o fato de que sou bussexual. As pessoas costumam assumir o seu amor e não a sua sexualidade. Não as julgo. Mas eu aqui estou me assumindo, não porque esteja apaixonada e nem mesmo porque esteja procurando um amor para o momento. Não é o caso, definitivamente. Estou me assumindo porque estou exausta. Pra mim já deu”.

Alessandra Maestrini revela ser bissexual à revista

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