Ana Maria Braga: ‘Não tenho vergonha de ser meme, falar errado, ser quem sou’

São 20 anos de TV Globo, com absoluto sucesso nas manhãs, sempre inovando e até ditando tendências. Dirigido aos mais diversos públicos, de faixa de idade variada, o Mais Você se consagra como uma das "menina dos olhos" da Globo. Aliás, é justamente o bordão "Acorda, menina!", dito todas as manhãs por Ana Maria Braga, que impulsiona não apenas os telespectadores, mas a própria apresentadora.

"Acordo todos os dias às 04h30 e, quando chego no estúdio, meu diretor de produção está cantando e todos os câmeras batendo panela. O clima no estúdio é o melhor possível".

Ana Maria recebeu a imprensa nesta terça-feira (14), para apresentar a nova temporada do Superchef Celebridades, que estreia na próxima segunda-feira (20). À reportagem de OFuxico, a apresentadora contou detalhes da vida pessoal, da carreira e falou de seus planos. Confira na entrevista a seguir:

OFuxico: Muitas pessoas já tiveram as vidas transformadas por conta de suas receitas. Como encara isso?

Ana Maria Braga: Há muitas histórias de pessoas que já compraram casa, realizam sonhos… o grande prazer meu e da minha produção é ter isso de volta . E o segredo dessa brincadeira é cada um de vocês acreditarem que podem realizar. Quando vemos que alguém já percebeu  isso e mudou sua vida, temos o prazer de saber que ajudamos a mudar alguma coisa. Nesses últimos anos, com o nível de emprego caindo a cada dia, serve como um incentivo.

OF: E como você mantém esse astral, a tanto tempo, sem deixar que os problemas externos interfiram?

AMB: Não importa o que esteja acontecendo, entro aqui, faço a minha oração. O meu diretor de produção canta, todos os câmeras batem panela e dá um oxigênio que nos faz esquecer qualquer coisa. Tenho uma produção muito carinhosa, preocupada com os problemas do brasileiro. Isso aqui pra mim é um santuário e não tenho vergonha de ser meme, falar errado, ser quem sou. O Louro me ajuda nessa parceria de 25 anos.

OF: E o "acorda, menina!", te impulsiona?

AMB: Sem duvidas esse grito de guerra das manhãs me faz ficar mais feliz.

OF: O que acha dos memes?

AMB: Uma delicia! Eu replico todos. Antigamente, quando não tinha internet, eu era a rainha da fofoca. Era algo que me incomodava. Mas o tempo foi passando e percebi que isso não mudava absolutamente nada no meu dia, no dos meus amigos. Hoje, procuro rir junto. O que não gosto é da maldade e da mentira.

OF: Qual a fórmula para manter tantos anos de sucesso, com ótimos índices de audiência?

AMB: A gente tem mudado, vem mudando e vai mudar. A Comunicação mudou, a linguagem é outra. Se você não souber o que os jovens estão falando, não tem condições de seguir. Temos uma gama de idades e sexos e conseguimos manter a audiência que pegamos do Bom Dia Brasil, com assuntos de economia, algo sobre o mercado de trabalho e vamos fazendo uma passagem suave pra dona de casa e para os jovens. Caso contrário,  eles não estarão com a gente. Às vezes antecipamos tendências, por estarmos antenados.

OF: Falando em estar antenada, como é sua relação com as novas tecnologias? Sabemos que gosta de redes sociais. 

AMB: Adoro botão, adoro jogar vídeo game! Tenho todos os equipamentos na minha casa, todos os canais do mundo, tenho um hacker que baixa todas as coisas que não consigo baixar, eu que mexo em tudo, respondo e posto tudo nas minhas redes. Uso muitas coisas das redes no meu programa. Amo a internet.

OF: A ideia de cozinhar na TV veio de alguma inspiração de infância? Alguma memória afetiva da família?

AMB: Uma tia, já falecida, fazia comida russa e eu ficava observando. Mas eu já era mãe quando comecei a cozinhar na TV, eu gosto de cozinhar e achei que além de artesanato e saúde, havia espaço para algo diferente daquele formato quadrado, tipo Ofélia, da cozinha tradicional.

OF: Você cozinha na sua casa?

AMB: Claro! As minhas cozinheiras aprendem comigo, do básico ao mais elaborado, e escolhem o caminho delas.

OF: Como você vê esse momento de empoderamento feminino, a mulher se fazendo mais presente?

AMB: A única coisa que tenha que tenho pena, que lamento, foi que, quando tivemos a oportunidade de ter uma mulher no poder, esbarramos na falta de capacidade. Ainda falta muito espaço para a mulher.