Amigos falam de Guilherme Karan. Ator segue internado

Guilherme Pontes Karan é o nome de batismo do ator Guilherme Karan. Nascido no Rio de Janeiro, é ator completo. E  dos melhores!

Afastado da profissão desde 2005, Karan sofre da síndrome de Machado-Joseph,  doença autossômica dominante, o que significa que ela é genética e hereditária, podendo ser transmitida pelo pai ou mãe, causada por uma mutação no gene do cromossomo 14, que gera uma proteína anormal – a ataxina 3 –  que se acumula dentro de algumas células do cérebro.  A doença é degenerativa e ainda não existe tratamento para interromper sua progressão.

Aos 58 anos, completados na última quinta-feira (8), Guilherme Karan é mantido pelo pai, o almirante Alfredo Karan, em um apartamento confortável  dentro do Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. Guilherme herdou a doença da mãe, que repassou o gen também aos outros três filhos. Dois morreram, além da mãe, e uma irmã de Karan, que se mantém em uma cadeira de rodas.

O diagnóstico da síndrome é feito através de uma conversa com o paciente, onde é verificado se existe algum histórico da doença na família. Pode-se também realizar um teste genético para verificar a existência da síndrome. O tratamento é paliativo, ou seja, apesar de pesquisas, ainda não encontraram uma vacina ou tratamento que extermine a doença.

“Ele está estável. A gente dá muita risada e assim se dribla a doença. Rimos sempre que nos encontramos e não tocamos no assunto da doença, pois isso não é bacana”, contou a atriz Tessy Callado, amiga próxima do ator, a OFuxico.

Outra atriz que, além de contracenar com Guilherme também mantém um grau de parentesco, é Alice Borges

“O visitei no inicio do ano.  Sei que está estável, pois temos muitos amigos em comum que conseguiram visita-lo depois de mim. Por ser uma doença degenerativa, claro, avançou. Mas hospitalizado ele tem consciência de tudo, fala com a gente, mas não tem possibilidade de trabalhar, infelizmente. A doença não tem cura, avança mesmo. Ele fala mais devagar, ri. Mesmo hospitalizado ele acompanha tudo. Quando  falei para ele que a novela I Love Paraisópolis ia estrear e eu estava no elenco, ele me disse que ia acompanhar os capítulos. Geralmente, essa doença se desenvolve bem mais cedo, como nos irmãos dele, que ficaram doentes na juventude. Ele ficou bem mais tarde. Tem a ver com a cor da pele, sabe? Mais claras desenvolvem mais cedo”, contou a atriz a OFuxico.

Guilherme Karan marcou a TV brasileira com seus trabalhos impagáveis, mostrando seu lado cômico como personagens na TV Pirata (Globo, entre 1998 a 1992), o Raposão de O Clone (2001), Bebeto de Explode Coração (1995), entre outros. No cinema participou de vários filmes ao lado de Xuxa Meneghel, como Super Xuxa Contra Baixo Astral, onde ele era o Baixo Astral (1988), Xuxa e os Duendes e Xuxa e os Duendes 2 – No Caminho das Fadas, onde viveu o malvado e atrapalhado Gorgom, entre outros.

Pessoas famosas, que já dividiram cena no teatro, na TV, no cinema e na vida com Guilherme Karan, contaram a OFuxico um pouco sobre o ator, ressaltaldo sua alegria e talento. Confira!

“Sempre admirei Guilherme Karan e dei muitas risadas com seus personagens no TV Pirata.  Em 2001 tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente quando filmei Xuxa e Os Duendes.  Ele vivia o vilão da história (Gorgom) e foi extremamente gentil comigo. Eu estava ‘brincando’ de ser ator, e ele, um mestre nessa arte, teve toda a paciência do mundo e até me deu várias dicas. Minha admiração cresceu mais ainda, pois me certifiquei que, além de grande profissional, ele era também um homem generoso, sempre preocupado em auxiliar seus colegas de trabalho. A notícia dessa doença é muito triste, mas confio em Deus sempre traça os caminhos certos. Torço muito por ele”, Gugu Liberato, empresário e apresentador.

"O Guilherme é o eterno baixo astral, que na verdade é um altíssimo alto astral! uma voz e um talento incríveis! Tudo que fizemos juntos sempre acabou em risos, muita brincadeira e com um resultado extraordinário! Depois de ver o filme Super Xuxa, não tem como imaginar outra pessoa fazendo o papel de baixo astral. E sempre, sempre que fazia qualquer papel, grande ou pequeno, fazia tão bem que não podíamos imaginar outra pessoa em seu lugar. Um dia, eu li que não existem pequenos papeis e sim pequenos atores, Guilherme é sem dúvida a prova disso. Pequeno ou grande, o público se delicia com a sua arte. Gui, você faz falta nos palcos, na televisão e nas telonas. Beijos cheio de boas energias e muito alto astral!", Xuxa Meneghel, apresentadora e empresária.

“O Karan é extremamente talentoso. Fizemos juntos vários trabalhos em teatro e ele sempre foi e é uma inspiração pra mim. Dono de um senso de humor delicioso, sempre foi "bicho de teatro". Engraçado, divertido, com sacadas inteligentes de tudo que acontecia. Sinto muito falta dele… de estar com ele. Talentos como o dele fazem falta… muita falta. Fora que ele tem uma voz….aff. como canta… em Village NY, sob a direção o de Wolf Maya, cantava The Man I Love, com piano e sem microfone. A plateia vinha abaixooooo… que delicia poder ter vivido isso com ele”, Eduardo Martin, ator e diretor de teatro.

"Karan é um dos caras mais talentosos que conheci. Sua incrível capacidade de interagir com o público é incrível. Do tipo que entra em cena, não tem mais pra ninguém! Uma vez tive o prazer de dirigi-lo e percebi o quanto ele se preocupava com tudo em sua volta.  Com figurino, luz, com bem estar do elenco, com detalhes de produção… Tudo tinha que estar perfeito. Sabe aquela insegurança com o coletivo que só os que amam e respeitam seu ofício tem? Karan definitivamente, pra mim, está na categoria dos geniais! ", Marcelo Saback, ator e diretor.
	“Temos um parentesco. Ele é primo da minha prima, então,  cresci com ele, passei minha infância com ele, não só no trabalho, mas como família. Comecei a fazer teatro amador com ele. Fazia umas peças amadoras no antigo teatro Santa Rosa, antigo Teatro Ipanema. Eu participava com 9/10 anos das peças dele. A primeira vez que subi num palco foi com ele. Tenho um imenso carinho com ele, uma relação afetiva, familiar. Profissionalmente sempre um exemplo, uma referência pra mim. Sempre admirei. Fizemos um infantil, Pluft o Musical, no teatro João Caetano, com Lucélia Santos, Claudia Jimenez, Bebel Gilberto. Nos encontramos anos depois nos palcos. Gostaria de ter trabalhado muito mais com ele. Mas no lado pessoal, sempre estive presente nas reuniões familiares. Ele é uma referencia como ator, comediante, ator  , pinta,  faz artes plásticas, quadros maravilhosos. Um homem de muitos talentos. Tenho um profundo carinho por ele fazer parte da minha família. É como se fosse primo mais velho”,  Alice Borges, atriz.
“Visitei ele no dia do aniversário dele esta semana. Sempre rimos muito. Desde que nos conhecemos ficamos amigos, como se fossemos amigos de infância. O pai dele, almirante Alfredo, foi sediado como diplomata em Londres e a família toda foi para lá com ele. Guilherme, por conta disso, tem um inglês impecável. Na época, recordo que nos encontramos lá e falávamos inglês misturado com português e riamos muito de tudo. Isso. Cada vez que nos encontramos nos divertimos, mesmo ele estando no hospital. Aliás, a gente não fala sobre a doença. Temos uma missão cumprir aqui, temos que fazer conforme o necessário. O negócio então é cumprir rindo. Guilherme Karam é o estopim da alegria no Brasil.  Está super instalado no hospital. Quando fui ve-lo, peguei um táxi e o motorista o conhece e falamos e rimos muito. Ele sempre coloca alegria em cada gesto que dá. Sapateia, canta, tem um verdadeiro megafone na garganta. A bênção que Deus me deu foi bota-lo no meu caminho. A gente começou nos Saltimbancos, depois fizemos um filme. Ele fazia coisas hilárias e daí pra frente sempre fi disputado por grandes emissoras. Ele é incomparável”, Tessy Callado, atriz.

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