Amazônia: Débora Bloch completa quadrilátero amoroso de José Wilker

Por - 25/07/06 às 12:57

Divulgação / TV Globo

 

Nem só de lutar pela incorporação do Acre ao Brasil, que na época pertencia à Bolívia, vivia o revolucionário e aventureiro espanhol Luiz Galvez Rodrigues de Arias. Em suas andanças e lutas, Galvez fez belas conquistas femininas ao ponto de ter vivido um quadrilátero amoroso, envolvendo a mulher, Lola e duas amantes: Maria Alonso e Beatriz.
Na minissérie que Glória Perez está escrevendo com o título de Amazônia, de Galvez a Chico Mendes, quem vai interpretar o espanhol é José Wilker. Sua mulher será Vera Fischer (Lola). O papel de uma das amantes (Maria Alonso) caberá a Christiane Torlone e quem completa o quadrilátero é Débora Bloch, interpretando Beatriz.

“A minissérie não é um documentário para mostrar apenas o meio de morte que era o Acre naquela época. Tem que contar com glamour. Em uma novela ou minissérie, por mais que se abordem temas pesados, precisamos saber embrulhar o produto para atrair o telespectador”, explica Glória Perez.

Personagem de Galvez não consta dos livros de história

Na Revista Galvez e a República do Acre, publicada no centenário da revolução acreana, ou seja, em 1999, parte de um dos textos dá a exata dimensão da importância do personagem que José Wilker vai interpretar na minissérie de Glória Perez. Um personagem que, segundo a publicação, não foi estudado nos bancos escolares.

“As dificuldades de comunicação entre os pedaços de terra espalhados nas margens dos Rios Acre, Purus e Iaco, não impediram que mais de 1.600 pessoas se reunissem na manhã do dia 14 de julho, em Puerto Alonso, para ouvir o que um gringo tinha a dizer. A notícia, recebida com entusiasmo pelos que ali estavam, mereceu "disparos de 21 salvas". Ouviam-se aclamações, vivas e aplausos do povo. A proclamação do Estado Independente do Acre foi comemorada com festa:

"Improvisaram-se danças, cantaram-se modinhas e grande alegria durou até às 6 horas da tarde" (Diário de Notícias, 24 de agosto de 1899, nº 134).

O ano era 1899, o local é o mesmo onde hoje nascem os filhos de Porto Acre, o gringo era um espanhol que atendia pelo nome de Luiz Galvez Rodrigues de Arias e os detalhes, bem, esses não foram encontrados em nossos livros de História.

Apesar de ter sido um passo importante dentro dos acontecimentos inscritos na revolução acreana (que acabou por tornar o Acre território brasileiro e não boliviano), o episódio da proclamação da República Independente do Acre continua desconhecido pela maioria das pessoas que passaram por um banco de escola. Descaso dos historiadores ou não, o fato é que pouco se sabe dos oito meses que duraram a República criada por Galvez e, menos ainda, sobre a figura desse jornalista espanhol que resolveu enfrentar, de uma só tacada, os bolivianos e o governo brasileiro.

Mesmo tendo sido alvo de inúmeras matérias nos jornais da época – no Diário de Notícias, de Manaus, era elogiado; em O Paiz, do Rio de Janeiro, era tratado como louco -, Luiz Galvez não resistiu ao descaso que o Brasil tem com a sua própria história e acabou por se tornar, na melhor das hipóteses, a figura aventureira que a ficção de Márcio Souza nos legou em Galvez Imperador do Acre”.

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