“Amor enorme, te amo eternamente”, diz Nicette Bruno sobre Paulo Goulart

Por - 17/03/14 às 11:05

Ag News

A emoção à flor da pele não barrou NIcette Bruno de falar aos fãs de seu amor ao marido, Paulo Goulart, que morreu na última quinta-feira (13), por conta de um câncer, em São Paulo.

Na noite de domingo (16), a atriz conversou com a jornalista Carla Vilhena, para o Fantástico, de maneira aberta e objetiva, sobre a saudade e declarou o amor eterno ao marido, que compartilhou 60 anos de muito respeito e parceria na vida e na profissão. Juntos, construíram uma família linda e cheia de união. Um amor bonito, difícil de ver nos dias de hoje, com tanta verdade e intensidade.

"Paulo era muito especial. Eu agradeço muito, porque eu acho que foi um grande presente de Deus ter encontrado esse homem na minha vida", disse.

Sobre o relacionamento, que no total completou 62 anos, contando a fase do namoro, Nicette afirmou que só notou Paulo após o toque de um amigo:

"Nossa vida começou no teatro. Como sempre. Eu só comecei a olhar pra ele com algum interesse pra um namoro depois da estreia [no teatro]. Porque Abelardo Figueiredo, e que secretariava a companhia, disse: olha Nicette, vai ter namoro na companhia. E eu digo: ‘é mesmo? De quem?’.Ele disse assim, da mocinha com o galã. Eu digo, como? Sim, o Paulo tá apaixonado por você. Eu digo, é mesmo? E aí eu comecei a olhar pra ele com outros olhos… Prestando atenção. E gostei, gostei".

Sobre como agradava o marido, após estes anos todos, Nicette contou que jamais apareceu mal arrumada perante seu grande amor.


"Olha, primeiro, eu procurava sempre estar arrumada. Nunca aparecer diante dele com uma aparência desagradável. Engraçado, a não ser nos camarins. Mas em casa, nunca me viu desarrumada".

A atriz falou ainda sobre o cavalheirismo de Paulo Goulart, não só com ela, mas com todos que se aproximavam dele.

"Muito, meu Deus, com todos. Comigo em especial. Ele fazia as coisas, assim, que eu não esperava. Ele às vezes chegava com uma flor, deixava bilhetinhos pra mim. Ele era um homem muito especial, mesmo. Porque ele estava sempre com uma palavra amiga, ele estava sempre com uma lição a transmitir. E agora, o que ele deixa? Ele deixa essa grande saudade. Ele deixa essa grande lembrança. E essa grande paz".

A despedida entre eles foi serena:

"E nós todos dissemos pra ele: vai em paz, você agora não vai ter mais sofrimento. Você está livre. Foi a última coisa que nós dissemos pra ele e aí, lógico, eu desabei. Também não podia conseguir segurar, procurei segurar o máximo. Procurei me portar como ele gostaria. Ele nos últimos momentos sofreu muito. E não era justo que eu quisesse prendê-lo aqui com sofrimento, não. Não preciso prender. Ele já tá dentro de mim. E vai ficar eternamente".

Questionada por Carla Vilhena sobre os momentos nos quais mais sente a falta do marido, Nicette explica que sente sempre, mas que sabe que agora ele segue em paz.

"Neste momento, eu estou sentindo uma falta louca, né? Porque ele ficava atrás da câmera ele olhava e dizia ‘ok’ ou ‘não’ com sinais. De vez em quando vêm as ondas de saudade mais forte. De choro, de dor. A dor tá me acompanhando. Mas, em paz. Porque eu sei que foi o melhor pra ele".

Sobre a homenagem que gostaria de deixar ao seu parceiro amado, Nicette conta o que disse a ele em seus últimos momentos de vida.

"Olha, eu disse o que gostaria de dizer pra ele no momento em que, nos últimos momentos, né? Que foi o agradecimento: ‘Amor enorme, te amo eternamente’".

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